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destinatário
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O termo destinatário surge no esquema funcionalista da comunicação linguística, proposto por Roman Jakobson (1963, Essais de Linguistique Générale), como o sujeito a quem é dirigida a mensagem enviada pelo destinador. A influência da teoria da informação sobre os trabalhos em comunicação linguística conduziu ao uso frequente do termo recetor como sinónimo de destinatário, o que explica o seu uso muitas vezes indiferenciado.
A teoria polifónica de Oswald Ducrot, nascida das novas correntes da pragmática e da análise do discurso, trouxe um novo entendimento para o conceito de destinatário. Na verdade, o destinatário pode corresponder ao indivíduo que recebe e interpreta a mensagem, a entidade a quem o locutor se dirige diretamente na 2.ª pessoa e a quem dirige o olhar ou o gesto. Neste caso, fala-se de destinatário direto. Mas o locutor pode estar a falar com um determinado indivíduo e querer atingir outro a quem não se está a dirigir explicitamente. Nesta situação, fala-se de destinatário indireto.
Neste enquadramento, o destinatário é a entidade simétrica ao enunciador, inscrevendo-se ambos num segundo nível da polifonia. O próprio O.Ducrot (1980: 39) exemplifica este conceito: ao proferir o enunciado "A ordem será mantida custe o que custar", o Ministro francês do Interior (=Locutor) dirige-se a um alocutário coletivo constituído pelos cidadãos franceses, prevendo porém dois destinatários: os bons cidadãos, a quem faz a promessa e os maus cidadãos, a quem dirige a ameaça.
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Como referenciar
Porto Editora – destinatário na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-09 09:05:32]. Disponível em

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