Diário de Notícias
Jornal generalista fundado a 29 de dezembro de 1864, em Lisboa, por Thomaz Quintino Antunes e Eduardo Coelho. Este último, para além de dono do quotidiano, era também redator. Num editorial publicado logo no primeiro número explicava que o objetivo do jornal era interessar a todas as classes, ser acessível a todas as bolsas e compreensível a todas as inteligências. O Diário de Notícias, que custava dez réis, propunha-se publicar notícias de todos os dias, de todos os países e de todas as especialidades. Na altura do seu lançamento, optou por não publicar artigos de fundo, nem discutir política e sustentar polémicas. Foi o primeiro jornal de venda ambulante nas ruas e ao fim de seis meses de publicação já tinha cerca de cem vendedores. Nas páginas do DN, designação pela qual também é conhecido, escreveram nomes conceituados como foi o caso de Eça de Queirós. O seu primeiro folhetim foi publicado em 1870 e versava o canal de Suez. Nesse mesmo ano o Diário de Notícias publicou o seu primeiro suplemento especial, dedicado à guerra franco-prussiana. A 26 de fevereiro de 1895, introduziu uma outra novidade ao fazer uma primeira página gráfica da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro alusiva ao Carnaval. No primeiro dia do ano 1900, já sob a direção de Alfredo Cunha, o jornal iniciou uma nova fase, caracterizada pela colaboração assídua de artistas plásticos que comentavam figuras e acontecimentos da atualidade. Em 1907 Alfredo Cunha sentiu-se incomodado com a censura que lhe era imposta pelo político João Franco e como forma de protesto resolveu retirar o seu nome do cabeçalho do jornal. A 7 de fevereiro de 1927, o DN publicou um suplemento que apoiava o movimento para a restauração do regime democrático e quem colaborou neste trabalho acabou por ser alvo de represálias. Um momento marcante da história do jornal aconteceu em 1930, pois em novembro desse ano publicou uma entrevista a Adolf Hitler, feita por António Ferro. Cerca de dez anos depois, no dia 25 de abril de 1940, foi inaugurada com uma grande festa a sede histórica do jornal, situada na Avenida da Liberdade em Lisboa. A seguir à Revolução do 25 de abril de 1974 o jornal foi nacionalizado. Após várias cisões internas, a direção ficou entregue a elementos afetos à esquerda, entre os quais o escritor José Saramago. Em 1991, o DN voltou a ser privatizado e, no ano seguinte, já nas mãos do grupo Lusomundo, apresentou um novo grafismo, com recurso às cores na primeira página. Com Mário Bettencourt de Resendes na direção, o periódico manteve o seu estatuto de jornal de referência a nível nacional. A aposta na imagem foi muito forte e da responsabilidade do publicitário brasileiro Edson Athayde, membro da administração.
Ao longo da sua existência, o Diário de Notícias recebeu vários prémios e galardões, dos quais se destacam a medalha da cidade de Lisboa, atribuída por ocasião do centenário do diário, em 1964, e o Prémio Europa, em 1982, por ser o jornal que mais se distinguiu em matérias relativas à integração na Comunidade Económica Europeia. Já em finais do século XX, recebeu várias distinções pelo seu aspeto gráfico, fruto da remodelação apresentada em 1992.
Ao longo da sua existência, o Diário de Notícias recebeu vários prémios e galardões, dos quais se destacam a medalha da cidade de Lisboa, atribuída por ocasião do centenário do diário, em 1964, e o Prémio Europa, em 1982, por ser o jornal que mais se distinguiu em matérias relativas à integração na Comunidade Económica Europeia. Já em finais do século XX, recebeu várias distinções pelo seu aspeto gráfico, fruto da remodelação apresentada em 1992.
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