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Dinastia Grão-Mogol
Dinastia de guerreiros que se desenvolveu em território indiano e cujo império atingiu o auge entre 1605 e 1658.
Numa situação política caracterizada por uma divisão, a Índia achava-se vulnerável à rapina dos ocidentais, mas também à mercê de hordas de conquistadores provenientes da Ásia Central.
Baber, descendente de Tamerlão e Gengis Khan, ao ser expulso de Samarcanda pelos Usbeques, instala-se na região de Cabul, Afeganistão. Vencedor em Panipat (1526), obtém o sultanato de Deli, triunfando depois em Kharma (1527) e expandindo os seus domínios para leste, para Bengala. Acbar, seu neto (1556-1605), implantará definitivamente o império dos chamados "Grão-Mogóis", cobrindo a Índia desde Kandahar (atual Afeganistão e Baluchistão) até ao delta do Ganges, em Bengala, e desde os Himalaias, a norte, até ao centro do Decão, na região de Ahmadnagar.
Este homem, Acbar, foi um excelente guerreiro, mas não o foi menos como administrador, enveredando por uma política liberal e tolerante, progressista, fomentando a criação de riquezas e aproveitando igualmente o intercâmbio com os estrangeiros e suas inovações. Reconciliou hindus e muçulmanos; casando-se com uma princesa de Rajputana, deu um exemplo de aproximação cultural e civilizacional idêntico ao de Alexandre, o Grande da Macedónia. Quis mostrar que a Índia deixara de ser um país conquistado e que poderia ser uma civilização ainda mais florescente e harmoniosamente multirracial. Por outro lado, as tradições persa e hindu misturaram-se, como se vê no classicismo puro do Taj-Mahal, em Agra (1632-1648), no palácio imperial de Deli (1638) e nas mesquitas de Agra (1644) e Deli (1648).
Entre 1605 e 1658, os Grão-Mogóis da Índia atingem o auge do seu Império, dominando já praticamente todo o Decão. Porém, os esplendores de Acbar e da sua corte serão anulados pelo espírito guerreiro e autoritário de Aurangzeb (1658-1707), que volta a criar tensões entre hindus e muçulmanos, para além de permitir um aumento da carga fiscal e o aparecimento de uma aristocracia fundiária oriunda da administração. A guerra da conquista do Decão absorverá as energias de Aurangzeb, todavia sem resultados ou avanços notórios, e muito menos sem retorno. Fanático muçulmano, criou inúmeras tensões visíveis depois da sua morte em querelas sucessórias, prenúncio do desabar do Império Mongol da Índia. Vários reinos, hindus e muçulmanos, apareciam um pouco por toda a Índia, com vinganças e ódios à mistura e o Grão-Mogol reduzido a Deli. Quanto aos europeus, esses expandiam-se, aproveitando o caos político e religioso.
Numa situação política caracterizada por uma divisão, a Índia achava-se vulnerável à rapina dos ocidentais, mas também à mercê de hordas de conquistadores provenientes da Ásia Central.
Baber, descendente de Tamerlão e Gengis Khan, ao ser expulso de Samarcanda pelos Usbeques, instala-se na região de Cabul, Afeganistão. Vencedor em Panipat (1526), obtém o sultanato de Deli, triunfando depois em Kharma (1527) e expandindo os seus domínios para leste, para Bengala. Acbar, seu neto (1556-1605), implantará definitivamente o império dos chamados "Grão-Mogóis", cobrindo a Índia desde Kandahar (atual Afeganistão e Baluchistão) até ao delta do Ganges, em Bengala, e desde os Himalaias, a norte, até ao centro do Decão, na região de Ahmadnagar.
Este homem, Acbar, foi um excelente guerreiro, mas não o foi menos como administrador, enveredando por uma política liberal e tolerante, progressista, fomentando a criação de riquezas e aproveitando igualmente o intercâmbio com os estrangeiros e suas inovações. Reconciliou hindus e muçulmanos; casando-se com uma princesa de Rajputana, deu um exemplo de aproximação cultural e civilizacional idêntico ao de Alexandre, o Grande da Macedónia. Quis mostrar que a Índia deixara de ser um país conquistado e que poderia ser uma civilização ainda mais florescente e harmoniosamente multirracial. Por outro lado, as tradições persa e hindu misturaram-se, como se vê no classicismo puro do Taj-Mahal, em Agra (1632-1648), no palácio imperial de Deli (1638) e nas mesquitas de Agra (1644) e Deli (1648).
Entre 1605 e 1658, os Grão-Mogóis da Índia atingem o auge do seu Império, dominando já praticamente todo o Decão. Porém, os esplendores de Acbar e da sua corte serão anulados pelo espírito guerreiro e autoritário de Aurangzeb (1658-1707), que volta a criar tensões entre hindus e muçulmanos, para além de permitir um aumento da carga fiscal e o aparecimento de uma aristocracia fundiária oriunda da administração. A guerra da conquista do Decão absorverá as energias de Aurangzeb, todavia sem resultados ou avanços notórios, e muito menos sem retorno. Fanático muçulmano, criou inúmeras tensões visíveis depois da sua morte em querelas sucessórias, prenúncio do desabar do Império Mongol da Índia. Vários reinos, hindus e muçulmanos, apareciam um pouco por toda a Índia, com vinganças e ódios à mistura e o Grão-Mogol reduzido a Deli. Quanto aos europeus, esses expandiam-se, aproveitando o caos político e religioso.
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Como referenciar
Porto Editora – Dinastia Grão-Mogol na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-11 11:00:02]. Disponível em
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