Diretório
Por Diretório pode-se entender tanto a designação do órgão executivo do governo francês (do período decorrente da Revolução de 1789, dita "Francesa") que sucedeu ao da Convenção, como também a designação deste governo em si.
Os diretores, obrigatoriamente com mais de 40 anos, eram propostos pelas assembleias que detinham o poder legislativo: o Conselho dos Quinhentos, que apenas propunha as leis, e o Conselho dos Anciãos (com 250 membros também maiores de 40 anos), que as aprovavam ou não. Todos os anos se sorteava um dos "diretores" para ser substituído. Os cinco primeiros "diretores" foram Paul Barras, Lazare Carnot, Jean-François Reubell, Louis-François Letourneur e Louis-Marie de La Revellière-Lépeaux. A constituição orgânica do governo decorreu da Constituição de 5 de Fructidor do ano III (correspondente a 22 de agosto de 1795).
A sessão inaugural do Diretório foi a 22 de novembro de 1795, no palácio do Luxemburgo - que passaria a ser a sua sede -. As eleições processavam-se de acordo com um sistema que apenas permitia a escolha de um "eleitor" (representantes de cantões e com idade mínima de 25 anos) por cada 200 cidadãos maiores de 21 anos e que pagassem impostos. Estes "eleitores" escolheriam os membros das administrações departamentais, o presidente do Tribunal Criminal, os juízes dos tribunais civis e os membros das assembleias, entre outras funções.
A cidade de Paris foi dividida pelos "termidorianos" do Diretório em oito municípios e a câmara passou a ser dirigida não por um mas por cinco encarregados. Algumas das ações levadas a cabo pelo Diretório foram as de reformar a educação, criando o sistemas das escolas públicas, normais superiores e politécnicas, reformar o sistema social, implantando o sufrágio universal, eliminando a escravatura e conferindo direito a todas as pessoas à igualdade perante a lei, à liberdade de pensamento e de imprensa e ao divórcio.
Numa primeira fase o Diretório deparou-se com uma crise financeira grave e obstáculos como a oposição jacobina, organizada sob o nome de "Clube do Panteão" e dirigida por François ou "Gracchus" Babeuf. Esta apenas terminou com a execução do cabecilha e desmantelamento do grupo. Acabou o primeiro Diretório com um golpe de estado a 4 de setembro de 1797, seguiu-se o segundo Diretório, que levou a cabo uma política internacional controversa (criando repúblicas dominadas pela França em Itália, por exemplo) e foi derrubado pelo golpe de estado de outubro de 1797. O terceiro Diretório, caracterizado pelas severas medidas repressivas contra os opositores ao governo, caiu a 9 de novembro de 1799, altura em que um golpe de estado definitivo colocou Napoleão Bonaparte no poder.
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