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Estónia
Geografia
País do Nordeste da Europa. Situado nas margens do mar Báltico, faz parte, com a Letónia e a Lituânia, dos chamados Estados Bálticos. Possui uma superfície de 45 226 km2, incluindo cerca de 1500 ilhas e ilhéus no mar Báltico. Faz fronteira com a Rússia, a leste, e a Letónia, a sul, sendo banhado pelo mar Báltico, a norte e a oeste. As principais cidades são Tallinn, a capital, com uma população de 437,619 habitantes (2024), Tartu 91,407 habitantes (2024), Narva 55,681 habitantes (2024), Kohtla-Järve 33,506 habitantes (2024) e Pärnu 35 700 hab.
Na geografia da Estónia encontram-se influências da antiga cobertura glaciar, através da linha ondulante que caracteriza o relevo estónio, coberto por extensas florestas e lagos e rasgado por inúmeros rios. Clima
O clima é temperado continental, com invernos muito frios e verões suaves.
Economia
A economia da Estónia tem na indústria e na agricultura as suas principais atividades. Com vastas reservas de turfa, fosforites, calcário, dolomites, margas, argilas e xisto betuminoso (este de importância fundamental na produção de gás e de eletricidade), as indústrias mineira e química encontram-se bastante desenvolvidas, situação comungada pelas indústrias dedicadas à metalurgia e ao fabrico de materiais de construção. Quanto ao setor primário, apesar de empregar menos de 14% da população ativa, contribui em cerca de 25% para o PIB. A exploração das terras, outrora coletivizada, está hoje em dia nas mãos de proprietários privados, que, para além de produtos como a batata, os cereais e os vegetais, fomentam a criação de gado. Neste setor há a destacar também a silvicultura, uma das mais antigas ocupações na Estónia, já que as terras florestadas existem em grande quantidade. Os principais parceiros comerciais da Estónia são a Finlândia, a Rússia, a Alemanha e a Suécia.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas,1999), é de 11,7. População
A população é de 1 324 333 habitantes (2006), o que corresponde a uma densidade populacional de 29,47 hab./km2. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 10,04%o e 13,25%o, facto que contribui para a tendência de diminuição da população que, em 2025, se estima que atinja apenas 1 302 000 habitantes. A esperança média de vida é de 72,04 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,833 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,831 (2001). Em termos de composição étnica, os estónios representam 65% da população, seguindo-se-lhes os russos (28%), os ucranianos (2,5%), os bielorrusos (1,5%) e os finlandeses (1%). As principais religiões são os ortodoxos estónios e os luteranos. A língua oficial é o estónio.
História
A Estónia, habitada, pelo menos, desde o século I d. C., tem vivido grande parte da sua história sob o domínio de outros povos e países. Assim, os primeiros invasores foram os Vikings, no século IX d. C., e, até à chegada dos Germanos em finais do século XII, a Estónia foi vítima de várias incursões suecas, dinamarquesas e russas. O domínio alemão iniciou-se em 1180, com a chegada de monges cristãos à região da Livónia (região sul da Estónia e da Letónia), com o propósito de espalharem a fé cristã de um modo pacífico. Mas, a partir de 1198, esta cristianização passou a ser feita por cruzadas, fazendo com que, em 1219, a Alemanha já dominasse todo o país, sendo de salientar que o Norte e as ilhas no mar Báltico eram dominadas conjuntamente com o reino da Dinamarca através de uma aliança entre as duas partes (em 1343-45, a Dinamarca vendeu as suas possessões à Alemanha).
Já no século XVI, mais precisamente em 1561, a Livónia passou a ser dominada pela Lituânia (que se tinha unido com a Polónia), enquanto o czar russo Ivan IV, o Terrível, conquistara, em 1558, a região de Narva, no centro do país. Neste mesmo ano, o reino da Suécia conquistou o Norte da Estónia, estendendo o seu domínio a todo o país após expulsarem os Russos em 1581 e derrotarem os Lituanos em 1629. A Rússia, após séculos de tentativas frustradas, conseguiu finalmente conquistar a Estónia. Em 1709 apoderou-se da Livónia, obrigando os Suecos a cederem os restantes territórios em 1721.
No final do século XIX, a Estónia viveu um período de prosperidade graças à política de privatização das terras praticada pela Rússia e que favoreceu os agricultores estónios. Esta prosperidade, porém, permitiu que a esmagadora maioria da população investisse na sua formação cultural, o que veio abrir as portas ao nascimento de um espírito nacionalista. Esta conjuntura provocou um intensificar do domínio da Rússia através do estabelecimento definitivo do quadro político-administrativo russo na Estónia. No entanto, a instabilidade surgiu com a Revolução Russa de janeiro de 1905, e em 27 de novembro nasceu o Partido Nacional Liberal (PNL), fundado por Jaan Tônisson. Mas só após a Revolução Russa de março de 1917 é que a Estónia assegurou a sua autonomia, sendo o seu primeiro Governo nomeado pelo Conselho Nacional da Estónia (Maapäev), a 12 de outubro, liderado por Konstantin Päts (um dos inspiradores do PNL), Governo este que seria substituído, um mês depois, pelos comunistas na sequência de um golpe de Estado apoiado pela Rússia. O mês de fevereiro de 1918 foi marcado pela invasão germânica, que provocou a fuga dos comunistas, facto aproveitado pelo Maapäev para declarar a independência, o que aconteceu no dia 24, declaração renovada no dia da capitulação alemã (11 de novembro de 1918). Contudo, a Estónia teve de suportar uma nova invasão russa, repelida por completo em finais de fevereiro de 1919 graças à ajuda dos Aliados.
Durante 20 anos, a Estónia sobreviveu às conspirações comunistas pró-soviéticas, mas a assinatura, em agosto de 1939, do Pacto de Não Agressão entre a URSS e a Alemanha veio a revelar-se fatídica para a independência da Estónia. A 28 de setembro, a URSS impôs a assinatura de um tratado de assistência mútua cujo cumprimento serviu de pretexto à invasão soviética a 17 de junho de 1940, sendo oficializada a entrada da Estónia na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas a 21 de julho desse ano. Este estatuto só se tornou efetivo, no entanto, a 22 de setembro de 1944, após três anos de presença militar alemã.
O domínio soviético sobre a Estónia, efetuado através do Partido Comunista, pautou-se por medidas repressivas que em grande parte descaracterizaram o país, como se constata pela presença de estónios na população existente em 1940 (90%) em comparação com a que é contabilizada hoje em dia (60%). A situação alterou-se com o advento da Glasnost e da Perestroika, políticas implementadas por Mikhail Gorbachev nos finais da década de 80, que permitiram o fortalecimento das pretensões independentistas lideradas pela entretanto formada Frente Popular. Nas eleições realizadas em março de 1990, os independentistas obtiveram uma estrondosa vitória, proclamando, no dia 30 desse mês, uma fase transitória para a independência, que seria formalmente declarada em agosto de 1991.
A 26 de julho de 1994, em Moscovo, a Estónia e a Rússia firmaram um acordo de estabelecimento de fronteiras sob a supervisão do presidente norte-americano, Bill Clinton, embora as disputas fronteiriças não tivessem cessado, e a 31 de agosto as tropas russas retiraram-se do país. Apesar da instabilidade política interna existente (o então presidente Lennart Meri recusou a composição ministerial feita pelo primeiro-ministro Mart Laar, provocando a sua substituição pelo ministro do Ambiente, Andres Tarand), a Estónia iniciou a sua integração no mundo ocidental, evidenciada pela participação ativa no Conselho de Cooperação do Atlântico Norte e na Parceria para a Paz (que substituiu o Pacto de Varsóvia no relacionamento com a NATO).
Em outubro de 2001, o presidente Lennart Meri, o primeiro após o afastamento do poder soviético, foi substituído no cargo por Arnold Ruutel. Os seus principais objetivos foram atingidos com a adesão formal da Estónia à União Europeia e à NATO no dia 1 de maio de 2004, numa cerimónia realizada em Dublin.
País do Nordeste da Europa. Situado nas margens do mar Báltico, faz parte, com a Letónia e a Lituânia, dos chamados Estados Bálticos. Possui uma superfície de 45 226 km2, incluindo cerca de 1500 ilhas e ilhéus no mar Báltico. Faz fronteira com a Rússia, a leste, e a Letónia, a sul, sendo banhado pelo mar Báltico, a norte e a oeste. As principais cidades são Tallinn, a capital, com uma população de 437,619 habitantes (2024), Tartu 91,407 habitantes (2024), Narva 55,681 habitantes (2024), Kohtla-Järve 33,506 habitantes (2024) e Pärnu 35 700 hab.
Na geografia da Estónia encontram-se influências da antiga cobertura glaciar, através da linha ondulante que caracteriza o relevo estónio, coberto por extensas florestas e lagos e rasgado por inúmeros rios. Clima
O clima é temperado continental, com invernos muito frios e verões suaves.
A economia da Estónia tem na indústria e na agricultura as suas principais atividades. Com vastas reservas de turfa, fosforites, calcário, dolomites, margas, argilas e xisto betuminoso (este de importância fundamental na produção de gás e de eletricidade), as indústrias mineira e química encontram-se bastante desenvolvidas, situação comungada pelas indústrias dedicadas à metalurgia e ao fabrico de materiais de construção. Quanto ao setor primário, apesar de empregar menos de 14% da população ativa, contribui em cerca de 25% para o PIB. A exploração das terras, outrora coletivizada, está hoje em dia nas mãos de proprietários privados, que, para além de produtos como a batata, os cereais e os vegetais, fomentam a criação de gado. Neste setor há a destacar também a silvicultura, uma das mais antigas ocupações na Estónia, já que as terras florestadas existem em grande quantidade. Os principais parceiros comerciais da Estónia são a Finlândia, a Rússia, a Alemanha e a Suécia.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas,1999), é de 11,7. População
A população é de 1 324 333 habitantes (2006), o que corresponde a uma densidade populacional de 29,47 hab./km2. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 10,04%o e 13,25%o, facto que contribui para a tendência de diminuição da população que, em 2025, se estima que atinja apenas 1 302 000 habitantes. A esperança média de vida é de 72,04 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,833 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,831 (2001). Em termos de composição étnica, os estónios representam 65% da população, seguindo-se-lhes os russos (28%), os ucranianos (2,5%), os bielorrusos (1,5%) e os finlandeses (1%). As principais religiões são os ortodoxos estónios e os luteranos. A língua oficial é o estónio.
História
A Estónia, habitada, pelo menos, desde o século I d. C., tem vivido grande parte da sua história sob o domínio de outros povos e países. Assim, os primeiros invasores foram os Vikings, no século IX d. C., e, até à chegada dos Germanos em finais do século XII, a Estónia foi vítima de várias incursões suecas, dinamarquesas e russas. O domínio alemão iniciou-se em 1180, com a chegada de monges cristãos à região da Livónia (região sul da Estónia e da Letónia), com o propósito de espalharem a fé cristã de um modo pacífico. Mas, a partir de 1198, esta cristianização passou a ser feita por cruzadas, fazendo com que, em 1219, a Alemanha já dominasse todo o país, sendo de salientar que o Norte e as ilhas no mar Báltico eram dominadas conjuntamente com o reino da Dinamarca através de uma aliança entre as duas partes (em 1343-45, a Dinamarca vendeu as suas possessões à Alemanha).
Já no século XVI, mais precisamente em 1561, a Livónia passou a ser dominada pela Lituânia (que se tinha unido com a Polónia), enquanto o czar russo Ivan IV, o Terrível, conquistara, em 1558, a região de Narva, no centro do país. Neste mesmo ano, o reino da Suécia conquistou o Norte da Estónia, estendendo o seu domínio a todo o país após expulsarem os Russos em 1581 e derrotarem os Lituanos em 1629. A Rússia, após séculos de tentativas frustradas, conseguiu finalmente conquistar a Estónia. Em 1709 apoderou-se da Livónia, obrigando os Suecos a cederem os restantes territórios em 1721.
No final do século XIX, a Estónia viveu um período de prosperidade graças à política de privatização das terras praticada pela Rússia e que favoreceu os agricultores estónios. Esta prosperidade, porém, permitiu que a esmagadora maioria da população investisse na sua formação cultural, o que veio abrir as portas ao nascimento de um espírito nacionalista. Esta conjuntura provocou um intensificar do domínio da Rússia através do estabelecimento definitivo do quadro político-administrativo russo na Estónia. No entanto, a instabilidade surgiu com a Revolução Russa de janeiro de 1905, e em 27 de novembro nasceu o Partido Nacional Liberal (PNL), fundado por Jaan Tônisson. Mas só após a Revolução Russa de março de 1917 é que a Estónia assegurou a sua autonomia, sendo o seu primeiro Governo nomeado pelo Conselho Nacional da Estónia (Maapäev), a 12 de outubro, liderado por Konstantin Päts (um dos inspiradores do PNL), Governo este que seria substituído, um mês depois, pelos comunistas na sequência de um golpe de Estado apoiado pela Rússia. O mês de fevereiro de 1918 foi marcado pela invasão germânica, que provocou a fuga dos comunistas, facto aproveitado pelo Maapäev para declarar a independência, o que aconteceu no dia 24, declaração renovada no dia da capitulação alemã (11 de novembro de 1918). Contudo, a Estónia teve de suportar uma nova invasão russa, repelida por completo em finais de fevereiro de 1919 graças à ajuda dos Aliados.
Durante 20 anos, a Estónia sobreviveu às conspirações comunistas pró-soviéticas, mas a assinatura, em agosto de 1939, do Pacto de Não Agressão entre a URSS e a Alemanha veio a revelar-se fatídica para a independência da Estónia. A 28 de setembro, a URSS impôs a assinatura de um tratado de assistência mútua cujo cumprimento serviu de pretexto à invasão soviética a 17 de junho de 1940, sendo oficializada a entrada da Estónia na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas a 21 de julho desse ano. Este estatuto só se tornou efetivo, no entanto, a 22 de setembro de 1944, após três anos de presença militar alemã.
O domínio soviético sobre a Estónia, efetuado através do Partido Comunista, pautou-se por medidas repressivas que em grande parte descaracterizaram o país, como se constata pela presença de estónios na população existente em 1940 (90%) em comparação com a que é contabilizada hoje em dia (60%). A situação alterou-se com o advento da Glasnost e da Perestroika, políticas implementadas por Mikhail Gorbachev nos finais da década de 80, que permitiram o fortalecimento das pretensões independentistas lideradas pela entretanto formada Frente Popular. Nas eleições realizadas em março de 1990, os independentistas obtiveram uma estrondosa vitória, proclamando, no dia 30 desse mês, uma fase transitória para a independência, que seria formalmente declarada em agosto de 1991.
A 26 de julho de 1994, em Moscovo, a Estónia e a Rússia firmaram um acordo de estabelecimento de fronteiras sob a supervisão do presidente norte-americano, Bill Clinton, embora as disputas fronteiriças não tivessem cessado, e a 31 de agosto as tropas russas retiraram-se do país. Apesar da instabilidade política interna existente (o então presidente Lennart Meri recusou a composição ministerial feita pelo primeiro-ministro Mart Laar, provocando a sua substituição pelo ministro do Ambiente, Andres Tarand), a Estónia iniciou a sua integração no mundo ocidental, evidenciada pela participação ativa no Conselho de Cooperação do Atlântico Norte e na Parceria para a Paz (que substituiu o Pacto de Varsóvia no relacionamento com a NATO).
Em outubro de 2001, o presidente Lennart Meri, o primeiro após o afastamento do poder soviético, foi substituído no cargo por Arnold Ruutel. Os seus principais objetivos foram atingidos com a adesão formal da Estónia à União Europeia e à NATO no dia 1 de maio de 2004, numa cerimónia realizada em Dublin.
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Porto Editora – Estónia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-13 12:40:18]. Disponível em
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