Fenícios
Hábeis marinheiros e comerciantes esclarecidos, os Fenícios fundaram colónias e feitorias em toda a orla mediterrânica e até na fachada atlântica da Península Ibérica, chegando as suas navegações ao Sudoeste de Inglaterra - em busca de estanho nas ilhas Cassitérides, hoje Scilly, junto à Cornualha. Encetaram mesmo viagens exploratórias ao longo da costa ocidental africana (périplo de Hanaan, no século V a. C., segundo tradução grega com o mesmo título). O Atlântico foi, comprovadamente, por eles atingido no século XI a. C.
Os Fenícios são um povo de origem semita, proveniente do Golfo Pérsico, que se estabeleceu entre o litoral mediterrânico e os montes do Líbano, em meados do século XXIV a. C. Fundaram cidades costeiras, como Biblos, Sídon e Tiro, entre outras, onde o comércio era a atividade essencial. A sua expansão desencadeou-se devido ao declínio das potências continentais da região e também ao desaparecimento da marinha de Creta e de Micenas, potências navais do II milénio a. C. no Mediterrâneo Oriental. Até ao século VIII a. C., quando começaram as navegações gregas a cruzar este mar e a fundar colónias e entrepostos, os Fenícios foram os senhores das suas rotas e pontos estratégicos, principalmente a nível comercial, não tendo concorrência durante mais de trezentos anos.
As cidades fenícias eram também cidades-estados como as das várias civilizações do Crescente Fértil, mas diferenciadas das pólis gregas. Na Fenícia, eram governadas por oligarquias mercantis que dirigiam quer os territórios quer os negócios e atividades marítimas. Atuaram sempre neutralmente, o que os secundarizou na Antiguidade em termos político-militares. As alianças faziam-nas por vezes, mas só com os mais fortes, pois interessava sobretudo proteger o comércio.
As navegações fenícias tinham objetivos marcadamente mercantis: a procura e a compra de minérios e escravos para revenda posterior em todo o mundo conhecido onde pudessem chegar os mercadores fenícios, que também comerciavam madeiras do Líbano, tecidos de púrpura e objetos de arte produzidos pelos seus exímios artesãos em oficinas familiares. Assim, descobriram todo o Ocidente mediterrânico, onde determinaram escalas permanentes que serviam de base de apoio às suas frotas comerciais que operavam naquele mar e estiveram na origem, mais tarde, de novas cidades - como Utica (depois Cartago), no Norte de África; Cádiz, Málaga e Elche, em Espanha. Também mercadejavam no Mar Vermelho e até no Báltico.
Toda esta vida em volta do comércio e o conjunto de necessidades que os mercadores tinham conduziram gradualmente à elaboração de uma escrita simplificada, depois propagada pelos seus barcos e caravanas nos portos e terras importantes da Antiguidade. O alfabeto fenício é considerado, por alguns, antepassado direto do grego e indireto do latino. A sua origem, porém, é dúbia: provirá dos hieróglifos egípcios ou dos caracteres cuneiformes sumérios. A língua, conhecida através das inscrições, é nitidamente semita, parecida com o hebraico.
Os Fenícios alcançaram brilho na indústria (bronze, púrpura, joias, móveis e principalmente vidro, de que se pensa serem os inventores), na difusão e ensino das técnicas de navegação, de comércio e indústria junto de outros povos (como os Gregos). Eram também excelentes imitadores de objetos de arte grega, assíria ou egípcia, embora tivessem arte escultural própria.
A religião era naturalista, como na vizinha Síria antiga. O deus supremo era Baal (ou Baal Kart) e a deusa Astarte.
Após 750 a. C., a Fenícia manteve-se como potência marítima e comercial, embora com a crescente concorrência grega. Outros impérios em ascensão (ou renascimento) impuseram-lhe, por outro lado, a sua tutela, exigindo tributos: Assírios, Babilónios e Persas. A resistência de algumas cidades conduziu a cercos incontáveis, como o de Sídon em 677 a. C. ou o de Tiro, tomada por Nabucodonosor em 572, após treze anos de sítio. As cidades fenícias perderam então os monopólios das rotas e produtos comerciais, principalmente em proveito dos Gregos, mas não perderam a sua importância como centros comerciais e artesanais da Antiguidade, mesmo com o domínio romano no século I a. C. (depois de Cartago) e o domínio árabe no século VII d. C.
Os Fenícios são um povo de origem semita, proveniente do Golfo Pérsico, que se estabeleceu entre o litoral mediterrânico e os montes do Líbano, em meados do século XXIV a. C. Fundaram cidades costeiras, como Biblos, Sídon e Tiro, entre outras, onde o comércio era a atividade essencial. A sua expansão desencadeou-se devido ao declínio das potências continentais da região e também ao desaparecimento da marinha de Creta e de Micenas, potências navais do II milénio a. C. no Mediterrâneo Oriental. Até ao século VIII a. C., quando começaram as navegações gregas a cruzar este mar e a fundar colónias e entrepostos, os Fenícios foram os senhores das suas rotas e pontos estratégicos, principalmente a nível comercial, não tendo concorrência durante mais de trezentos anos.
As cidades fenícias eram também cidades-estados como as das várias civilizações do Crescente Fértil, mas diferenciadas das pólis gregas. Na Fenícia, eram governadas por oligarquias mercantis que dirigiam quer os territórios quer os negócios e atividades marítimas. Atuaram sempre neutralmente, o que os secundarizou na Antiguidade em termos político-militares. As alianças faziam-nas por vezes, mas só com os mais fortes, pois interessava sobretudo proteger o comércio.
Toda esta vida em volta do comércio e o conjunto de necessidades que os mercadores tinham conduziram gradualmente à elaboração de uma escrita simplificada, depois propagada pelos seus barcos e caravanas nos portos e terras importantes da Antiguidade. O alfabeto fenício é considerado, por alguns, antepassado direto do grego e indireto do latino. A sua origem, porém, é dúbia: provirá dos hieróglifos egípcios ou dos caracteres cuneiformes sumérios. A língua, conhecida através das inscrições, é nitidamente semita, parecida com o hebraico.
Os Fenícios alcançaram brilho na indústria (bronze, púrpura, joias, móveis e principalmente vidro, de que se pensa serem os inventores), na difusão e ensino das técnicas de navegação, de comércio e indústria junto de outros povos (como os Gregos). Eram também excelentes imitadores de objetos de arte grega, assíria ou egípcia, embora tivessem arte escultural própria.
A religião era naturalista, como na vizinha Síria antiga. O deus supremo era Baal (ou Baal Kart) e a deusa Astarte.
Após 750 a. C., a Fenícia manteve-se como potência marítima e comercial, embora com a crescente concorrência grega. Outros impérios em ascensão (ou renascimento) impuseram-lhe, por outro lado, a sua tutela, exigindo tributos: Assírios, Babilónios e Persas. A resistência de algumas cidades conduziu a cercos incontáveis, como o de Sídon em 677 a. C. ou o de Tiro, tomada por Nabucodonosor em 572, após treze anos de sítio. As cidades fenícias perderam então os monopólios das rotas e produtos comerciais, principalmente em proveito dos Gregos, mas não perderam a sua importância como centros comerciais e artesanais da Antiguidade, mesmo com o domínio romano no século I a. C. (depois de Cartago) e o domínio árabe no século VII d. C.
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Como referenciar
Porto Editora – Fenícios na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-22 21:03:41]. Disponível em
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