fenomenologia
Termo formado por duas palavras, fainomai (mostrar-se, tornar-se visível)e logos (doutrina, estudo), significa, em filosofia, o estudo daquilo que se patenteia. Aparece em Kant (Os Princípios Metafísicos da Natureza) em 1786 com o sentido de doutrina do tempo e do espaço. Em Hegel este termo assume uma tonalidade mais vasta, o fenómeno sendo aqui toda a experiência da consciência.
É, todavia, no início do século XX, com Edmund Husserl, discípulo de Franz Brentano, que a fenomenologia nasce enquanto doutrina filosófica propriamente dita. A fenomenologia husserliana pretende, antes de mais, trazer objetividade, cientificidade à filosofia, como se pode verificar desde logo no título do livro de 1911 A Filosofia como Ciência do Rigor. É como se, a partir da sua fenomenologia, a filosofia rompesse com a subjetividade que sempre tivera para alcançar a objetividade que sempre ambicionou, mas que segundo Husserl nunca alcançou. A filosofia teria assim feito o mesmo trajeto que a Ciência desde a pré-cientificidade obscura e preconceituosa da Idade Média até à nitidez objetiva que tem na modernidade.
Husserl pretendia alcançar a objetividade através do "retorno às próprias coisas", quer dizer, despindo o conhecimento dos preconceitos adquiridos ao longo da história da filosofia, para ver as coisas como elas são ou, mais exatamente, tal como elas se nos apresentam, para de seguida se poder descrever os fenómenos com exatidão. A filosofia tinha-se tornado, segundo Husserl, demasiado abstrata e afastada do objeto que pretendia estudar; haveria então que prestar novamente atenção à "vivência" (Erlebnis), ao que se presentifica, ao que se apresenta, mais do que ao que se representa.
Uma das palavras-chave da fenomenologia husserliana é a "intencionalidade". Designa-se com isto o facto de a consciência ser sempre consciência de alguma coisa, o facto de a consciência ser, portanto, intencional, quer dizer, tender pela sua própria natureza, para o objeto. O filósofo fenomenólogo deve então não só estudar isso para que a consciência tende, para onde ela dirige a sua intenção, mas também a própria consciência em que radica a subjetividade.
A fenomenologia é uma ciência descritiva das essências da consciência pura, essências essas que resultam de um conhecimento evidente baseado na intuição, não na intuição sensível, mas eidética ou inteligível.
Desde então a fenomenologia passou a ser um método que diversos investigadores aplicam em domínios tão variados como a religião (fenomenologia da religião) ou a estética (fenomenologia da estética).
É, todavia, no início do século XX, com Edmund Husserl, discípulo de Franz Brentano, que a fenomenologia nasce enquanto doutrina filosófica propriamente dita. A fenomenologia husserliana pretende, antes de mais, trazer objetividade, cientificidade à filosofia, como se pode verificar desde logo no título do livro de 1911 A Filosofia como Ciência do Rigor. É como se, a partir da sua fenomenologia, a filosofia rompesse com a subjetividade que sempre tivera para alcançar a objetividade que sempre ambicionou, mas que segundo Husserl nunca alcançou. A filosofia teria assim feito o mesmo trajeto que a Ciência desde a pré-cientificidade obscura e preconceituosa da Idade Média até à nitidez objetiva que tem na modernidade.
Husserl pretendia alcançar a objetividade através do "retorno às próprias coisas", quer dizer, despindo o conhecimento dos preconceitos adquiridos ao longo da história da filosofia, para ver as coisas como elas são ou, mais exatamente, tal como elas se nos apresentam, para de seguida se poder descrever os fenómenos com exatidão. A filosofia tinha-se tornado, segundo Husserl, demasiado abstrata e afastada do objeto que pretendia estudar; haveria então que prestar novamente atenção à "vivência" (Erlebnis), ao que se presentifica, ao que se apresenta, mais do que ao que se representa.
Uma das palavras-chave da fenomenologia husserliana é a "intencionalidade". Designa-se com isto o facto de a consciência ser sempre consciência de alguma coisa, o facto de a consciência ser, portanto, intencional, quer dizer, tender pela sua própria natureza, para o objeto. O filósofo fenomenólogo deve então não só estudar isso para que a consciência tende, para onde ela dirige a sua intenção, mas também a própria consciência em que radica a subjetividade.
A fenomenologia é uma ciência descritiva das essências da consciência pura, essências essas que resultam de um conhecimento evidente baseado na intuição, não na intuição sensível, mas eidética ou inteligível.
Desde então a fenomenologia passou a ser um método que diversos investigadores aplicam em domínios tão variados como a religião (fenomenologia da religião) ou a estética (fenomenologia da estética).
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Como referenciar
fenomenologia na Infopédia [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$fenomenologia [visualizado em 2025-06-23 10:06:16].
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