Fernando Calhau
Fernando Calhau nasceu em Lisboa, em 1948, e faleceu na mesma cidade, no dia 12 de junho de 2002.
Concluiu o Curso Complementar de Pintura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1973, e nesse mesmo ano ganhou uma bolsa de pós graduação em gravura concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian para frequência de estudos na Slade School of Fine Art, University College, Londres, onde foi aluno de Bartolomeu Cid dos Santos.
Enquanto estudante de liceu, Fernando Calhau praticou gravura na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses. Foi aí que, através de informação que a Sociedade tinha disponível para os sócios (como a revista Art in América), Fernando Calhau teve acesso a fenómenos americanos como a arte pop e minimal. Isto coincidiu com o seu ano de entrada na faculdade, onde encontrou um ambiente ainda muito isolado e completamente académico. Existia, ainda, uma separação entre o trabalho produzido na escola e o trabalho artístico autoral que Fernando Calhau e outros artistas da sua geração iam produzindo. A introdução de outros materiais como o acrílico em vez do óleo permitiu lhe um novo estilo de trabalho, que o próprio material forçava, e esse processo foi determinante na sua evolução, na autonomização face à escola e na relação com o pop e com o minimal. Apesar de artistas da geração anterior à sua já trabalharem com materiais sintéticos, foi a consciência pop que demarcou esta geração da anterior. Dentro deste "ambiente pop", Fernando Calhau começou a ligar se não às estratégias da figuração pop mas a um universo visual mais amplo, resultado, talvez, de um cruzamento com o minimal. Não do minimal como escola, mas de um universo cruzado, interessando se mais pelas componentes de serialidade, repetição.
Portanto, o seu trabalho em gravura é, em primeiro lugar, a prática na qual se enraízam as diversas linhas que segue: o interesse pela pop, o monocromatismo, o interesse pela reprodutibilidade respeitando a manufatura como um percurso de afinação de virtuosismo.
A sua estadia em Londres desenvolveu lhe o interesse pela fotogravura o que o levou, por sua vez, ao interesse pela fotografia na qual trabalhou afincadamente a partir de 1975, pondo de lado os pincéis e a tela.
O seu trabalho fotográfico está, assim, ligado à pintura e à fotogravura, dissociado da história da fotografia. O que lhe interessa é o carácter serial, realizando séries de 35 ou 36 imagens como, por exemplo, o conjunto de trabalhos intitulado Night Works onde se cruza o monocromatismo com o declarado interesse pelo romantismo. A temática da noite trouxe lhe o interesse pelo filme Super 8 mm. É o caso do filme Destruição, 1975, auto retrato cobrindo o ecrã de negro. E foi entre o filme e a fotografia que Fernando Calhau reencontrou a pintura, desenvolvendo, na década de oitenta, um trabalho sobre o suporte e a forma, a escala e a arquitetura do espaço seco e liminar. Exemplo disso são as Shaped Canvases (1987), as obras negras monocromáticas (1988) e as pinturas que Fernando Calhau realizou a partir de 1994/95. Estas últimas são significativas porque próximas e, ao mesmo tempo, diversas de tudo o que fez. Nelas encontramos céus noturnos, trabalho comparável ao projeto da década anterior Night Works.
Concluiu o Curso Complementar de Pintura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1973, e nesse mesmo ano ganhou uma bolsa de pós graduação em gravura concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian para frequência de estudos na Slade School of Fine Art, University College, Londres, onde foi aluno de Bartolomeu Cid dos Santos.
Enquanto estudante de liceu, Fernando Calhau praticou gravura na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses. Foi aí que, através de informação que a Sociedade tinha disponível para os sócios (como a revista Art in América), Fernando Calhau teve acesso a fenómenos americanos como a arte pop e minimal. Isto coincidiu com o seu ano de entrada na faculdade, onde encontrou um ambiente ainda muito isolado e completamente académico. Existia, ainda, uma separação entre o trabalho produzido na escola e o trabalho artístico autoral que Fernando Calhau e outros artistas da sua geração iam produzindo. A introdução de outros materiais como o acrílico em vez do óleo permitiu lhe um novo estilo de trabalho, que o próprio material forçava, e esse processo foi determinante na sua evolução, na autonomização face à escola e na relação com o pop e com o minimal. Apesar de artistas da geração anterior à sua já trabalharem com materiais sintéticos, foi a consciência pop que demarcou esta geração da anterior. Dentro deste "ambiente pop", Fernando Calhau começou a ligar se não às estratégias da figuração pop mas a um universo visual mais amplo, resultado, talvez, de um cruzamento com o minimal. Não do minimal como escola, mas de um universo cruzado, interessando se mais pelas componentes de serialidade, repetição.
Portanto, o seu trabalho em gravura é, em primeiro lugar, a prática na qual se enraízam as diversas linhas que segue: o interesse pela pop, o monocromatismo, o interesse pela reprodutibilidade respeitando a manufatura como um percurso de afinação de virtuosismo.
A sua estadia em Londres desenvolveu lhe o interesse pela fotogravura o que o levou, por sua vez, ao interesse pela fotografia na qual trabalhou afincadamente a partir de 1975, pondo de lado os pincéis e a tela.
O seu trabalho fotográfico está, assim, ligado à pintura e à fotogravura, dissociado da história da fotografia. O que lhe interessa é o carácter serial, realizando séries de 35 ou 36 imagens como, por exemplo, o conjunto de trabalhos intitulado Night Works onde se cruza o monocromatismo com o declarado interesse pelo romantismo. A temática da noite trouxe lhe o interesse pelo filme Super 8 mm. É o caso do filme Destruição, 1975, auto retrato cobrindo o ecrã de negro. E foi entre o filme e a fotografia que Fernando Calhau reencontrou a pintura, desenvolvendo, na década de oitenta, um trabalho sobre o suporte e a forma, a escala e a arquitetura do espaço seco e liminar. Exemplo disso são as Shaped Canvases (1987), as obras negras monocromáticas (1988) e as pinturas que Fernando Calhau realizou a partir de 1994/95. Estas últimas são significativas porque próximas e, ao mesmo tempo, diversas de tudo o que fez. Nelas encontramos céus noturnos, trabalho comparável ao projeto da década anterior Night Works.
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Como referenciar
Porto Editora – Fernando Calhau na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-18 02:31:46]. Disponível em
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