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Fernando Lemos
Artista plástico português, José Fernandes de Lemos nasceu em 1926, em Lisboa, e morreu a 18 de dezembro de 2019 em São Paulo, no Brasil. A sua atividade estendeu-se a áreas como a pintura, desenho, fotografia, gravura, artes gráficas e poesia. Estudou pintura e litografia na Escola de Artes Decorativas António Arroio e, depois, pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa.
Os seus tempos de adolescência foram passados dentro do meio artístico lisboeta. Aos 18 anos começou a trabalhar como desenhador de publicidade, o que aumentou o convívio com artistas e poetas. Desde cedo, Fernando Lemos definiu-se como "surrealista, pintando, desenhando, escrevendo poesia" e fotografando.
Os poucos anos que dedicou à fotografia tiveram a sua origem depois de umas férias (1947) passadas com o pintor Vespeira nas ilhas Berlengas onde realizou uma série de pinturas sobre a água. A noção de a água poder integrar a própria pintura desencadeou nela a ideia da fotografia, partindo da evidência da imagem fotográfica surgir de um elemento líquido.
Em 1949 comprou uma Flexaret e começou a fotografar. Nesta altura, já o período surrealista tinha passado e a fotografia que se fazia em Portugal era meramente paisagística. A necessidade inconsciente de liberdade de expressão levou Fernando Lemos a fotografar recorrendo a processos muito utilizados na fotografia surrealista (solarização, sobreposições, impressões em negativo e positivo) construindo uma linguagem de fragmentação da imagem (algo frequente, por exemplo, em Man Ray).
Em 1953, em virtude da sua oposição ao regime salazarista, muda se para São Paulo, Brasil, naturalizando-se brasileiro por volta de 1960. Em 1955, ganhou o prémio viagem da Fundação Bienal de São Paulo (3.a Bienal) e viaja pela Europa. Em 1962 recebe uma bolsa de estudos para o Japão, patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Na sua atividade como poeta e escritor integrou a redação do jornal Portugal Democrático, um jornal dedicado aos exilados políticos no Brasil, entre 1955 e 1975. Dedicou se, também, à escrita de poesia e, em 1985, publicou o livro intitulado Cá & Lá, editado pela Imprensa Nacional, Lisboa.
Na sua pintura, Fernando Lemos evoluiu de um abstracionismo geométrico (anos 70) para uma pintura de "rigor" com elementos figurativos onde ressurgem formas orgânicas com um tipo de construção e composição no espaço que se pode comparar ao início da sua obra nos anos 1950. Esta pintura está enraizada na fantasia e no lirismo.
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Como referenciar
Porto Editora – Fernando Lemos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-12 20:06:59]. Disponível em
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