Fernando Maurício
Fadista, Fernando da Silva Maurício nasceu a 21 de novembro de 1933, no Bairro da Mouraria, em Lisboa, cidade onde faleceu, a 15 de julho de 2003.
É um dos fadistas mais populares da segunda metade do século XX. Ficou conhecido como o Rei do Fado.
Fernando Maurício, mais do que um mero intérprete, sempre foi considerado a espécie de encarnação do próprio fado, até porque a sua biografia se confunde com a da canção de Lisboa. Como retrata o Conde Sobral, no fado que para si escreveu: «Eu nasci na Mouraria / Na Rua do Capelão / Onde a Severa vivia / Onde o fado é tradição (O Fado é o meu bairro)».
Neste contexto, não é de estranhar que, logo aos oito anos, Fernando Maurício cantasse numa taberna da Rua do Capelão, o Chico da Severa.
Também começou a trabalhar cedo, com apenas 13 anos, como sapateiro. Mas tal ofício nunca o impediu de continuar a cantar em coletividades, e chegou mesmo a ser distinguido com o terceiro prémio (Taça Berta Cardoso) do concurso de fados João Maria dos Anjos, promovido pelo jornal Ecos de Portugal.
Foi de resto este prémio que lhe permitiu obter a carteira profissional de artista. Contrataram-no, então, para atuar ao fim de semana nas casas Café Latino, Retiro dos Marialvas, Vera Cruz e Casablanca. Profissionalizou-se nos anos 50, e passou por muitas casas e retiros, entre os quais Café Luso, Adega Machado, O Faia, Nau Catrineta, Taverna d'el Rei, Adega Mesquita e, nos últimos anos da sua vida, n'Os Ferreiras. Também participou em vários programas de rádio e de televisão.
O seu talento foi reconhecido em vida com diversos prémios e distinções, entre os quais se destaca o Prémio da Imprensa (1969) e o Prémio de Prestígio e de Carreira Casa da Imprensa (1985).
Deu concertos em todo o país e no estrangeiro. A sua voz tornou famosos muitos fados, entre os quais "Saudades de mim" (João Gomes/Miguel Ramos), "O meu Bairro" (Conde de Sobral/Joaquim Campos), "O Leilão" (Linhares Barbosa/Alfredo Marceneiro), "Igreja de Santo Estêvão" (Gabriel Oliveira/Joaquim Campos), "Amigo João" (Jorge Fernando/Fado Corrido) ou "Boa Noite Solidão" (Jorge Fernando/Carlos da Maia).
Estes e muitos outros fados ficaram registados em vinil.
Em CD, destacam-se 21 Fados do Rei (Metro-Som, 1997) e Saudade de Fernando Maurício – Antologia 1961-1995 (Movieplay).
Em 1989, foi colocada na Mouraria uma lápide com o seu nome.
Em 1994, assinalou 50 anos de carreira com um espetáculo no Teatro São Luís, promovido pela Câmara Municipal de Lisboa.
Em 2001, num concerto no Coliseu dos Recreios, foi-lhe atribuído, pela Presidência da República, o título honorífico da Comenda do Bem-Fazer.
Fernando Maurício faleceu aos 70 anos, no Hospital de Santo António dos Capuchos, em Lisboa, vítima de trombose. A comunidade fadista prestou-lhe homenagem com um espetáculo no Coliseu de Lisboa.
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