Fernando Namora
Poeta, pintor, ficcionista e ensaísta, formou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra.
Colaborou com várias publicações periódicas, como Sol Nascente, O Diabo, Seara Nova, Mundo Literário, Presença, Altitude, Revista de Portugal, Vértice, entre outras. Autor de várias coletâneas de poesia e de uma pouco conhecida obra como artista plástico, é sobretudo como ficcionista que o nome de Fernando Namora marca a literatura portuguesa contemporânea, tendo granjeado um sucesso a nível nacional e internacional que não é alheio ao facto de essas duas vocações, a de poeta e a pintor, estarem "presentes no olhar e no dizer do ficcionista." (cf. MENDES, José Manuel - Encontros com Fernando Namora, Porto, 1979, p. 93).
Depois da publicação de dois romances, que refletem a experiência universitária coimbrã, numa já segura articulação entre a análise psicológica e a atenção às determinantes sociais e históricas da conduta do indivíduo, a publicação da novela A Casa da Malta irá inscrever este autor na corrente neorrealista, opção facilitada pelo contacto com a realidade social e humana que a experiência de médico em meios rurais lhe impunha. Entre as narrativas que marcam mais visivelmente esta intenção social contam-se o célebre volume Retalhos da Vida de um Médico e as narrativas Minas de São Francisco, A Noite e a Madrugada e O Trigo e o Joio, embora Fernando Namora tenha sempre rejeitado qualquer dicotomia entre literatura de cunho social e de cunho psicológico, considerando, pelo contrário, que "a sondagem 'psicológica' e a 'sociológica' pertencem à mesma incessante tentativa de nos conhecermos, situados na circunstância que nos molda e condiciona" (id. ibi., p. 34). Romances como O Homem Disfarçado ou Cidade Solitária situam-no já no âmbito da geração de 50, ou de uma segunda geração neorrealista, registando o influxo do existencialismo na novelística portuguesa.
Em 1965, abandonou a medicina para se consagrar à literatura, tendo então aceitado o cargo de presidente do Instituto de Cultura Portuguesa, no âmbito do qual desenvolveu iniciativas de apoio aos leitorados portugueses e presidiu à publicação de uma coleção de iniciação à cultura: a "Biblioteca Breve". Convicto de que o papel do escritor deverá ser o "de consciencializar e contestar, obstando à sacralização das pessoas e das fórmulas" (id. ibi., p. 110), a obra de Fernando Namora registou até às suas últimas produções, como constantes mais salientes, "a procura de uma íntima coerência (o rasgar das máscaras), o apelo à dignificação da existência, o apelo a tudo o que possa resgatar os humilhados e os atormentados, a descida aos abismos da solitude" (id. ibi., p. 31).
-
Retalhos da Vida de um MédicoObra literária de Fernando Namora que ganhou o Prémio Vértice. A primeira série foi publicada em 194...
-
Filipe AbranchesIlustrador e autor de banda desenhada português, Filipe Manuel Cardoso Bernardo Abranches Martins na
-
Nadir AfonsoArquiteto e pintor português, Nadir Afonso Rodrigues nasceu a 4 de dezembro de 1920, em Chaves, e mo
-
José Marques de AbreuArtista gráfico e professor português, José Antunes Marques de Abreu nasceu a 14 de novembro de 1879
-
Sara AfonsoA pintora Sara Afonso nasceu em Lisboa em 1899 e morreu em 1983 na mesma cidade. Passou a infância n
-
Abílio Mattos SilvaPintor português nascido a 1 de abril de 1908, no Sardoal, e falecido em 1985, destacou-se pelo seu
-
Adolph GottliebPintor norte-americano, Adolph Gottlieb nasceu em 1903, em Nova Iorque. Entre 1920 e 1930, estudou s
-
Agostinho MasucciPintor italiano setecentista, com oficina em Roma, que executou diversas obras para a capela-mor da
-
Jorge AfonsoPintor português, nascido cerca de 1475 e falecido em 1540, foi nomeado pintor régio por D. Manuel I
-
José AbrantesIlustrador, autor de banda desenhada (BD) e editor português, José Abrantes (que por vezes assina ta