Fernão Álvares do Oriente

Não há dados que nos permitam conhecer a data exata do nascimento de Fernão Álvares do Oriente, embora se aponte a data de 1540 como possível.
Em 1550, foi armado cavaleiro por D. Pedro de Menezes, a quem serviu zelosamente, como criado de sua casa, em tempo de paz e de guerra. Aliás, e dado que D. Pedro de Menezes foi capitão da cidade de Ceuta, acredita-se que também Francisco Álvares do Oriente aí tivesse combatido na sua juventude.
Mais tarde, em 1552, D. João III atribuiu-lhe os direitos e privilégios de cavaleiro como recompensa pelos serviços prestados e em finais de 1572 terá participado, como capitão, numa expedição naval contra os Mogores, na Índia, organizada pelo vice-rei D. António de Noronha. Em 1577, considerado por D. Sebastião como o "cavaleiro fidalgo", foi-lhe concedida por este a mercê de duas viagens entre a China e a Sunda, e em 1578 acompanha o rei ao Norte de África, sendo feito prisioneiro na fatídica Batalha de Alcácer Quibir.
No ano de 1587, durante o domínio filipino, no reinado de Filipe I de Portugal, foi-lhe concedida por este, devido aos serviços prestados, uma nova mercê de duas viagens, e, em 1591, desempenhou o cargo de vedor da fazenda de Ormuz. Entretanto, e porque corriam informações de que tomava atitudes prejudiciais ao reino e ao rei, Filipe I ordenou a Matias de Albuquerque, vice-rei da Índia, que o fizesse regressar à metrópole.
Finalmente, a 3 de março de 1600, Filipe II de Portugal entregou-lhe o cargo de escrivão do galeão da carreira do Maluco, por duas viagens, em virtude dos 12 anos de serviços prestados na Índia, em expedições militares e na defesa de fortalezas contra os ataques dos mouros, onde acabou por ser ferido.
Não é exata a data da sua morte. Contudo, aceita-se que possa ter ocorrido entre 1600 e 1607, pois aquando da edição da sua obra Lusitânia Transformada, em 1607, por Domingos Fernandes, este declarava que o autor já tinha morrido.