Forte de Santa Luzia (Elvas)
Nos arredores da fronteiriça cidade alentejana de Elvas desenvolveram-se uma série de fortificações dos séculos XVII-XVIII, perímetro defensivo monumental que provou a sua eficácia nas guerras da Restauração.
Com efeito, ao longo do desgastante cerco das "Linhas de Elvas", confrontação que decorreu entre os exércitos português e espanhol entre 22 de outubro de 1658 e 14 de janeiro de 1659, o enorme exército invasor, comandado por D. Luís de Haro, levantou cerco e retirou-se sem honra nem glória.
Alguns dos seus fortins foram construções efémeras, mas outros fortes houve que foram concebidos para permanecer e tolher o passo ao caminho dos exércitos invasores do território português. Neste último caso situam-se o notável Forte de N. Sra. da Graça (obra setecentista), o da Coroada e o Forte de Santa Luzia.
Este último ergue-se numa elevação, em redor de Capela de Santa Luzia, revelando-se uma obra de arquitetura militar seiscentista que alia à eficácia defensiva uma indesmentível qualidade estética.
O seu projeto esteve envolto em grande polémica e conheceu vários arquitetos, debatendo-se entre si diferentes conceitos de arquitetura militar italiana e francesa. Com efeito, o primeiro plano foi realizado em 1641 pelo português Matias de Albuquerque, redesenhado ainda nesse ano por Sebastião Frias, este último propondo uma planta em estrela.
Contudo, em 1642, o genovês Hieronimo Rosetti delineou um novo projeto que suscitou as maiores dúvidas ao francês Lassart. A polémica terminou com a arbitragem do arquiteto flamengo Cosmander, conseguindo este realizar aquela que é considerada como a mais importante fortaleza do século XVII do território nacional.
O perímetro defensivo de Santa Luzia define um quadrado composto por quatro baluartes, respetivamente de Santo António, Santa Isabel, S. Pedro e N. Sra. da Conceição. Em redor das cortinas pétreas, protegidas com canhoneiras e guaritas angulares, dispõem-se três fossos defensivos que são reforçados, a este e a sul, por dois revelins. O polígono fortificado tinha entre 20 e 25 canhões.
Transposta a imponente e aparatosa entrada coberta, a cidadela é delimitada por uma cortina de pedra reforçada por diversas guaritas, protegendo a Capela de Santa Luzia e a casa do governador militar, casamatas e duas grandes cisternas - dispositivos reforçados que podiam alimentar e matar a sede, durante cerca de dois ou três meses, a uma guarnição composta de 300 ou 400 homens.
Com efeito, ao longo do desgastante cerco das "Linhas de Elvas", confrontação que decorreu entre os exércitos português e espanhol entre 22 de outubro de 1658 e 14 de janeiro de 1659, o enorme exército invasor, comandado por D. Luís de Haro, levantou cerco e retirou-se sem honra nem glória.
Alguns dos seus fortins foram construções efémeras, mas outros fortes houve que foram concebidos para permanecer e tolher o passo ao caminho dos exércitos invasores do território português. Neste último caso situam-se o notável Forte de N. Sra. da Graça (obra setecentista), o da Coroada e o Forte de Santa Luzia.
O seu projeto esteve envolto em grande polémica e conheceu vários arquitetos, debatendo-se entre si diferentes conceitos de arquitetura militar italiana e francesa. Com efeito, o primeiro plano foi realizado em 1641 pelo português Matias de Albuquerque, redesenhado ainda nesse ano por Sebastião Frias, este último propondo uma planta em estrela.
Contudo, em 1642, o genovês Hieronimo Rosetti delineou um novo projeto que suscitou as maiores dúvidas ao francês Lassart. A polémica terminou com a arbitragem do arquiteto flamengo Cosmander, conseguindo este realizar aquela que é considerada como a mais importante fortaleza do século XVII do território nacional.
O perímetro defensivo de Santa Luzia define um quadrado composto por quatro baluartes, respetivamente de Santo António, Santa Isabel, S. Pedro e N. Sra. da Conceição. Em redor das cortinas pétreas, protegidas com canhoneiras e guaritas angulares, dispõem-se três fossos defensivos que são reforçados, a este e a sul, por dois revelins. O polígono fortificado tinha entre 20 e 25 canhões.
Transposta a imponente e aparatosa entrada coberta, a cidadela é delimitada por uma cortina de pedra reforçada por diversas guaritas, protegendo a Capela de Santa Luzia e a casa do governador militar, casamatas e duas grandes cisternas - dispositivos reforçados que podiam alimentar e matar a sede, durante cerca de dois ou três meses, a uma guarnição composta de 300 ou 400 homens.
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Como referenciar
Forte de Santa Luzia (Elvas) na Infopédia [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$forte-de-santa-luzia-(elvas) [visualizado em 2025-06-14 00:01:33].
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