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Nome dado a dois projetos políticos na Península Ibérica no século XX. Um foi o de João Franco Pinto Castelo-Branco, em vigor entre 1901 e 1908, em Portugal. Em Espanha entre 1947 e 1975 existiu um outro com idêntica designação, a partir da figura de Franco, general que governou o país durante esse período de forma férrea.
Esta ideologia, em Portugal, tinha um cariz liberal e progressista mas era anti-partidária, o que lhe configurava uma imagem em certa medida ditatorial. Nunca teve no entanto uma estruturação efetiva nem programa governamental, tendo sido sobretudo um movimento a favor da monarquia e contra a república.
Defendia a consolidação da autoridade do Governo, a limitação de liberdades individuais, como a da imprensa, e a reforma da organização administrativa e do ensino. Tentava também atacar o rotativismo partidário comum na altura.
Fotografia do militar e político espanhol Francisco Franco
Começou por ser um movimento esquerdista, passando depois à direita sob forma de ditadura. Esta última forma que assumiu provocou a morte daquele que tinha sido um dos principais apoiantes desta conceção política: o rei D. Carlos, assassinado em 1908. O seu filho, D. Manuel II, assim que se tornou rei eliminou o franquismo e afastou o seu inspirador, João Franco, dos círculos do poder e de influência no País.
Esta ideologia teve uma grande influência no sidonismo, movimento posterior que continuou o franquismo sob uma nova faceta não só ideológica mas essencialmente mais populista e granjeadora de simpatias em setores mais variados da sociedade portuguesa, ainda que enfrentando resistências.
Também em Espanha existiu um "sistema" político designado Franquismo estribado na posse do poder por parte da sua figura central, Francisco Franco Bahamonde (1892-1975), e dos seus correligionários e companheiros de governação no país durante quase meio século. Este sistema espanhol consolidou-se num regime político monopartidário de cariz ditatorial e inspirado no fascismo italiano e com certos resquícios do nazismo alemão, ombreando na Península Ibérica com um regime idêntico, o chamado Salazarismo ou "Estado Novo", fundado por António de Oliveira Salazar.
O Franquismo espanhol foi fundado em 1947, do ponto de vista da sua conceção de regime político e da sua ideia de Estado, com a proclamação por Franco da Espanha como um "Estado católico e social", anunciando uma ulterior restauração da monarquia. Franco intitulou-se "protetor-regente" da nação espanhola e assumiu as funções de chefe de governo, que já detinha na prática desde 1939, no fim da Guerra Civil (1936-1939). Em 1969 Franco declarou o príncipe D. Juan Carlos como seu sucessor. Franco era também chefe supremo das Forças Armadas e empreendeu uma política de repressão contra a Esquerda espanhola, os sindicatos e os "democratas". Tentando contrariar o isolamento em que a Espanha tinha caído, aderiu à NATO em 1954, em 1955 à ONU e à OECE em 1958, cedendo também bases militares aos americanos em território espanhol. A repressão foi uma das palavras de ordem do regime: em 1964 foi executado Julián Grimau, secretário-geral do Partido Comunista Espanhol e em 1974 o mesmo se fez a Puig Antich, anarquista. Franco começou a "abrir" gradativamente o regime a partir de 1963, principalmente na esfera económica, ainda que mantendo uma economia fortemente dirigida pelo Estado, pelos tecnocratas da Opus Dei, ainda que as realidades da economia de mercado estivessem fora da política económica franquista. A Igreja tinha também um forte pendor e influência no regime. A agonia do Franquismo deu-se em 1975, com a morte do Generalíssimo Franco e com a abertura democrática do seu sucessor, o rei D. Juan Carlos.
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Como referenciar
Porto Editora – franquismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-30 20:24:21]. Disponível em

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