Frei Caneca
Monge carmelita e político brasileiro, Joaquim da Silva Rabelo, mais tarde Frei Joaquim do Amor Divino Caneca ou simplesmente Frei Caneca, como ficou conhecido para a História, nasceu no Brasil, em julho de 1779 na cidade do Recife, onde morreu fuzilado a 13 de janeiro de 1825. Foi um defensor das ideias liberais e republicanas no Brasil no primeiro quartel do século XIX. Publicou vários escritos políticos e participou ativamente nos episódios revolucionários que tiveram lugar em Pernambuco.
O nome "caneca", que o acompanhou toda a vida, recebeu-o na rua, onde em criança vendia as canecas que o pai fabricava, um tanoeiro português do Recife. Entrou num convento carmelita e tomou ordens com apenas 22 anos. Estudou no recém-criado seminário de Olinda, um ninho de ideias liberais, onde alicerçou a erudição que o havia de distinguir. Defendeu as suas ideias através da escrita, mas não se escusava a tomar parte na ação. Entrou já tarde na política ativa, aos 37 anos, mas foram os últimos quatro anos da sua vida que marcaram a sua intervenção como político e revolucionário. Entre os vários escritos que deixou destacam-se: "Dissertação sobre o que se deve entender por pátria do cidadão e deveres deste para com a mesma pátria" (1822), "O Caçador" e as "Cartas de Pítias a Damão" (1823), "Typhis Pernambucano" (1823) e "Itinerário" (1824), onde descreveu o seu próprio julgamento e condenação à morte.
Teve um papel ativo na Revolução Pernambucana (1817) que proclamou um regime republicano efémero. O fracasso do movimento conduziu-o à prisão na Baía, mas veio a ser libertado em 1821, tendo regressado a Pernambuco para continuar a sua cruzada ideológica. Nesse mesmo ano, juntou-se ao Movimento de Goiana que levou à criação da Junta Governativa de Pernambuco, o primeiro governo autónomo da Província que durou apenas um ano, tendo sido deposta pela Junta dos Matutos em 1822. A ação política de Frei Caneca torna-se mais relevante por altura do outorgamento da Constituição de 1824, muito contestado em Pernambuco. Defensor da autonomia governativa da Província face ao poder da Corte no Rio de Janeiro, Frei Caneca apoiou o movimento, conhecido como Confederação do Equador, não só com o seu jornal "Typhis Pernambucano", mas também como conselheiro do presidente da Confederação, Manuel de Carvalho Paes de Andrade.
A reação não se fez esperar e do Rio de Janeiro veio uma esquadra e tropas para combater os rebeldes. Os conflitos alastraram-se às províncias vizinhas de Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, para onde entretanto fugira Frei Caneca. Em fins de novembro, acabou por ser preso e conduzido para o Recife. No início de 1825 e perante a recusa de três carrascos em executar a sentença do tribunal de morte por enforcamento, Frei Caneca morre fuzilado amarrado ao poste da forca. Foi sepultado no Convento do Carmo, no Recife.
O nome "caneca", que o acompanhou toda a vida, recebeu-o na rua, onde em criança vendia as canecas que o pai fabricava, um tanoeiro português do Recife. Entrou num convento carmelita e tomou ordens com apenas 22 anos. Estudou no recém-criado seminário de Olinda, um ninho de ideias liberais, onde alicerçou a erudição que o havia de distinguir. Defendeu as suas ideias através da escrita, mas não se escusava a tomar parte na ação. Entrou já tarde na política ativa, aos 37 anos, mas foram os últimos quatro anos da sua vida que marcaram a sua intervenção como político e revolucionário. Entre os vários escritos que deixou destacam-se: "Dissertação sobre o que se deve entender por pátria do cidadão e deveres deste para com a mesma pátria" (1822), "O Caçador" e as "Cartas de Pítias a Damão" (1823), "Typhis Pernambucano" (1823) e "Itinerário" (1824), onde descreveu o seu próprio julgamento e condenação à morte.
Teve um papel ativo na Revolução Pernambucana (1817) que proclamou um regime republicano efémero. O fracasso do movimento conduziu-o à prisão na Baía, mas veio a ser libertado em 1821, tendo regressado a Pernambuco para continuar a sua cruzada ideológica. Nesse mesmo ano, juntou-se ao Movimento de Goiana que levou à criação da Junta Governativa de Pernambuco, o primeiro governo autónomo da Província que durou apenas um ano, tendo sido deposta pela Junta dos Matutos em 1822. A ação política de Frei Caneca torna-se mais relevante por altura do outorgamento da Constituição de 1824, muito contestado em Pernambuco. Defensor da autonomia governativa da Província face ao poder da Corte no Rio de Janeiro, Frei Caneca apoiou o movimento, conhecido como Confederação do Equador, não só com o seu jornal "Typhis Pernambucano", mas também como conselheiro do presidente da Confederação, Manuel de Carvalho Paes de Andrade.
A reação não se fez esperar e do Rio de Janeiro veio uma esquadra e tropas para combater os rebeldes. Os conflitos alastraram-se às províncias vizinhas de Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, para onde entretanto fugira Frei Caneca. Em fins de novembro, acabou por ser preso e conduzido para o Recife. No início de 1825 e perante a recusa de três carrascos em executar a sentença do tribunal de morte por enforcamento, Frei Caneca morre fuzilado amarrado ao poste da forca. Foi sepultado no Convento do Carmo, no Recife.
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Como referenciar
Porto Editora – Frei Caneca na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-17 20:04:26]. Disponível em
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