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Gary Hume
Nascido em Kent, Inglaterra, Gary Hume é reconhecido como um dos pintores mais significativos da década de 1990 no Reino Unido. Desde a sua licenciatura pelo Goldsmith's College, Londres, 1988, tem sido associado aos sucessos de uma brilhante geração de jovens artistas britânicos.
Nas suas obras, Gary Hume prefere motivos e materiais da vida quotidiana e da cultura pop; utiliza vernizes de alto brilho, de uso comum. Quanto ao suporte, passou da tela para o alumínio e MDF. A sua primeira grande série de trabalhos, Doors (1988-1992), representa portas em vaivém duplas, como as que se encontram em hospitais e outros edifícios públicos. O tamanho dos quadros, quase sempre reduzidos a formas retangulares, correspondem ao tamanho das portas. Deste ponto de vista, as pinturas de portas de Hume são uma expressão da diferença entre a representação e o representado. Depois de uma breve fase em que realizou trabalhos como Housewife Sculpture (1992) - feita de bacias e rede metálica - e um vídeo gravado (Me as King Cnut, 1992), Hume começou, a partir de 1993, a produzir quadros figurativos. Tomou como modelos os desenhos de silhuetas em lâmina de acetato de tamanho A4, feitos de reproduções vindas da cultura pop como jornais e livros de arte, revistas pornográficas ou de moda. Quando foi questionado acerca dos seus critérios de seleção, respondeu que os elege pela sua capacidade de irradiar beleza e sentimento. Esses critérios podem apreciar-se particularmente nos quadros pintados segundo as fotografias tiradas das estátuas que se encontram no Estádio Olímpico de Mussolini em Roma (Hero, 1993; Vicious, 1994; Love Love's Unlovable, 1994). Mas Hume também encontra o difícil equilíbrio entre cultura trivial, emoção e beleza nos seus retratos de mulheres, de plantas e animais e, inclusivamente, nos seus trabalhos abstratos e psicologicamente significativos.
Como prova disso é a estratégia, usual no trabalho de Gary Hume, de começar a partir de uma imagem familiar - uma fotografia de alguma pessoa famosa, algumas flores, qualquer coisa - e sem realmente distorcê-la, alterá-la de uma tal forma que, quando se olha para a pintura, o tema não fica claro na mente. É uma reminiscência do que acontece quando olhamos para o famoso retrato de dois perfis que também representa um vaso, quando se inverte o relacionamento da figura com a base. Com frequência a figura e a base recebem a mesma ênfase nas pinturas de Hume, uma metáfora do próprio relacionamento do artista com a cultura em geral.
As pinturas de Hume são sinceras e comprometidas. A escolha de cores e do tema, que pode ser - e muitas vezes é - considerada ironicamente de mau gosto, ou mesmo sarcástica, pretende ser bela e humana ('beleza' e 'humanidade' são duas palavras que Hume utiliza muito quando fala sobre o seu trabalho). Ele quer imbuir o seu trabalho de um tipo de integridade moral, prática e quotidiana. O que os seus trabalhos têm na sua base é um rigor intelectual - um tipo de integridade diferente. Com as invenções de outras formas de pintar e a ameaça da redundância, a pintura conseguiu encontrar o seu lugar, concentrando-se nas coisas consideradas exclusivas da pintura e desconsiderando as coisas que também podiam ser alcançadas por outros meios mais recentes. Acreditava-se que a representação figurativa
comprometia a integridade da pintura, pois ocultava o seu direito à vida.
As pinturas figurativas de Hume fazem coisas que não podem ser feitas de nenhuma outra forma, a sua conceção é completa. O tipo de pintura, o tipo de suporte, a cor, o tratamento da imagem são bastante específicos e essenciais ao trabalho enquanto objeto. Apesar da simplicidade dos meios utilizados e dos temas pueris, os seus trabalhos conseguem manter um elemento oculto.
As suas obras fazem parte das coleções da Saatchi, do British Council e do Art Institute of Chicago, Estados Unidos da América. Ganhou o Jerwood Painting Prize em 1997 e é membro da Royal Academy desde 24 de maio de 2001.
Nas suas obras, Gary Hume prefere motivos e materiais da vida quotidiana e da cultura pop; utiliza vernizes de alto brilho, de uso comum. Quanto ao suporte, passou da tela para o alumínio e MDF. A sua primeira grande série de trabalhos, Doors (1988-1992), representa portas em vaivém duplas, como as que se encontram em hospitais e outros edifícios públicos. O tamanho dos quadros, quase sempre reduzidos a formas retangulares, correspondem ao tamanho das portas. Deste ponto de vista, as pinturas de portas de Hume são uma expressão da diferença entre a representação e o representado. Depois de uma breve fase em que realizou trabalhos como Housewife Sculpture (1992) - feita de bacias e rede metálica - e um vídeo gravado (Me as King Cnut, 1992), Hume começou, a partir de 1993, a produzir quadros figurativos. Tomou como modelos os desenhos de silhuetas em lâmina de acetato de tamanho A4, feitos de reproduções vindas da cultura pop como jornais e livros de arte, revistas pornográficas ou de moda. Quando foi questionado acerca dos seus critérios de seleção, respondeu que os elege pela sua capacidade de irradiar beleza e sentimento. Esses critérios podem apreciar-se particularmente nos quadros pintados segundo as fotografias tiradas das estátuas que se encontram no Estádio Olímpico de Mussolini em Roma (Hero, 1993; Vicious, 1994; Love Love's Unlovable, 1994). Mas Hume também encontra o difícil equilíbrio entre cultura trivial, emoção e beleza nos seus retratos de mulheres, de plantas e animais e, inclusivamente, nos seus trabalhos abstratos e psicologicamente significativos.
Como prova disso é a estratégia, usual no trabalho de Gary Hume, de começar a partir de uma imagem familiar - uma fotografia de alguma pessoa famosa, algumas flores, qualquer coisa - e sem realmente distorcê-la, alterá-la de uma tal forma que, quando se olha para a pintura, o tema não fica claro na mente. É uma reminiscência do que acontece quando olhamos para o famoso retrato de dois perfis que também representa um vaso, quando se inverte o relacionamento da figura com a base. Com frequência a figura e a base recebem a mesma ênfase nas pinturas de Hume, uma metáfora do próprio relacionamento do artista com a cultura em geral.
As pinturas de Hume são sinceras e comprometidas. A escolha de cores e do tema, que pode ser - e muitas vezes é - considerada ironicamente de mau gosto, ou mesmo sarcástica, pretende ser bela e humana ('beleza' e 'humanidade' são duas palavras que Hume utiliza muito quando fala sobre o seu trabalho). Ele quer imbuir o seu trabalho de um tipo de integridade moral, prática e quotidiana. O que os seus trabalhos têm na sua base é um rigor intelectual - um tipo de integridade diferente. Com as invenções de outras formas de pintar e a ameaça da redundância, a pintura conseguiu encontrar o seu lugar, concentrando-se nas coisas consideradas exclusivas da pintura e desconsiderando as coisas que também podiam ser alcançadas por outros meios mais recentes. Acreditava-se que a representação figurativa
comprometia a integridade da pintura, pois ocultava o seu direito à vida.
As pinturas figurativas de Hume fazem coisas que não podem ser feitas de nenhuma outra forma, a sua conceção é completa. O tipo de pintura, o tipo de suporte, a cor, o tratamento da imagem são bastante específicos e essenciais ao trabalho enquanto objeto. Apesar da simplicidade dos meios utilizados e dos temas pueris, os seus trabalhos conseguem manter um elemento oculto.
As suas obras fazem parte das coleções da Saatchi, do British Council e do Art Institute of Chicago, Estados Unidos da América. Ganhou o Jerwood Painting Prize em 1997 e é membro da Royal Academy desde 24 de maio de 2001.
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Como referenciar
Porto Editora – Gary Hume na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-09 15:46:13]. Disponível em
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