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O génio era, segundo a crença romana, o demónio (destituído da conotação maléfica que lhe foi atribuída posteriormente) que se encontrava subjacente na vida de toda e qualquer pessoa e a acompanhava, consequentemente, desde que nascia até morrer.

Pode dizer-se que tem paralelismo na religião católica cristã com o anjo da guarda ou custódio, e até mesmo os deuses romanos tinham os seus génios que eram alvo de culto específico. Durante a vigência do Império, o génio do imperador secundava o poder pessoal de que este se revestia, chegando a ser cultuado publicamente pela importância que adquiriu.
O génio tinha a missão de proteger a pessoa e a ele era frequentemente erigido um altar no qual se venerava e faziam oferendas. Crê-se que inicialmente pudesse possuir também uma característica favorecedora da reprodução (presidindo ao leito conjugal), o que sublinha a importância do altar e de atrair a simpatia desta entidade sobrenatural.
 

Este culto relaciona-se tanto com o do demónio pessoal cultuado na Grécia como o dos Lares domésticos romanos. Os génios foram representados de diversas formas, entre as quais as de jovens com coroas de flores e cornucópias, simbolizando a felicidade e a abundância. O génio dos pater familias apareceu, por sua vez, sob a forma de uma serpente nos altares caseiros da cidade soterrada de Pompeia e em moedas da época de Nero (54-68 d. C.).

O génio das mulheres e das deusas tinha o nome de "Juno" ou "Iuno". Perdurou até ao século XXI o termo de genius loci, utilizado em arquitetura e que designa, tal como se concebeu originalmente, o "espírito do lugar", que confere especificidade, identidade e torna único um determinado espaço. De igual forma, havia, além dos mencionados, os génios tutelares das entidades coletivas, como os colégios e confrarias. O génio concebido como um demónio maléfico foi em épocas subsequentes associado à bruxaria.

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Como referenciar
Porto Editora – génio na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-30 22:05:22]. Disponível em

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