Grande Marcha dos Bóeres
Para proteger a rota das Índias das ameaças francesas, os Ingleses ocupam o Cabo em setembro de 1795.
Em 1803, na sequência do Tratado de Amiens, devolvem-no, porém, aos Holandeses, ali instalados desde o século XVIII. Denominavam-se, devido à sua atividade preponderante - a agricultura - boers ou boéres (lavradores em afrikans, idioma neerlandês idêntico ao dos Países Baixos).
Em 1806, dá-se a reocupação britânica, com posse definitiva conferida pelo Tratado de Paris (1814). Os Boéres acusavam de falta de proteção a Companhia Holandesa das Índias, o que os fez, no princípio, receber bem a administração britânica. Todavia, uma numerosa afluência crescente de colonos britânicos ao Cabo e principalmente a abolição da escravatura, em 1833, nos domínios ingleses, contrária à prática dos colonos holandeses daquela região, lança os Boéres num descontentamento antibritânico. Por isso, este conjunto de pressões obrigá-los-á a empreender uma grande marcha (trek, em afrikans) para os territórios descolonizados a noroeste da Província do Cabo. Esta grande migração boer ocorre ao mesmo tempo que sangrentas incursões zulus em territórios bantus (povos da África Meridional).
Fugindo da dominação inglesa, cerca de 12 000 boéres procuram então novas terras de colonização. Um primeiro grupo instala-se no Natal, a leste, comandado por A. Pretorius, dividindo, porém, este território com zulos, que os atacam. Os Boers respondem, vencendo aqueles belicosos guerreiros africanos em Blood River (rio do Sangue), assim batizado em memória do que foi aquele episódio guerreiro, em dezembro de 1838. Organizam-se, então, como República do Natal, terra descoberta pelo português Vasco da Gama, que ali chegou no dia de Natal de 1498. A Inglaterra, porém, anexa-o em 1843. Outros núcleos boéres, rumando a norte, fundam repúblicas boéres entre o Vaal e o Limpopo (Transvaal e República Sul-africana) e o Estado Livre de Orange (entre o Vaal e o Orange, com capital em Bloemfontein).
Em 1852 e 1854, respetivamente, estes estados são reconhecidos pelos Britânicos. Ambos eram de cariz conservador, profundamente religiosos e basicamente agrícolas, até à febre do ouro e diamantes (1867) que atrairá ingleses para aquelas repúblicas boéres, complicando uma coexistência já antes difícil.
Em 1877, o Transvaal é anexado pelos Ingleses, depois do mesmo ter acontecido com Orange. Começava o prelúdio de uma guerra que se desencadeará em finais do século XIX e princípio do século XX.
Em 1803, na sequência do Tratado de Amiens, devolvem-no, porém, aos Holandeses, ali instalados desde o século XVIII. Denominavam-se, devido à sua atividade preponderante - a agricultura - boers ou boéres (lavradores em afrikans, idioma neerlandês idêntico ao dos Países Baixos).
Em 1806, dá-se a reocupação britânica, com posse definitiva conferida pelo Tratado de Paris (1814). Os Boéres acusavam de falta de proteção a Companhia Holandesa das Índias, o que os fez, no princípio, receber bem a administração britânica. Todavia, uma numerosa afluência crescente de colonos britânicos ao Cabo e principalmente a abolição da escravatura, em 1833, nos domínios ingleses, contrária à prática dos colonos holandeses daquela região, lança os Boéres num descontentamento antibritânico. Por isso, este conjunto de pressões obrigá-los-á a empreender uma grande marcha (trek, em afrikans) para os territórios descolonizados a noroeste da Província do Cabo. Esta grande migração boer ocorre ao mesmo tempo que sangrentas incursões zulus em territórios bantus (povos da África Meridional).
Fugindo da dominação inglesa, cerca de 12 000 boéres procuram então novas terras de colonização. Um primeiro grupo instala-se no Natal, a leste, comandado por A. Pretorius, dividindo, porém, este território com zulos, que os atacam. Os Boers respondem, vencendo aqueles belicosos guerreiros africanos em Blood River (rio do Sangue), assim batizado em memória do que foi aquele episódio guerreiro, em dezembro de 1838. Organizam-se, então, como República do Natal, terra descoberta pelo português Vasco da Gama, que ali chegou no dia de Natal de 1498. A Inglaterra, porém, anexa-o em 1843. Outros núcleos boéres, rumando a norte, fundam repúblicas boéres entre o Vaal e o Limpopo (Transvaal e República Sul-africana) e o Estado Livre de Orange (entre o Vaal e o Orange, com capital em Bloemfontein).
Em 1852 e 1854, respetivamente, estes estados são reconhecidos pelos Britânicos. Ambos eram de cariz conservador, profundamente religiosos e basicamente agrícolas, até à febre do ouro e diamantes (1867) que atrairá ingleses para aquelas repúblicas boéres, complicando uma coexistência já antes difícil.
Em 1877, o Transvaal é anexado pelos Ingleses, depois do mesmo ter acontecido com Orange. Começava o prelúdio de uma guerra que se desencadeará em finais do século XIX e princípio do século XX.
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Como referenciar
Porto Editora – Grande Marcha dos Bóeres na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-24 00:48:51]. Disponível em
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