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granitização
Os domínios da fusão parcial e do metamorfismo sobrepõem-se, e os geólogos levantam o problema das relações existentes entre metamorfismo e granitização.
Na primeira metade do século XIX, Scheerer, Boué, Deville e Virlet d' Aoust admitiram a "transformação das rochas sedimentares em granito".
Esta "granitização", segundo Virlet d' Aoust, realiza-se devido a fatores que os geólogos procuraram definir. Élie de Beauncont e Deville denominaram-no "mineralizador", Seress "vapores juvenis", Termier "colunas filtrantes" e Michel Lévy "embebição granítica". Em 1926 os trabalhos de Sederholm e de Wegmann deram um novo impulso a esta questão, demonstrando a existência de migmatitos e de granitos de anatexia, e a impregnação magmática era denominada "ichor" (termo que, em grego, designa originalmente o sangue dos deuses).
Esta noção do granito como o último termo do metamorfismo foi apoiada pela anatexia experimental. Esta notável experiência, de síntese de um granito, foi realizada por J. Wyart em 1955 a partir de uma obsidiana (vidro vulcânico) das ilhas Lipari.
Uma amostra de obsidiana, de composição química global idêntica à de um granito, foi colocada numa autoclave de aço muito espesso e mantida durante vários dias, em presença de uma solução alcalina, à temperatura de entre 400 oC e 700 oC e à pressão de 1500 a 3000 kg/cm2, comparáveis às condições em que o granito se formava na natureza.
No seu relatório, Wyart escreveu: "Retirei da autoclave um bloco sólido inteiramente cristalino, na superfície do qual se identificavam cristais de quartzo piramidados e finas agulhas de uma anfíbola monoclínica. Em lâmina fina observa-se nitidamente a associação de feldspato e quartzo, semelhante a de certos microgranitos. Noutras experiências, pude verificar a presença de piroxena e biotite. Produzimos assim uma rocha inteiramente cristalina, com os constituintes mineralógicos do granito, pela mesma ordem de formação."
Depois de 1955, as experiências de síntese do granito multiplicaram-se, tanto em França (Wyart e Sabatier) como na Alemanha (Winkler). Este geólogo realizou todas as suas experiências a uma pressão de 2000 atmosferas, que corresponde à profundidade de 7 a 8 quilómetros, e a uma temperatura compreendida entre os 610 e 810 oC. Trabalhou com argilas e margas de diferentes composições. Em todos os casos observou, abaixo dos 600 oC, uma metamorfização que levava a formação de gneisse com cordierite. Depois, uma parte da mistura fundia e separava-se do resíduo ferromagnesiano. O líquido em fusão apresentava a composição de aplito (rocha de composição granítica), de granito ou granodiorito, conforme o teor em cloreto de sódio e carbonato de cálcio da argila inicial. Estas experiências mostraram que o metamorfismo intenso de argilas é seguido da formação de líquidos graníticos. No final do processo de metamorfismo, forma-se o granito nas zonas profundas, rocha que sintetiza os caracteres de rigidez e composição da crosta continental.
Na primeira metade do século XIX, Scheerer, Boué, Deville e Virlet d' Aoust admitiram a "transformação das rochas sedimentares em granito".
Esta "granitização", segundo Virlet d' Aoust, realiza-se devido a fatores que os geólogos procuraram definir. Élie de Beauncont e Deville denominaram-no "mineralizador", Seress "vapores juvenis", Termier "colunas filtrantes" e Michel Lévy "embebição granítica". Em 1926 os trabalhos de Sederholm e de Wegmann deram um novo impulso a esta questão, demonstrando a existência de migmatitos e de granitos de anatexia, e a impregnação magmática era denominada "ichor" (termo que, em grego, designa originalmente o sangue dos deuses).
Uma amostra de obsidiana, de composição química global idêntica à de um granito, foi colocada numa autoclave de aço muito espesso e mantida durante vários dias, em presença de uma solução alcalina, à temperatura de entre 400 oC e 700 oC e à pressão de 1500 a 3000 kg/cm2, comparáveis às condições em que o granito se formava na natureza.
No seu relatório, Wyart escreveu: "Retirei da autoclave um bloco sólido inteiramente cristalino, na superfície do qual se identificavam cristais de quartzo piramidados e finas agulhas de uma anfíbola monoclínica. Em lâmina fina observa-se nitidamente a associação de feldspato e quartzo, semelhante a de certos microgranitos. Noutras experiências, pude verificar a presença de piroxena e biotite. Produzimos assim uma rocha inteiramente cristalina, com os constituintes mineralógicos do granito, pela mesma ordem de formação."
Depois de 1955, as experiências de síntese do granito multiplicaram-se, tanto em França (Wyart e Sabatier) como na Alemanha (Winkler). Este geólogo realizou todas as suas experiências a uma pressão de 2000 atmosferas, que corresponde à profundidade de 7 a 8 quilómetros, e a uma temperatura compreendida entre os 610 e 810 oC. Trabalhou com argilas e margas de diferentes composições. Em todos os casos observou, abaixo dos 600 oC, uma metamorfização que levava a formação de gneisse com cordierite. Depois, uma parte da mistura fundia e separava-se do resíduo ferromagnesiano. O líquido em fusão apresentava a composição de aplito (rocha de composição granítica), de granito ou granodiorito, conforme o teor em cloreto de sódio e carbonato de cálcio da argila inicial. Estas experiências mostraram que o metamorfismo intenso de argilas é seguido da formação de líquidos graníticos. No final do processo de metamorfismo, forma-se o granito nas zonas profundas, rocha que sintetiza os caracteres de rigidez e composição da crosta continental.
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Como referenciar
Porto Editora – granitização na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-13 20:58:05]. Disponível em
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