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Gregório XII
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Papa italiano, chamava-se Angelo Correr (ou Corario) e nasceu em Veneza, por volta do ano de 1334.
Tinha desempenhado os cargos de secretário papal, patriarca de Veneza e cardeal presbítero de São Marcos.

Eleito em Roma, pelos cardeais ali reunidos em conclave, em pleno Cisma do Ocidente, tornou-se papa a 30 de novembro de 1406, contra os rogos da cúria cismática de Avinhão. Mais uma vez não se atenderam os pedidos do papa de Avinhão, Bento XIII (o cardeal espanhol Pedro de Luna), de que não se efetuasse uma eleição, mas Correr jurou que abdicaria se tal fosse necessário para a resolução do cisma (desde que Bento também resignasse).

Finalmente, os dois pontífices decidiram encontrar-se frente a frente para conversar sobre o problema, encontro que ficou estabelecido no acordo de Marselha (1407) e que se realizaria em Savona (Itália), em outubro de 1407. Contudo, começaram-se a movimentar forças políticas para quem a reunião representava uma ameaça, como por exemplo o rei Ladislau de Nápoles, que pretendia a condição do seu reconhecimento para a realização do encontro.
 

Gregório começou a pensar que talvez a reunião fosse uma armadilha que lhe tinham montado. Saiu em direção a Savona, atrasado, e acabou por ficar em Siena até ao mês de janeiro de 1408. Durante a sua permanência nesta cidade, Ladislau invadiu Roma e exigiu estar presente na conversa entre os dois pontífices. Esta foi-se adiando, e França declarou-se neutra, perdendo-se assim um apoio poderoso. O Colégio Cardinalício mudou-se de Roma para Pisa, juntando-se mais tarde os cardeais que tinham abandonado Bento XIII, e declararam que somente um concílio ecuménico resolveria a questão. Os papas viram-se assim privados pouco a pouco dos seus sustentáculos, perdendo autoridade e prestígio. Além disso, França e Inglaterra passaram a impor a autorização régia para a realização de qualquer contacto com Roma.

No Concílio de Pisa (março - junho de 1409) decidiu-se finalmente que os papas de Roma e de Avignon seriam depostos, culpados de perjúrio, por se negarem a abdicar conforme tinham jurado, por heresia contra este Concílio (uma vez que cada um deles tinha convocado um outro e não reconheciam a validade deste) e por cisma, que provocava a instabilidade no seio da Igreja. Foi então que se elegeu um novo papa, Alexandre V, ao qual se seguiu João XXIII, que conquistou Roma, em abril de 1411. Nesta altura, o rei de Nápoles considerou mais proveitoso reconhecer o papa de Pisa, ficando Gregório sem o seu apoio mais importante. Foi então obrigado a refugiar-se em Rimini, onde Carlos Malatesta lhe prestava proteção, perdendo qualquer poder efetivo.
Gregório abdicou em definitivo em julho de 1415, tornando-se legado na marca de Ancona, decano do Colégio Cardinalício e bispo de Porto. Acabaria por morrer a 18 de outubro de 1417, em Recanate.

Papa italiano, chamava-se Angelo Correr (ou Corario) e nasceu em Veneza, por volta do ano de 1334. Tinha desempenhado os cargos de secretário papal, patriarca de Veneza e cardeal presbítero de São Marcos.
Eleito em Roma, pelos cardeais ali reunidos em conclave, em pleno Cisma do Ocidente, tornou-se papa a 30 de novembro de 1406, contra os rogos da cúria cismática de Avinhão.
Mais uma vez não se atenderam os pedidos do papa de Avinhão, Bento XIII (o cardeal espanhol Pedro de Luna), de que não se efetuasse uma eleição, mas Correr jurou que abdicaria se tal fosse necessário para a resolução do cisma (desde que Bento também resignasse). Finalmente, os dois pontífices decidiram encontrar-se frente a frente para conversar sobre o problema, encontro que ficou estabelecido no acordo de Marselha (1407) e que se realizaria em Savona (Itália), em outubro de 1407. Contudo, começaram-se a movimentar forças políticas para quem a reunião representava uma ameaça, como por exemplo o rei Ladislau de Nápoles, que pretendia a condição do seu reconhecimento para a realização do encontro. Gregório começou a pensar que talvez a reunião fosse uma armadilha que lhe tinham montado. Saiu em direção a Savona, atrasado, e acabou por ficar em Siena até ao mês de janeiro de 1408. Durante a sua permanência nesta cidade, Ladislau invadiu Roma e exigiu estar presente na conversa entre os dois pontífices.

Esta foi-se adiando, e França declarou-se neutra, perdendo-se assim um apoio poderoso. O Colégio Cardinalício mudou-se de Roma para Pisa, juntando-se mais tarde os cardeais que tinham abandonado Bento XIII, e declararam que somente um concílio ecuménico resolveria a questão. Os papas viram-se assim privados pouco a pouco dos seus sustentáculos, perdendo autoridade e prestígio. Além disso, França e Inglaterra passaram a impor a autorização régia para a realização de qualquer contacto com Roma.

No Concílio de Pisa (março - junho de 1409) decidiu-se finalmente que os papas de Roma e de Avignon seriam depostos, culpados de perjúrio, por se negarem a abdicar conforme tinham jurado, por heresia contra este Concílio (uma vez que cada um deles tinha convocado um outro e não reconheciam a validade deste) e por cisma, que provocava a instabilidade no seio da Igreja. Foi então que se elegeu um novo papa, Alexandre V, ao qual se seguiu João XXIII, que conquistou Roma, em abril de 1411. Nesta altura, o rei de Nápoles considerou mais proveitoso reconhecer o papa de Pisa, ficando Gregório sem o seu apoio mais importante. Foi então obrigado a refugiar-se em Rimini, onde Carlos Malatesta lhe prestava proteção, perdendo qualquer poder efetivo.
Gregório abdicou em definitivo em julho de 1415, tornando-se legado na marca de Ancona, decano do Colégio Cardinalício e bispo de Porto. Acabaria por morrer a 18 de outubro de 1417, em Recanate.

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Como referenciar
Porto Editora – Gregório XII na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-21 07:00:17]. Disponível em
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