Guerra do Afeganistão
Desde a proclamação da República do Afeganistão (julho de 1973) a instabilidade política e governativa, tendo sempre como pano de fundo questões de ordem religiosa e social, foi uma constante. Em 1978, depois de um golpe de Estado donde sobressairão Noor Muhammad Taraki e Hafizullah Amin, o país adota um programa de desenvolvimento socioeconómico marcado por aquilo a que se chamou "socialismo científico". Os opositores a esta política, particularmente os muçulmanos mais devotos, especialmente entre as tribos das montanhas, iniciam um movimento de resistência armada.
Incapazes de conter a rebelião, Taraki e Amin pedem ajuda à URSS. Apesar da ajuda militar soviética, a resistência não desmobilizou. Em dezembro de 1979 a intervenção de Moscovo ganha novos contornos: Amin foi derrubado e assassinado por um golpe apoiado pelos soviéticos e o Afeganistão é ocupado pelo Exército Vermelho. De seguida, a URSS coloca no governo Babrak Karmal, um antigo vice-presidente exilado desde o ano anterior. A grande preocupação do novo governante é sufocar a revolta e neutralizar a resistência; a contestação não diminuiu mas o clima de tensão levou a que cerca de 3 milhões de afegãos procurassem refúgio no vizinho Paquistão. Em meados de 1980 as forças governamentais e os cerca de 118 mil soldados soviéticos detêm o controlo das principais cidades e vias de comunicação, mas todas as ações militares que organizam revelam-se insuficientes para desalojar os rebeldes, os conhecidos "mujaheddin". O conflito, entretanto, torna-se um assunto de interesse internacional envolvendo outras nações; os Estados Unidos e algumas nações muçulmanas fornecem armas e mantimentos aos guerrilheiros. Por seu turno, na URSS começavam a levantar-se vozes contra a intervenção num conflito sem grandes perspetivas de resolução e que custava muito dinheiro e muitas vidas. Em maio de 1986, os soviéticos terão instigado o golpe de Estado que derrubou Karmal e colocou no poder Muhammad Najibullah, antigo chefe da polícia do Estado. Entre maio de 1988 e fevereiro de 1989, Moscovo retirou as suas desgastadas tropas do Afeganistão mas a guerra civil continuou tão ou mais violenta do que antes.
Em 1992 Najibullah é deposto por outro grupo guerrilheiro e vários conflitos entre grupos tiveram lugar em Cabul. Mohaddedei é eleito presidente pelas mãos do Conselho Islâmico, o que não agradou ao chefe do grupo de guerrilha mais radical - Hekmatyar. Os conflitos sucedem-se e novo presidente é eleito, desta vez Rabbani. É proposto a Hekmatyar o cargo de primeiro-ministro como tentativa de acabar com os conflitos, mas o acordo não chegou a concretizar-se. Passaram-se dois anos de mais conflitos até que um grupo de sunitas ultrafundamentalistas começa a ganhar terreno - os Talibãs - cujo líder supremo, o "Mullah", é Muhammad Omar. Em 1996 os Talibãs invadem Cabul e tomam o poder. Instauram uma política fundamentalista islâmica extremamente rigorosa. Assassinam o líder comunista afegão Najibullah e procuram, desde então, controlar o resto do país, mas encontraram resistência por parte de um grupo guerrilheiro instalado a Norte do país, cujo líder é Ahmed Shah Massoud.
Como consequência das constantes guerrilhas e do regime imposto pelos Talibãs ao país, o Afeganistão é dos países mais pobres e com mais carências do mundo.
Desde o início da instabilidade política, social e económica que milhares de afegãos procuram refúgio fora das fronteiras, principalmente no Paquistão.
Esta situação tornou-se incontrolável após o dia 11 de setembro de 2001. Data em que os Estados Unidos da América sofreram o maior atentado terrorista de sempre, perpetrado por extremistas islâmicos, ao World Trade Center e ao Pentágono.
O principal suspeito dos norte-americanos de organizar ataques terroristas e de estar por trás do ataque de 11 de setembro chama-se Osama Bin Laden - poderoso líder terrorista que se encontrava refugiado no Afeganistão - e a sua organização chamada Al Qaeda que se encontra espalhada pelo mundo. Na sequência das investigações e da obtenção de provas, pediram ao governo talibã para que lhes entreguassem Bin Laden. Mas este era importante no Afeganistão pela ajuda financeira e militar que proporcionava aos Talibãs.
A hesitação dos Talibãs e a vontade norte-americana (apoiada por um grande número de países, incluindo do Médio Oriente) de acabar com as redes terroristas anunciavam a possibilidade de uma nova guerra no Afeganistão, o que veio a acontecer em outubro de 2001. Bases militares dos Talibã começaram a ser bombardeadas pelos Estados Unidos e as guerrilhas entre o grupo resistente do norte do país e os Talibãs agravaram-se. O governo talibã foi derrotado em princípios de dezembro de 2001.
Incapazes de conter a rebelião, Taraki e Amin pedem ajuda à URSS. Apesar da ajuda militar soviética, a resistência não desmobilizou. Em dezembro de 1979 a intervenção de Moscovo ganha novos contornos: Amin foi derrubado e assassinado por um golpe apoiado pelos soviéticos e o Afeganistão é ocupado pelo Exército Vermelho. De seguida, a URSS coloca no governo Babrak Karmal, um antigo vice-presidente exilado desde o ano anterior. A grande preocupação do novo governante é sufocar a revolta e neutralizar a resistência; a contestação não diminuiu mas o clima de tensão levou a que cerca de 3 milhões de afegãos procurassem refúgio no vizinho Paquistão. Em meados de 1980 as forças governamentais e os cerca de 118 mil soldados soviéticos detêm o controlo das principais cidades e vias de comunicação, mas todas as ações militares que organizam revelam-se insuficientes para desalojar os rebeldes, os conhecidos "mujaheddin". O conflito, entretanto, torna-se um assunto de interesse internacional envolvendo outras nações; os Estados Unidos e algumas nações muçulmanas fornecem armas e mantimentos aos guerrilheiros. Por seu turno, na URSS começavam a levantar-se vozes contra a intervenção num conflito sem grandes perspetivas de resolução e que custava muito dinheiro e muitas vidas. Em maio de 1986, os soviéticos terão instigado o golpe de Estado que derrubou Karmal e colocou no poder Muhammad Najibullah, antigo chefe da polícia do Estado. Entre maio de 1988 e fevereiro de 1989, Moscovo retirou as suas desgastadas tropas do Afeganistão mas a guerra civil continuou tão ou mais violenta do que antes.
Em 1992 Najibullah é deposto por outro grupo guerrilheiro e vários conflitos entre grupos tiveram lugar em Cabul. Mohaddedei é eleito presidente pelas mãos do Conselho Islâmico, o que não agradou ao chefe do grupo de guerrilha mais radical - Hekmatyar. Os conflitos sucedem-se e novo presidente é eleito, desta vez Rabbani. É proposto a Hekmatyar o cargo de primeiro-ministro como tentativa de acabar com os conflitos, mas o acordo não chegou a concretizar-se. Passaram-se dois anos de mais conflitos até que um grupo de sunitas ultrafundamentalistas começa a ganhar terreno - os Talibãs - cujo líder supremo, o "Mullah", é Muhammad Omar. Em 1996 os Talibãs invadem Cabul e tomam o poder. Instauram uma política fundamentalista islâmica extremamente rigorosa. Assassinam o líder comunista afegão Najibullah e procuram, desde então, controlar o resto do país, mas encontraram resistência por parte de um grupo guerrilheiro instalado a Norte do país, cujo líder é Ahmed Shah Massoud.
Desde o início da instabilidade política, social e económica que milhares de afegãos procuram refúgio fora das fronteiras, principalmente no Paquistão.
Esta situação tornou-se incontrolável após o dia 11 de setembro de 2001. Data em que os Estados Unidos da América sofreram o maior atentado terrorista de sempre, perpetrado por extremistas islâmicos, ao World Trade Center e ao Pentágono.
O principal suspeito dos norte-americanos de organizar ataques terroristas e de estar por trás do ataque de 11 de setembro chama-se Osama Bin Laden - poderoso líder terrorista que se encontrava refugiado no Afeganistão - e a sua organização chamada Al Qaeda que se encontra espalhada pelo mundo. Na sequência das investigações e da obtenção de provas, pediram ao governo talibã para que lhes entreguassem Bin Laden. Mas este era importante no Afeganistão pela ajuda financeira e militar que proporcionava aos Talibãs.
A hesitação dos Talibãs e a vontade norte-americana (apoiada por um grande número de países, incluindo do Médio Oriente) de acabar com as redes terroristas anunciavam a possibilidade de uma nova guerra no Afeganistão, o que veio a acontecer em outubro de 2001. Bases militares dos Talibã começaram a ser bombardeadas pelos Estados Unidos e as guerrilhas entre o grupo resistente do norte do país e os Talibãs agravaram-se. O governo talibã foi derrotado em princípios de dezembro de 2001.
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Como referenciar
Porto Editora – Guerra do Afeganistão na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-21 06:16:54]. Disponível em
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