Guerra dos Bóeres
A Guerra dos Bóeres, travada entre 1899 e 1902 entre as forças britânicas e as dos generais bóeres, marcou a passagem da antiga África do Sul - pastoril, tradicionalista e dividida - para uma África do Sul contemporânea - industrial, moderna e unificada.
Em 1895, da costa atlântica à costa oriental, toda a África austral encontrava-se praticamente controlada pelos ingleses, à exceção das duas repúblicas bóeres: a República da África do Sul (Transvaal), surgida em 1853, e a República do Estado Livre de Orange, reconhecida pelo Reino Unido em 1852.
Depois do reconhecimento por parte de Londres da independência bóer, a situação no território tinha ficado bastante comprometida. A crise económica agravou-se pela divisão do país em duas unidades políticas opostas (repúblicas bóeres e colónias inglesas). Os problemas surgidos da coabitação racial multiplicaram-se com a chegada de trabalhadores indianos e chineses, imigrantes recrutados para as minas do Transvaal. A descoberta de minas de diamantes e de ouro levou o Reino Unido a mudar de estratégia, devido aos novos interesses económicos da região. Os ingleses renunciaram à política de celebrar tratados com os indígenas e procederam à anexação de novos territórios. Esta atitude veio ao encontro das ideias imperialistas de Cecil Rhodes, que mais tarde desempenharia o cargo de primeiro-ministro do Cabo.
Por outro lado, a ânsia de soberania e de liberdade do povo bóer aumentava. Esta situação degenerou numa dura luta entre as duas partes no período compreendido entre 1877 e 1881, em que as tropas inglesas foram batidas pelas do presidente bóer Paul Kruger. Em 1881, foi negociada a Convenção de Pretória, revista em 1884, que reconheceu novamente a autonomia ao Transvaal, conservando os ingleses direitos em matéria de política externa.
Nos quinze anos que se seguiram, teve lugar um longo duelo político entre Paulus Kruger e Cecil Rhodes, pautado por negociações difíceis, hesitações e ameaças recíprocas. No entanto, o que terá estado na origem da guerra propriamente dita foi o ultimato dado aos ingleses por Kruger, exigindo a dispersão das tropas britânicas que se encontravam ao longo das fronteiras das repúblicas bóeres. O ultimato não foi tido em conta e o Transvaal declarou guerra ao Reino Unido, tendo por aliado a República de Orange. O conflito teve início a 12 de outubro de 1899 e terminou a 31 de maio de 1902, com a deposição do presidente do Transvaal. Nos termos do tratado de paz, as duas repúblicas bóeres regressavam à sua condição de colónias britânicas. O rei Eduardo VII foi reconhecido soberano legítimo dos bóeres. Estava deste modo preparada a unificação política da África do Sul do nosso tempo.
Em 1895, da costa atlântica à costa oriental, toda a África austral encontrava-se praticamente controlada pelos ingleses, à exceção das duas repúblicas bóeres: a República da África do Sul (Transvaal), surgida em 1853, e a República do Estado Livre de Orange, reconhecida pelo Reino Unido em 1852.
Depois do reconhecimento por parte de Londres da independência bóer, a situação no território tinha ficado bastante comprometida. A crise económica agravou-se pela divisão do país em duas unidades políticas opostas (repúblicas bóeres e colónias inglesas). Os problemas surgidos da coabitação racial multiplicaram-se com a chegada de trabalhadores indianos e chineses, imigrantes recrutados para as minas do Transvaal. A descoberta de minas de diamantes e de ouro levou o Reino Unido a mudar de estratégia, devido aos novos interesses económicos da região. Os ingleses renunciaram à política de celebrar tratados com os indígenas e procederam à anexação de novos territórios. Esta atitude veio ao encontro das ideias imperialistas de Cecil Rhodes, que mais tarde desempenharia o cargo de primeiro-ministro do Cabo.
Nos quinze anos que se seguiram, teve lugar um longo duelo político entre Paulus Kruger e Cecil Rhodes, pautado por negociações difíceis, hesitações e ameaças recíprocas. No entanto, o que terá estado na origem da guerra propriamente dita foi o ultimato dado aos ingleses por Kruger, exigindo a dispersão das tropas britânicas que se encontravam ao longo das fronteiras das repúblicas bóeres. O ultimato não foi tido em conta e o Transvaal declarou guerra ao Reino Unido, tendo por aliado a República de Orange. O conflito teve início a 12 de outubro de 1899 e terminou a 31 de maio de 1902, com a deposição do presidente do Transvaal. Nos termos do tratado de paz, as duas repúblicas bóeres regressavam à sua condição de colónias britânicas. O rei Eduardo VII foi reconhecido soberano legítimo dos bóeres. Estava deste modo preparada a unificação política da África do Sul do nosso tempo.
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Como referenciar
Porto Editora – Guerra dos Bóeres na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-08 18:30:59]. Disponível em
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