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Guerra na Jugoslávia
Depois da morte de Tito, que durante décadas governara a Jugoslávia e dela tentara fazer um estado unido na diversidade das suas componentes étnicas, as diversas etnias do país, organizadas politicamente à sombra de partidos radicais, entraram em conflito armado. Manifestaram-se irredentismos e ódios étnicos e o país mergulhou numa guerra sangrenta, em que reeditou algumas das mais ferozes tendências da Segunda Guerra Mundial: o uso de civis como reféns, a limpeza étnica (de que os muçulmanos foram as maiores vítimas), o bombardeamento deliberado de alvos civis e o assassinato de civis e de prisioneiros de guerra.
A comunidade internacional, através da ação de organizações como a NATO, a ONU e a União Europeia, procurou intervir no sentido de evitar o alastramento do conflito e de levar a uma solução negociada de paz, mas sem êxito assinalável durante muitos meses. A proclamação de independências (Croácia, Eslovénia e Bósnia-Herzegovina, em 1991-1992) levou à destruição da federação e os combates tiveram início em março de 1992. A 5 de abril de 1992 começava o cerco da cidade de Sarajevo, que seria martirizada por bombardeamentos indiscriminados, ação de atiradores especiais que tomavam como alvo deliberado civis indefesos com o objetivo de espalhar o pânico, destruições de grande vulto e dificuldades de abastecimento em bens de primeira necessidade.
O ano de 1993 viu o aparecimento de dois planos de paz da autoria de diplomatas ocidentais, que não surtiram qualquer efeito, dado o boicote dos beligerantes. No mesmo ano, e tendo em vista a impossibilidade de arbitrar o conflito, diversas instâncias internacionais começaram a tomar uma postura mais interventiva; a NATO, particularmente preocupada com o perigo para a paz europeia que a guerra na Jugoslávia representava, criou zonas de segurança, que os contendores desrespeitaram impunemente, acabando a organização internacional por lançar ataques aéreos para os obrigar a manter-se dentro de limites geográficos predeterminados, ao mesmo tempo que a diplomacia continuava a trabalhar para conseguir um acordo que pusesse termo aos combates. Tal só foi possível com os acordos assinados em Dayton, nos EUA, em novembro de 1995, os quais criaram condições para o acantonamento dos combatentes e para o desarmamento das forças em confronto, o encerramento dos campos de prisioneiros e a libertação e troca dos mesmos. Previa o acordo, enfim, a realização de eleições, sujeitas a fiscalização internacional, com a interposição de forças militares e policiais internacionais como garantia da segurança dos eleitores.
O conflito provocou a maior catástrofe na Europa depois da Segunda Guerra Mundial: pensa-se que o número de mortos ascenda a mais de 250 000, calculando a Amnistia Internacional que haja cerca de 27 000 desaparecidos (civis e militares presumivelmente assassinados e sepultados secretamente em valas comuns, das quais se localizaram umas 300), a violação de mais de 20 000 mulheres muçulmanas (componente particularmente sórdida da "limpeza étnica", pela primeira vez usada sistematicamente num conflito), enquanto o número de refugiados, obrigados a abandonar as suas terras natais e o país, deve andar pelos 2 milhões e meio e os serviços médicos assinalam a existência de traumatizados necessitados de assistência psiquiátrica em número próximo do milhão.
A comunidade internacional procurou levar a julgamento os responsáveis pelos crimes de guerra, instalando em Haia um tribunal internacional semelhante ao de Nuremberga, mas sem o dotar dos meios necessários e suficientes para a detenção dos responsáveis, que se sabia serem grandes figuras de Estado, como generais e chefes de governo; os resultados obtidos por este tribunal até ao momento das eleições foram bem irrisórios, pois só conseguiu iniciar procedimentos judiciais contra elementos da base da cadeia de comando, cuja responsabilidade é diminuta. Por esse motivo, prevaleceu na opinião pública um grande ceticismo quanto à eficácia dos mecanismos de punição dos criminosos de guerra.
A comunidade internacional, através da ação de organizações como a NATO, a ONU e a União Europeia, procurou intervir no sentido de evitar o alastramento do conflito e de levar a uma solução negociada de paz, mas sem êxito assinalável durante muitos meses. A proclamação de independências (Croácia, Eslovénia e Bósnia-Herzegovina, em 1991-1992) levou à destruição da federação e os combates tiveram início em março de 1992. A 5 de abril de 1992 começava o cerco da cidade de Sarajevo, que seria martirizada por bombardeamentos indiscriminados, ação de atiradores especiais que tomavam como alvo deliberado civis indefesos com o objetivo de espalhar o pânico, destruições de grande vulto e dificuldades de abastecimento em bens de primeira necessidade.
O ano de 1993 viu o aparecimento de dois planos de paz da autoria de diplomatas ocidentais, que não surtiram qualquer efeito, dado o boicote dos beligerantes. No mesmo ano, e tendo em vista a impossibilidade de arbitrar o conflito, diversas instâncias internacionais começaram a tomar uma postura mais interventiva; a NATO, particularmente preocupada com o perigo para a paz europeia que a guerra na Jugoslávia representava, criou zonas de segurança, que os contendores desrespeitaram impunemente, acabando a organização internacional por lançar ataques aéreos para os obrigar a manter-se dentro de limites geográficos predeterminados, ao mesmo tempo que a diplomacia continuava a trabalhar para conseguir um acordo que pusesse termo aos combates. Tal só foi possível com os acordos assinados em Dayton, nos EUA, em novembro de 1995, os quais criaram condições para o acantonamento dos combatentes e para o desarmamento das forças em confronto, o encerramento dos campos de prisioneiros e a libertação e troca dos mesmos. Previa o acordo, enfim, a realização de eleições, sujeitas a fiscalização internacional, com a interposição de forças militares e policiais internacionais como garantia da segurança dos eleitores.
O conflito provocou a maior catástrofe na Europa depois da Segunda Guerra Mundial: pensa-se que o número de mortos ascenda a mais de 250 000, calculando a Amnistia Internacional que haja cerca de 27 000 desaparecidos (civis e militares presumivelmente assassinados e sepultados secretamente em valas comuns, das quais se localizaram umas 300), a violação de mais de 20 000 mulheres muçulmanas (componente particularmente sórdida da "limpeza étnica", pela primeira vez usada sistematicamente num conflito), enquanto o número de refugiados, obrigados a abandonar as suas terras natais e o país, deve andar pelos 2 milhões e meio e os serviços médicos assinalam a existência de traumatizados necessitados de assistência psiquiátrica em número próximo do milhão.
A comunidade internacional procurou levar a julgamento os responsáveis pelos crimes de guerra, instalando em Haia um tribunal internacional semelhante ao de Nuremberga, mas sem o dotar dos meios necessários e suficientes para a detenção dos responsáveis, que se sabia serem grandes figuras de Estado, como generais e chefes de governo; os resultados obtidos por este tribunal até ao momento das eleições foram bem irrisórios, pois só conseguiu iniciar procedimentos judiciais contra elementos da base da cadeia de comando, cuja responsabilidade é diminuta. Por esse motivo, prevaleceu na opinião pública um grande ceticismo quanto à eficácia dos mecanismos de punição dos criminosos de guerra.
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Como referenciar
Porto Editora – Guerra na Jugoslávia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-07 19:33:23]. Disponível em
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