Guerra Russo-Japonesa
Tal como sucede com diversos países europeus e mesmo com os Estados Unidos da América, a Rússia, na segunda metade do século XIX, lança-se na aventura expansionista, apoiada na colonização russófona possível das vastas regiões siberianas, altaicas ou da costa do Pacífico, arredada que estava a nação russa da partilha de África ou de outras regiões. Assim, o último dos czares, Nicolau II, promove, durante o seu governo (1894-1917), o imenso plano de russificação do Extremo Oriente, de forma a implantar bases de apoio à pretensão de alargamento do império russo.
Em conformidade com o seu plano e logo no início do seu reinado, tropas russas invadem a Manchúria (1895), região do nordeste da China que confina com a fronteira russa a oriente. Torna-se, a partir de então, iminente a ameaça russa aos domínios e interesses japoneses na região, desde a Coreia até Sacalina e outras ilhas. Em 10 fevereiro de 1904, perante as sucessivas movimentações militares e intenções expansionistas de Nicolau II - os russos controlavam já pontos estratégicos na costa chinesa, como Port Arthur (atual Liu Chuen) -, o Japão declara guerra à Rússia. Dois dias antes, porém, já a esquadra japonesa sob o comando do almirante Togo torpedeava três navios da esquadra russa, bloqueando Port Arthur, o que equivalia ao estrangulamento do principal porto russo da região e a um domínio do mar.
Perante este cenário, o exército do general Kuroki avança por terra, ocupando militarmente vastas regiões da Manchúria, atravessando mesmo o Rio Yalu, no norte da península coreana. Outro oficial nipónico, Nogi, avança também na Manchúria e empreende o cerco terrestre a Port Arthur, complementando o bloqueio naval da cidade. As operações militares japonesas têm cada vez mais um domínio efetivo da região, derrotando mesmo uma reação russa encabeçada pelo general Kuraptkine, que é forçado a desocupar Liau Yang, soçobrando na Batalha de Cha Ho (10-18 outubro de 1904). Caído todo o conjunto de bases de apoio por terra ou por mar dos russos, Port Arthur capitula a 2 de janeiro de 1905.
Ainda no plano terrestre, e apesar dos esforços militares russos de se manterem na Manchúria, o generalíssimo japonês Oyama, entre 28 fevereiro e 10 março de 1905, impõe uma estrondosa derrota às tropas de Nicolau II no coração da Manchúria, em Mukden (atual Chen Yang, China). Perdida que estava a guerra em terra, uma nova esquadra russa, comandada por Rodjestvensky, avança sobre o Mar do Japão. Porém, novamente a marinha nipónica impõe a sua força e determinação em manter o conflito afastado do arquipélago do Sol Nascente, infligindo uma derrota no estreito de Tsushima, entre o Japão e a Coreia, junto ao arquipélago do mesmo nome, que batizou também a referida batalha. Esta vitória foi alcançada pelo almirante Togo, em 27 e 28 de maio de 1905.
Resolvida que estava militarmente a questão a favor dos japoneses, são encetadas, entretanto, negociações entre as partes beligerantes, sob a mediação dos Estados Unidos (onde decorreram as conversações), Inglaterra e França, tendo-se conseguido um acordo de paz em Portsmouth (Virgínia), em setembro de 1905, que se pode resumir à desocupação russa da Manchúria, passando esta região para o domínio japonês, acordo feito com a China em lugar dos russos. Também o sul da ilha de Sacalina passou para o domínio japonês, tal como os direitos sobre a administração da Coreia, que será, aliás, anexada em 1910. A liberdade de ação japonesa na região será cada vez maior, insuflando confiança nacional e permitindo ensaiar ações militares futuras por parte dos nipónicos.
No plano interno russo, perdido o domínio sobre a Manchúria (região rica em carvão e ferro, para além de potencialidades agrícolas, pulmão da indústria chinesa atual) e sobre outras regiões que serviriam de plataforma para o avanço no Pacífico, para além das perdas materiais e humanas, o descontentamento popular face à derrota militar é grande, acentuando-se cada vez mais a oposição ao regime czarista. Gerar-se-á mesmo uma revolução em 1905 que obrigará Nicolau II a fazer concessões liberais (como a criação de dumas, assembleias com poder legislador, ainda que limitado), que posteriormente tentará revogar, sem êxito. E o ano de 1917 será fatídico para uma das últimas monarquias absolutistas, francamente abalada com a derrota na Guerra Russo-Japonesa.
Em conformidade com o seu plano e logo no início do seu reinado, tropas russas invadem a Manchúria (1895), região do nordeste da China que confina com a fronteira russa a oriente. Torna-se, a partir de então, iminente a ameaça russa aos domínios e interesses japoneses na região, desde a Coreia até Sacalina e outras ilhas. Em 10 fevereiro de 1904, perante as sucessivas movimentações militares e intenções expansionistas de Nicolau II - os russos controlavam já pontos estratégicos na costa chinesa, como Port Arthur (atual Liu Chuen) -, o Japão declara guerra à Rússia. Dois dias antes, porém, já a esquadra japonesa sob o comando do almirante Togo torpedeava três navios da esquadra russa, bloqueando Port Arthur, o que equivalia ao estrangulamento do principal porto russo da região e a um domínio do mar.
Perante este cenário, o exército do general Kuroki avança por terra, ocupando militarmente vastas regiões da Manchúria, atravessando mesmo o Rio Yalu, no norte da península coreana. Outro oficial nipónico, Nogi, avança também na Manchúria e empreende o cerco terrestre a Port Arthur, complementando o bloqueio naval da cidade. As operações militares japonesas têm cada vez mais um domínio efetivo da região, derrotando mesmo uma reação russa encabeçada pelo general Kuraptkine, que é forçado a desocupar Liau Yang, soçobrando na Batalha de Cha Ho (10-18 outubro de 1904). Caído todo o conjunto de bases de apoio por terra ou por mar dos russos, Port Arthur capitula a 2 de janeiro de 1905.
Ainda no plano terrestre, e apesar dos esforços militares russos de se manterem na Manchúria, o generalíssimo japonês Oyama, entre 28 fevereiro e 10 março de 1905, impõe uma estrondosa derrota às tropas de Nicolau II no coração da Manchúria, em Mukden (atual Chen Yang, China). Perdida que estava a guerra em terra, uma nova esquadra russa, comandada por Rodjestvensky, avança sobre o Mar do Japão. Porém, novamente a marinha nipónica impõe a sua força e determinação em manter o conflito afastado do arquipélago do Sol Nascente, infligindo uma derrota no estreito de Tsushima, entre o Japão e a Coreia, junto ao arquipélago do mesmo nome, que batizou também a referida batalha. Esta vitória foi alcançada pelo almirante Togo, em 27 e 28 de maio de 1905.
Resolvida que estava militarmente a questão a favor dos japoneses, são encetadas, entretanto, negociações entre as partes beligerantes, sob a mediação dos Estados Unidos (onde decorreram as conversações), Inglaterra e França, tendo-se conseguido um acordo de paz em Portsmouth (Virgínia), em setembro de 1905, que se pode resumir à desocupação russa da Manchúria, passando esta região para o domínio japonês, acordo feito com a China em lugar dos russos. Também o sul da ilha de Sacalina passou para o domínio japonês, tal como os direitos sobre a administração da Coreia, que será, aliás, anexada em 1910. A liberdade de ação japonesa na região será cada vez maior, insuflando confiança nacional e permitindo ensaiar ações militares futuras por parte dos nipónicos.
No plano interno russo, perdido o domínio sobre a Manchúria (região rica em carvão e ferro, para além de potencialidades agrícolas, pulmão da indústria chinesa atual) e sobre outras regiões que serviriam de plataforma para o avanço no Pacífico, para além das perdas materiais e humanas, o descontentamento popular face à derrota militar é grande, acentuando-se cada vez mais a oposição ao regime czarista. Gerar-se-á mesmo uma revolução em 1905 que obrigará Nicolau II a fazer concessões liberais (como a criação de dumas, assembleias com poder legislador, ainda que limitado), que posteriormente tentará revogar, sem êxito. E o ano de 1917 será fatídico para uma das últimas monarquias absolutistas, francamente abalada com a derrota na Guerra Russo-Japonesa.
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Porto Editora – Guerra Russo-Japonesa na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-25 13:55:14]. Disponível em
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