hábito (sociologia)
O termo hábito é já utilizado por Durkheim, para significar as disposições adquiridas pela criança no decurso da sua educação ou socialização. Em certa medida, o uso desta noção de hábito pode facilitar as conceções deterministas da supremacia do social sobre o individual.
Bourdieu (1984), pretendendo sair dessa oposição, entre a sociedade e o indivíduo, considera que o estudo do "habitus" permite elucidar os comportamentos dos agentes sociais, da sua "razão prática". O estudo do "habitus" permite não somente entender os comportamentos individuais, como mostrar de que modo os modelos de comportamento são interiorizados pela educação, participando assim na reprodução social, e como os indivíduos reproduzem esses modelos com reajustamentos.
Para Bourdieu, "o princípio da ação histórica, a do artista, do sábio ou do governante, como a do operário ou do pequeno funcionário, não é um sujeito que se confrontaria com a sociedade como com um objeto exteriormente constituído. Ele não reside nem na consciência nem nas coisas, mas na relação entre dois estados do social, ou seja, a história objetivada nas coisas sob a forma de instituições e a história incarnada nos corpos, sob a forma deste sistema de disposições duráveis que eu chamo habitus". O habitus é, assim, um "sistema de disposições duráveis", ou seja, de inclinações a sentir, pensar, percecionar e agir de uma certa maneira, que são interiorizadas e incorporadas pelos indivíduos, em função das condições de vida e trajetórias pessoais. Estas disposições são suscetíveis de serem transpostas de uma esfera de experiência (familiar, por exemplo) para outros campos (profissionais, por exemplo), o que garante uma certa continuidade da trajetória de vida da pessoa. Os habitus são, portanto, esquemas interiorizados individuais, no sentido de uma combinação específica de várias experiências sociais, mas é verdade que existem classes de habitus ou habitus de classe (ligados aos grupos de pertença). São esquemas interiorizados individuais e inconscientes, que respeitam uma herança cultural coletiva e comum.
Três aspetos, segundo Bourdieu, que caracterizam o habitus:
1) Remete para as aprendizagens dos modelos de conduta, dos modos de perceção e de pensamento, adquiridos durante a socialização (a instituição escolar tem um papel importante nesta aprendizagem).
2) O habitus supõe a interiorização das disposições, daí a "interiorização da exterioridade".
3) O habitus, sendo um sistema de disposições adquiridas, é igualmente a capacidade de desencadear as práticas ou as ações próprias de uma cultura.
Bourdieu (1984), pretendendo sair dessa oposição, entre a sociedade e o indivíduo, considera que o estudo do "habitus" permite elucidar os comportamentos dos agentes sociais, da sua "razão prática". O estudo do "habitus" permite não somente entender os comportamentos individuais, como mostrar de que modo os modelos de comportamento são interiorizados pela educação, participando assim na reprodução social, e como os indivíduos reproduzem esses modelos com reajustamentos.
Para Bourdieu, "o princípio da ação histórica, a do artista, do sábio ou do governante, como a do operário ou do pequeno funcionário, não é um sujeito que se confrontaria com a sociedade como com um objeto exteriormente constituído. Ele não reside nem na consciência nem nas coisas, mas na relação entre dois estados do social, ou seja, a história objetivada nas coisas sob a forma de instituições e a história incarnada nos corpos, sob a forma deste sistema de disposições duráveis que eu chamo habitus". O habitus é, assim, um "sistema de disposições duráveis", ou seja, de inclinações a sentir, pensar, percecionar e agir de uma certa maneira, que são interiorizadas e incorporadas pelos indivíduos, em função das condições de vida e trajetórias pessoais. Estas disposições são suscetíveis de serem transpostas de uma esfera de experiência (familiar, por exemplo) para outros campos (profissionais, por exemplo), o que garante uma certa continuidade da trajetória de vida da pessoa. Os habitus são, portanto, esquemas interiorizados individuais, no sentido de uma combinação específica de várias experiências sociais, mas é verdade que existem classes de habitus ou habitus de classe (ligados aos grupos de pertença). São esquemas interiorizados individuais e inconscientes, que respeitam uma herança cultural coletiva e comum.
Três aspetos, segundo Bourdieu, que caracterizam o habitus:
1) Remete para as aprendizagens dos modelos de conduta, dos modos de perceção e de pensamento, adquiridos durante a socialização (a instituição escolar tem um papel importante nesta aprendizagem).
2) O habitus supõe a interiorização das disposições, daí a "interiorização da exterioridade".
3) O habitus, sendo um sistema de disposições adquiridas, é igualmente a capacidade de desencadear as práticas ou as ações próprias de uma cultura.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – hábito (sociologia) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-15 03:43:23]. Disponível em
Outros artigos
-
reprodução socialEntende-se por reprodução social o processo mediante o qual uma sociedade, através de diversos mecan...
-
modelos de comportamentoO que caracteriza os comportamentos do Homem que vive em sociedade é uma certa conformidade a modelo...
-
tabuTermo técnico, na Antropologia, e que tem origem numa palavra da Polinésia/Melanésia, que designa um
-
sociabilidade"Pode-se falar de sociabilidade desde que se encarem as relações desenvolvidas por indivíduos ou por
-
stressEm termos gerais, o stress corresponde a um estado fisiológico de excitação. As respostas do nosso o
-
sonhoOs sonhos foram tomados no sentido clínico a partir de estudos efetuados por Sigmund Freud (1900), o
-
sociodramaRelativo a psicodrama. Técnica de intervenção pedagógica e terapêutica dirigida à mudança de comport
-
somatizaçãoSíndrome crónica de múltiplos sintomas somáticos que não têm justificação médica nem são comprovados
-
solidãoA solidão é uma sensação de tristeza que resulta de se estar ou de se sentir sozinho e isolado e tam
-
sublimaçãoA sublimação é um mecanismo de defesa que consiste numa atividade transferencial, inconscientemente
Partilhar
Como referenciar 
Porto Editora – hábito (sociologia) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-15 03:43:23]. Disponível em