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Herbie Hancock
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Músico jazz norte-americano, Herbert Jefferey Hancock nasceu a 12 de abril de 1940, em Chicago, Illinois. Aos 7 anos de idade começou a ter lições de piano e aos 11 anos já era solista num concerto com a Chicago Simphony, interpretando Mozart. Em 1961, depois de acabar os seus estudos no Grinnell College, Donald Byrd convida-o a integrar a sua banda em Nova Iorque. Não muito depois, a editora Blue Note (uma referência no mundo jazz) oferece-lhe um contrato a solo. Entretanto, e já depois da edição do seu primeiro álbum, Takin'Off, é convidado a integrar a banda de Miles Davis. Até 1968, Herbie adapta-se a uma nova realidade: a direção e influência de Miles Davis e o piano elétrico. Sem descurar a sua carreira a solo, vai colecionando sucessos com composições sofisticadas, como «Maiden Voyage», «Cantaloupe Island», «Goodbye to Childhood» e «Speak Like a Child». Assim como a banda sonora de Blow Up, de Michelangelo Antonioni, que abriu as portas do cinema.
Em 1969, depois de editar o álbum funk Fat Albert Rotunda, forma um sexteto que se viria a tornar numa das mais dinâmicas bandas da era. Já profundamente envolvido na eletrónica, Herbie adiciona sintetizadores e instrumentos elétricos à sua banda, originando um som mais complexo e ritmado, inovando em toda a linha.
Uma vez convertido ao budismo, e sem dinheiro, Herbie dissolve a banda em 1973, convicto que o seu objetivo de vida seria fazer o público feliz.
De seguida, reúne uma banda funk, que com o seu primeiro álbum Head Hunters atinge o estrelato. Tornou-se no disco mais vendido de toda a história da música jazz. Herbie Hancock ainda viria a gravar mais uma série de álbuns "elétricos" de grande qualidade, durante a década de 70 do século XX, mas sempre sem abandonar completamente o jazz acústico. Em 1965, a banda de Miles Davis volta a reunir-se, agora sob o nome V.S.O.P, para um festival jazz e uma digressão. Esta banda só se viria a desintegrar em 1992.
Herbie Hancock prosseguiu a sua multifacetada carreira durante os finais do século XX, com novos sons, bandas sonoras, tocando em festivais e bandas. Uma prova da sua constante mutação é o álbum Perfect Machine (1988). Este disco revela uma sonoridade techno-pop bem diferente do seu tradicional jazz acústico. Englobando os mais variados estilos, tais como blues, funk ou gospel, a sua sonoridade revela um ritmo urbano complexo mas ao mesmo tempo harmónico.
A partir daqui, o músico entrou numa dança de editoras, trocando a Columbia - a sua editora desde 1973 - pela Qwest, para uma série de edições sem relevo, à exceção de A Tribute To Miles (1992), e assinando finalmente pela Polygram, em 1994. Este acordo permitiu-lhe gravar jazz para a Verve e discos pop para a Mercury, ambas subsidiárias daquela editora. Em 1998, editou Gershwin's World.
Dois anos mais tarde, regressou às edições de estúdio com Night Walker. O músico não abandonou o seu vanguardismo, pautando a sua música pela inovação e pela aproximação do jazz a outros estilos musicais, numa fórmula estranha mas cativante. Esta perspetiva é especialmente notória no disco Future 2 Future (2001), onde Herbie Hancock dá mais uns passos no sentido de afirmar o seu jazz electrónico. Convidando Carl Craig, um dos pioneiros da música eletrónica, e Bill Laswell, outro nome consagrado nesse estilo musical, e aliando a versatilidade musical destes ao virtuosismo de Jack DeJonhette e Wayne Shorter e à voz de Chaka Khan, tudo produzido por A Guy Called Gerald, um nome conhecido do drum'n'bass, o disco não é interessante para os puristas do jazz, mas é sem dúvida um documento interessante para atestar sobre a capacidade de Herbie Hancock adaptar a sua música a outros tempos.
Diversas compilações da obra do músico têm sido editadas, merecendo destaque The Herbie Hancock's Box, de 2003, com um design original e recolhendo temas das fases mais experimentais do pianista.
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Como referenciar
Porto Editora – Herbie Hancock na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-17 22:44:17]. Disponível em

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