Hinduísmo
O hinduísmo, a principal religião da Índia, cuja grande massa da população é hindu, é como que uma federação de credos e de formas de vida, uma cultura religiosa pluralista e um agregado de tradições étnicas que oferece uma vasta gama de alternativas. São hindus todos aqueles que nasceram de pais hindus e assimilaram as tradições familiares.
O hinduísmo atual resulta da confluência das diversas correntes culturais e religiosas a seguir referidas. Entre elas está o bramanismo védico, que consagrava a divisão da sociedade em quatro classes: os sacerdotes, os chefes, o povo e, por último, a população de origem não ariana. É daqui que provém o complexo sistema de castas. Por outro lado,encontramos o xramanismo, doutrina de três grupos ascetas não bramânicos, dois dos quais, jainas e budistas, professam e popularizam a crença da reencarnação que é determinada pelas ações passadas e pela natureza efémera do mundo, pregando também a não violência, a bondade com todos, a veracidade, o domínio das paixões, a castidade e o desprendimento. O hinduísmo purânico, por sua vez, é formado por todos os novos elementos resultantes do processo de encontro e de adaptação seletiva que se foi desenrolando. Estes novos elementos são a teoria do avatara; a teoria da graça divina e correspondente devoção (bhakti), os cultos de Vishnu, Shiva e outras divindades; a interpolação hinduizantes nos poemas épicos; a composição de 18 puranas exaltando Vishnu, Shiva e Brama; a elaboração de seis sistemas filosóficos; a assimilação da moralidade xramânica nos códigos brâmanes da lei; a organização de ordens religiosas sectárias; a sacralização da vaca cerca de 300 d. C.; e a geral aceitação da não violência como virtude fundamental. O hinduísmo medieval, por seu lado, é caracterizado por uma enorme difusão popular da espiritualidade do bhakti (fé-devoção). Esta devoção caracteriza-se por uma entrega total à divindade escolhida por cada um, em especial Vishnu, Krishna ou Rama. Tende para o monoteísmo; no entanto, sendo uma preferência pessoal, dá origem a muitas seitas; professa, também, o culto das imagens. Foi este o hinduísmo mais humano, mais humilde e confiado na graça divina. O hinduísmo reformado surgiu desde o final do século XIV com novas seitas que rompem com o bramanismo. O neo-hinduísmo surgiu a partir do início do século XIX pelo contacto com o Cristianismo inglês e com as modernas ideias ocidentais. Este neo-hinduísmo é uma forma de hinduísmo muito simplificado, enriquecido, no entanto, com a adoção dos ensinamentos morais de Jesus Cristo e dos ideais da democracia ocidental. Este neo-hinduísmo exalta a tolerância, a autossuficiência, a universalidade e a espiritualidade idealista, sendo dele um exemplo a personalidade de Gandhi.
As principais características do hinduísmo são o respeito pela antiguidade e tradição; a confiança nos livros sagrados; a crença em Deus sob alguma forma e a sua adoração em algum aspeto; a persistência do sistema de castas, apesar da oposição vigorosa de alguns chefes e da sua existência ser negada pela constituição; a importância dos ritos, apesar de atualmente os hindus não fazerem tanto caso deles; confiança nos guias espirituais; a crença nas encarnações anteriores e futuras reencarnações.
Atualmente, apesar da aspiração dos neo-hindus à universalidade e dos esforços missionários de alguns deles, o hinduísmo permanece uma religião étnica. Nota-se hoje uma alteração da sua esfera de influência; as suas manifestações são menos numerosas e relacionam-se sobretudo com alguns aspetos da vida quotidiana, como casamentos e outras ocasiões festivas.
O hinduísmo atual resulta da confluência das diversas correntes culturais e religiosas a seguir referidas. Entre elas está o bramanismo védico, que consagrava a divisão da sociedade em quatro classes: os sacerdotes, os chefes, o povo e, por último, a população de origem não ariana. É daqui que provém o complexo sistema de castas. Por outro lado,encontramos o xramanismo, doutrina de três grupos ascetas não bramânicos, dois dos quais, jainas e budistas, professam e popularizam a crença da reencarnação que é determinada pelas ações passadas e pela natureza efémera do mundo, pregando também a não violência, a bondade com todos, a veracidade, o domínio das paixões, a castidade e o desprendimento. O hinduísmo purânico, por sua vez, é formado por todos os novos elementos resultantes do processo de encontro e de adaptação seletiva que se foi desenrolando. Estes novos elementos são a teoria do avatara; a teoria da graça divina e correspondente devoção (bhakti), os cultos de Vishnu, Shiva e outras divindades; a interpolação hinduizantes nos poemas épicos; a composição de 18 puranas exaltando Vishnu, Shiva e Brama; a elaboração de seis sistemas filosóficos; a assimilação da moralidade xramânica nos códigos brâmanes da lei; a organização de ordens religiosas sectárias; a sacralização da vaca cerca de 300 d. C.; e a geral aceitação da não violência como virtude fundamental. O hinduísmo medieval, por seu lado, é caracterizado por uma enorme difusão popular da espiritualidade do bhakti (fé-devoção). Esta devoção caracteriza-se por uma entrega total à divindade escolhida por cada um, em especial Vishnu, Krishna ou Rama. Tende para o monoteísmo; no entanto, sendo uma preferência pessoal, dá origem a muitas seitas; professa, também, o culto das imagens. Foi este o hinduísmo mais humano, mais humilde e confiado na graça divina. O hinduísmo reformado surgiu desde o final do século XIV com novas seitas que rompem com o bramanismo. O neo-hinduísmo surgiu a partir do início do século XIX pelo contacto com o Cristianismo inglês e com as modernas ideias ocidentais. Este neo-hinduísmo é uma forma de hinduísmo muito simplificado, enriquecido, no entanto, com a adoção dos ensinamentos morais de Jesus Cristo e dos ideais da democracia ocidental. Este neo-hinduísmo exalta a tolerância, a autossuficiência, a universalidade e a espiritualidade idealista, sendo dele um exemplo a personalidade de Gandhi.
As principais características do hinduísmo são o respeito pela antiguidade e tradição; a confiança nos livros sagrados; a crença em Deus sob alguma forma e a sua adoração em algum aspeto; a persistência do sistema de castas, apesar da oposição vigorosa de alguns chefes e da sua existência ser negada pela constituição; a importância dos ritos, apesar de atualmente os hindus não fazerem tanto caso deles; confiança nos guias espirituais; a crença nas encarnações anteriores e futuras reencarnações.
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Porto Editora – Hinduísmo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-15 05:00:04]. Disponível em
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