ícone (religião)
A palavra grega "ícone", ou melhor "eikon", significa "imagem", uma representação que é usualmente de uma ou mais pessoas que podem fazer ou não parte de um episódio.
O termo ícone passou a designar, especificamente, o género de imagens produzidas para o culto na Igreja Ortodoxa nos países eslavos e na zona de influência bizantina (sendo a atual cidade de Istambul – antiga Bizâncio/Constantinopla – o seu centro).
A iconografia destas imagens compreende episódios dos Evangelhos, do Antigo Testamento, das festas religiosas, do calendário e representações de santos, de Cristo, de Nossa Senhora, de mártires e de apóstolos. Diante dos ícones, únicas representações admitidas pelo rito ortodoxo, são colocadas velas e perante eles os crentes ajoelham-se e benzem-se, após o que beijam as imagens. Ao longo da História nem sempre os ícones foram aceites pela Igreja Ortodoxa como objeto representativo do culto prestado à Virgem Maria, aos santos e a Jesus Cristo, tendo havido acesos debates teológicos e períodos de iconoclastia (nomeadamente durante o reinado da imperatriz Irene). Estes debates resultaram da fricção entre a tradição declaradamente iconófila ("amiga dos ícones ou de representações") da Igreja Católica Romana e da tendência contrária da Igreja Ortodoxa. Uma das épocas de iconoclastia foi em 726, altura em que o imperador de Constantinopla, Leão III Isáurico, restringiu o culto às imagens por este ter chegado a extremos como a crença de que eram um produto sobrenatural e não feitas pelo Homem. Foi com o Concílio de Niceia II, de 787, que a legitimidade do culto às imagens foi acordada entre as duas Igrejas e permitida no Oriente até à nova e última crise iconoclasta do século IX.
Crê-se que São Lucas pintou o primeiro retrato ou ícone da Virgem Maria, fundamentando a representação quase inalterada, baseada em cópias fiéis e constantes, da Mãe de Deus. A cópia inalterada é, aliás, a base da iconografia geral da Igreja Ortodoxa, visto que o que se pretende é a fidelidade ao original ou ao que lhe está mais próximo. Assim se garante a pureza e a verdade da imagem do que é adorado. Todos os pormenores, desde as cores à postura dos diversos elementos constituintes da composição, têm o seu significado preciso e são simbólicos, pelo que não resta espaço para a liberdade artística individual. Na estrutura das igrejas ortodoxas faz parte a "iconostase", que é uma parede constituída por ícones que faz a separação entre a nave e o sacrário e cujo conjunto representa uma síntese teológica da doutrina ortodoxa. Fisicamente, os ícones são constituídos por uma prancha de madeira sobre a qual se colocam camadas de gesso, de cola e tela e se faz a composição pictórica com pão de ouro, água, gema de ovo e pigmentos de origem animal e vegetal.
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