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Igreja de S. José de Ponta Delgada
Com o terramoto de 1525 ficou destruída a capital da Ilha de S. Miguel, sediada na altura em Vila Franca do Campo, onde estavam radicados os frades da ordem mendicante de S. Francisco. Por este motivo, os Franciscanos instalaram-se em Ponta Delgada, no local onde existia a Ermida de Nossa Senhora da Conceição. Por vontade de Frei Gonçalo de Jesus, a edificação da nova igreja franciscana começa nos inícios do século XVIII (1709). Embora estivesse preparada para abrir ao culto passados dez anos, tal só veio a acontecer 75 anos depois, com a sua sagração. Extintas as ordens religiosas em 1834, a igreja conventual de S. Francisco de Assis passou a paroquial de S. José, contando ainda com a divina proteção de N. Sra. da Conceição.
A imponente fachada maneirista da igreja de S. José é animada pelo expressivo contraste resultante da utilização da pedra vulcânica sobre a superfície branca dos panos. A frontaria é dividida em três corpos por pilastras tão largas como os cunhais, que se prolongam pelo frontão triangular, onde, no eixo do corpo central, se abre um nicho com a imagem de S. Francisco de Assis, ladeado por duas janelas de vão retangular e, nos corpos laterais, duas pequenas aberturas. A fachada desenvolve-se em três pisos de diferentes alturas, separados por duas cornijas ressaltadas. O primeiro piso é formado por três arcos de volta perfeita que abrem para o átrio; no segundo rasgam-se cinco janelas de diferentes tamanhos e as pilastras têm adossadas, no terço inferior, placas de mármore branco esculpidas. No terceiro andar apresenta-se, axialmanente, um óculo ladeado por duas janelas e os corpos laterais têm, cada um, a sua janela. Este piso é separado do frontão por uma forte e saliente cornija.
Para nascente segue-se a fachada da Capela de Nossa Senhora das Dores, onde se manifesta já outra corrente estilística, o Barroco, constituindo uma das melhores obras desta época nos Açores. Esta é igualmente ritmada por três corpos, delimitados por largos cunhais e duas esbeltas pilastras. No central desenha-se o portal sobrepujado por uma janela (os dois elementos estão unidos); nos laterais rasgam-se duas janelas - uma em cada corpo. Todas as aberturas são envolvidas por agitadas composições de curvas e contracurvas, surtindo um bonito efeito plástico. Seguem-se a este conjunto mais três janelas de grandes dimensões, colocadas perto umas das outras. Apesar da ornamentação das molduras ser idêntica às anteriores, aqui o esquema decorativo é muito mais expressivo, mais extravagante e movimentado.
Contrariando o esquema organizativo usual nas igrejas dos séculos XVI-XVII de nave única, este templo desenvolve-se num corpo de três naves, sensivelmente da mesma altura, divididas por arcaria de volta perfeita sustentada por pilares quadrangulares com singelos capitéis toscanos. A cobertura em abóbada de berço assenta numa pujante cornija. Na cabeceira, a capela-mor é maior que as capelas colaterais. Na entrada do templo, à direita, fica a Capela de Nossa Senhora da Piedade, forrada a azulejos historiados e que guarda uma belíssima imagem setecentista da Pietà. Hoje, esta capela de planta octogonal funciona como batistério. Na ousia, de grande profundidade, salienta-se o exuberante revestimento a talha dourada do magnífico retábulo setecentista, de painéis nas paredes laterais, da abóbada apainelada e dos excelentes azulejos historiados dos altos lambrins, versando o Nascimento de S. Francisco de Assis e o santo a receber os estigmas. Encostado a estes encontra-se o cadeiral de alto espaldar. Também o arco triunfal apresenta impressionante e extravagante ornamentação em talha dourada, coroado com a pedra de armas reais. A contrastar com o esplendor das outras capelas e altares - onde abundam ornatos de flores, pâmpanos, colunas torsas e notáveis esculturas dos séculos XVII-XVIII -, surge-nos (do lado norte) a Capela dos Terceiros Franciscanos, que se caracteriza pela sua expressiva sobriedade.
Outro motivo de interesse neste conjunto arquitetónico é a sacristia, com a sua abóbada pintada, já ao gosto rococó, e arcaz almofadado, cujo alçado mostra cenas da vida de S. Francisco.
Do antigo convento salientamos o claustro de dois pisos em arcos plenos, sustentados por vigorosos pilares de cantaria. O segundo piso é rasgado por janelas. Com a extinção das ordens religiosas, as dependências conventuais foram ocupadas por um hospital ligado à misericórdia açoriana.
A imponente fachada maneirista da igreja de S. José é animada pelo expressivo contraste resultante da utilização da pedra vulcânica sobre a superfície branca dos panos. A frontaria é dividida em três corpos por pilastras tão largas como os cunhais, que se prolongam pelo frontão triangular, onde, no eixo do corpo central, se abre um nicho com a imagem de S. Francisco de Assis, ladeado por duas janelas de vão retangular e, nos corpos laterais, duas pequenas aberturas. A fachada desenvolve-se em três pisos de diferentes alturas, separados por duas cornijas ressaltadas. O primeiro piso é formado por três arcos de volta perfeita que abrem para o átrio; no segundo rasgam-se cinco janelas de diferentes tamanhos e as pilastras têm adossadas, no terço inferior, placas de mármore branco esculpidas. No terceiro andar apresenta-se, axialmanente, um óculo ladeado por duas janelas e os corpos laterais têm, cada um, a sua janela. Este piso é separado do frontão por uma forte e saliente cornija.
Para nascente segue-se a fachada da Capela de Nossa Senhora das Dores, onde se manifesta já outra corrente estilística, o Barroco, constituindo uma das melhores obras desta época nos Açores. Esta é igualmente ritmada por três corpos, delimitados por largos cunhais e duas esbeltas pilastras. No central desenha-se o portal sobrepujado por uma janela (os dois elementos estão unidos); nos laterais rasgam-se duas janelas - uma em cada corpo. Todas as aberturas são envolvidas por agitadas composições de curvas e contracurvas, surtindo um bonito efeito plástico. Seguem-se a este conjunto mais três janelas de grandes dimensões, colocadas perto umas das outras. Apesar da ornamentação das molduras ser idêntica às anteriores, aqui o esquema decorativo é muito mais expressivo, mais extravagante e movimentado.
Outro motivo de interesse neste conjunto arquitetónico é a sacristia, com a sua abóbada pintada, já ao gosto rococó, e arcaz almofadado, cujo alçado mostra cenas da vida de S. Francisco.
Do antigo convento salientamos o claustro de dois pisos em arcos plenos, sustentados por vigorosos pilares de cantaria. O segundo piso é rasgado por janelas. Com a extinção das ordens religiosas, as dependências conventuais foram ocupadas por um hospital ligado à misericórdia açoriana.
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Como referenciar
Porto Editora – Igreja de S. José de Ponta Delgada na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-09 03:06:57]. Disponível em
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