Igreja do Convento de Sta. Maria de Aguiar
Embora não se conheça com rigor a data da sua fundação, são conhecidas referências ao mosteiro cisterciense de Santa Maria de Aguiar a partir do terceiro quartel do século XII. Este constitui-se como um dos mais antigos cenóbios portugueses da Ordem de Cister, recebendo benesses dos reis de Leão e de Portugal
Após várias vicissitudes, situações de guerra e outras, foi na época seiscentista que este convento das terras de Figueira de Castelo Rodrigo sofreu as intervenções mais significativas, obras contemporâneas do abade Frei Bernardo de Brito. Aqui morreu e foi sepultado, sendo mais tarde trasladado para o mosteiro de Alcobaça. Com as invasões francesas e, posteriormente, com os liberais, o convento ficou bastante degradado, chegando a ser vendido em hasta pública. Nos anos trinta deste século, a intervenção feita pela Direção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais conseguiu salvar a sua igreja da ruína total.
A Igreja de Santa Maria de Aguiar é um bom exemplo da observância da espiritualidade interior que Bernardo de Claraval, impulsionador da Ordem de Cister, desejava que fosse vivida nas suas comunidades religiosas. Bernardo de Claraval definiu um tipo de arquitetura religiosa, onde impera a simplicidade e a beleza das formas, em oposição ao luxo mostrado em certas abadias românicas da Ordem de Cluny.
A frontaria, marcada por linhas austeras, desenvolve-se em três corpos, com o central mais elevado e separarado por robustos contrafortes de esbarro. A porta é rasgada axialmente em duplo arco de ogiva e encimada por uma fresta longilínea.
No flanco sul, na fachada do transepto, abre-se uma outra porta de arcos ogivais, sobrepujada por uma janela geminada de emolduramento em arquivoltas quebradas e encimada por uma pequena rosácea. No ângulo da empena ostenta-se um pináculo, sendo o beirado do transepto, abside e absidíolos decorados por cachorrada.
Interiormente, revela-se um espaço peculiar, por não terem sido erguidos dois dos tramos das naves, que ficaram com menos profundidade do que seria esperado, em relação à sua altura e largura. A nave central apresenta uma cobertura de madeira de duas águas, com as vigas à vista e um elegante arco que terá servido de apoio ao coro alto, entretanto desaparecido.
As naves laterais revelam cobertura em abóbadas de cruzaria de ogivas separadas por pilastras adossadas a pilares, suportando a arcaria quebrada. A cobertura do transepto é feita por uma abóbada de berço quebrado, elevando-se este à mesma altura da nave central.
Igualmente abobadadas são as capelas colaterais, de planta quadrangular, assim como a capela-mor que, em pano de fundo, apresenta três arcos cegos a encimar três frestas.
Na sacristia, para além da singular abóbada de volta perfeita, muito siglada, conservam-se restos de um cadeiral barroco, um belo arcaz e esculturas, também elas setecentistas, de S. Bento e de S. Bernardo.
Grande parte das dependências conventuais encontram-se destruídas, assim como o claustro. Sobrevivem apenas, mas em estado precário, a Sala do Capítulo e a Hospedaria, hoje residência particular.
Após várias vicissitudes, situações de guerra e outras, foi na época seiscentista que este convento das terras de Figueira de Castelo Rodrigo sofreu as intervenções mais significativas, obras contemporâneas do abade Frei Bernardo de Brito. Aqui morreu e foi sepultado, sendo mais tarde trasladado para o mosteiro de Alcobaça. Com as invasões francesas e, posteriormente, com os liberais, o convento ficou bastante degradado, chegando a ser vendido em hasta pública. Nos anos trinta deste século, a intervenção feita pela Direção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais conseguiu salvar a sua igreja da ruína total.
A Igreja de Santa Maria de Aguiar é um bom exemplo da observância da espiritualidade interior que Bernardo de Claraval, impulsionador da Ordem de Cister, desejava que fosse vivida nas suas comunidades religiosas. Bernardo de Claraval definiu um tipo de arquitetura religiosa, onde impera a simplicidade e a beleza das formas, em oposição ao luxo mostrado em certas abadias românicas da Ordem de Cluny.
A frontaria, marcada por linhas austeras, desenvolve-se em três corpos, com o central mais elevado e separarado por robustos contrafortes de esbarro. A porta é rasgada axialmente em duplo arco de ogiva e encimada por uma fresta longilínea.
No flanco sul, na fachada do transepto, abre-se uma outra porta de arcos ogivais, sobrepujada por uma janela geminada de emolduramento em arquivoltas quebradas e encimada por uma pequena rosácea. No ângulo da empena ostenta-se um pináculo, sendo o beirado do transepto, abside e absidíolos decorados por cachorrada.
Interiormente, revela-se um espaço peculiar, por não terem sido erguidos dois dos tramos das naves, que ficaram com menos profundidade do que seria esperado, em relação à sua altura e largura. A nave central apresenta uma cobertura de madeira de duas águas, com as vigas à vista e um elegante arco que terá servido de apoio ao coro alto, entretanto desaparecido.
As naves laterais revelam cobertura em abóbadas de cruzaria de ogivas separadas por pilastras adossadas a pilares, suportando a arcaria quebrada. A cobertura do transepto é feita por uma abóbada de berço quebrado, elevando-se este à mesma altura da nave central.
Igualmente abobadadas são as capelas colaterais, de planta quadrangular, assim como a capela-mor que, em pano de fundo, apresenta três arcos cegos a encimar três frestas.
Na sacristia, para além da singular abóbada de volta perfeita, muito siglada, conservam-se restos de um cadeiral barroco, um belo arcaz e esculturas, também elas setecentistas, de S. Bento e de S. Bernardo.
Grande parte das dependências conventuais encontram-se destruídas, assim como o claustro. Sobrevivem apenas, mas em estado precário, a Sala do Capítulo e a Hospedaria, hoje residência particular.
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Como referenciar
Igreja do Convento de Sta. Maria de Aguiar na Infopédia [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$igreja-do-convento-de-sta.-maria-de-aguiar [visualizado em 2025-06-23 13:40:52].
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