Igreja e Convento de S. Domingos
Este convento lisboeta foi fundado sob a proteção de D. Sancho II em meados do século XIII (1241-1242), junto ao Largo do Rossio e próximo do Hospital Real de Todos-os-Santos. Estava concluído cerca de 1259, tendo sido ao longo da História alvo de muitas reformas e de grandes calamidades. Pouco se sabe sobre a sua história.
Os dominicanos, talvez pelo seu ideal de pregação e itinerância duma fé verdadeira e humilde, rapidamente provocaram a adesão dos fiéis que se identificaram com o seu modo de vida e provocaram o ciúme dos outros clérigos. Estes fecharam as portas das suas colegiadas e paróquias, locais escolhidos pelos frades dominicanos para a sua pregação. Sendo despojados dos seus locais de oratória sentiram necessidade de modificar a sua arquitetura, tradicionalmente medíocre e pobre, de modo a criar espaços capazes de congregar elevado número de fiéis.
Os dormitórios conventuais, a nascente do Rossio, construíram-se segundo as indicações do Capítulo Geral de 1228, térreos e modestos, com janelões nos topos e corredor central ladeado por celas cobertas e amplas. A igreja, reformada com D. Afonso III, apresentava três naves ogivais (gótico mendicante), à semelhança de S. Domingos de Elvas. O complexo habitacional incluía, para além do dormitório, capítulo, refeitório, escola, biblioteca, cozinha, padaria, adega, enfermaria e lavandaria.
D. João II doou vários terrenos ao convento, aumentando os seus proventos e D. Manuel I reformou as dependências conventuais, dotando-as de mais dois pisos e reconhecendo desde logo a importância deste cenóbio, tão caro à população lisboeta.
O terramoto de 1531 foi a primeira das muitas calamidades que assolaram o convento, arruinando-o a ponto de ser necessária nova intervenção. Por volta de 1566 é novamente reedificado sob o patrocínio de D. João III. A sacristia é restaurada em 1664, o exterior da capela-mor reedificado, os sinos colocados em 1648-49, de modo a que se possa restabelecer o culto. Com D. João V e o afluxo de rendimentos vindos do Brasil, S. Domingos recebe importantes beneficiações: em 1724, Carlos Mardel reformula o corpo da igreja e em 1748 Ludovice refaz a capela-mor, revestindo-a de mármores que contribuem para realçar as belas esculturas de João António de Pádua.
O terramoto de 1755 inflige-lhe novamente danos irreparáveis - perderam-se os dormitórios manuelinos, a torre da igreja e a frontaria da mesma. O efeito mais devastador foi o fogo que alastrou a todo o edifício, devorando a rica biblioteca e o arquivo histórico. Neste panorama desolador salvaram-se a sacristia e a capela-mor, a sala do capítulo, o antecoro, o celeiro e o claustro, embora com danos vários.
Os trabalhos de reedificação prosseguiram, havendo notícia de que até 1778 o ofício litúrgico se celebrava no capítulo. O desenho de Luís Gonzaga Pereira, de 1833, testemunha que os trabalhos de reconstrução haviam sido concluídos. Já neste século, a igreja é novamente devorada pelas chamas em 1959, embora a celebração do ofício divino tenha prosseguido quase sem interrupção, ao mesmo tempo que S. Domingos renascia das cinzas e era condignamente restaurada.
Os homens persistem em não deixar morrer um monumento muito maltratado pelo tempo, mas sem dúvida alguma crucial na história de Lisboa. Aqui se desenrolaram acontecimentos importantes como, por exemplo, a morte de Garcia Valadez, que atentou contra o Mestre de Avis; a aclamação de D. João III ou a ratificação dos esponsais de D. Luís e D. Maria Pia, retratados numa tela de António da Fonseca, em 1864.
Os dominicanos, talvez pelo seu ideal de pregação e itinerância duma fé verdadeira e humilde, rapidamente provocaram a adesão dos fiéis que se identificaram com o seu modo de vida e provocaram o ciúme dos outros clérigos. Estes fecharam as portas das suas colegiadas e paróquias, locais escolhidos pelos frades dominicanos para a sua pregação. Sendo despojados dos seus locais de oratória sentiram necessidade de modificar a sua arquitetura, tradicionalmente medíocre e pobre, de modo a criar espaços capazes de congregar elevado número de fiéis.
Os dormitórios conventuais, a nascente do Rossio, construíram-se segundo as indicações do Capítulo Geral de 1228, térreos e modestos, com janelões nos topos e corredor central ladeado por celas cobertas e amplas. A igreja, reformada com D. Afonso III, apresentava três naves ogivais (gótico mendicante), à semelhança de S. Domingos de Elvas. O complexo habitacional incluía, para além do dormitório, capítulo, refeitório, escola, biblioteca, cozinha, padaria, adega, enfermaria e lavandaria.
D. João II doou vários terrenos ao convento, aumentando os seus proventos e D. Manuel I reformou as dependências conventuais, dotando-as de mais dois pisos e reconhecendo desde logo a importância deste cenóbio, tão caro à população lisboeta.
O terramoto de 1531 foi a primeira das muitas calamidades que assolaram o convento, arruinando-o a ponto de ser necessária nova intervenção. Por volta de 1566 é novamente reedificado sob o patrocínio de D. João III. A sacristia é restaurada em 1664, o exterior da capela-mor reedificado, os sinos colocados em 1648-49, de modo a que se possa restabelecer o culto. Com D. João V e o afluxo de rendimentos vindos do Brasil, S. Domingos recebe importantes beneficiações: em 1724, Carlos Mardel reformula o corpo da igreja e em 1748 Ludovice refaz a capela-mor, revestindo-a de mármores que contribuem para realçar as belas esculturas de João António de Pádua.
O terramoto de 1755 inflige-lhe novamente danos irreparáveis - perderam-se os dormitórios manuelinos, a torre da igreja e a frontaria da mesma. O efeito mais devastador foi o fogo que alastrou a todo o edifício, devorando a rica biblioteca e o arquivo histórico. Neste panorama desolador salvaram-se a sacristia e a capela-mor, a sala do capítulo, o antecoro, o celeiro e o claustro, embora com danos vários.
Os trabalhos de reedificação prosseguiram, havendo notícia de que até 1778 o ofício litúrgico se celebrava no capítulo. O desenho de Luís Gonzaga Pereira, de 1833, testemunha que os trabalhos de reconstrução haviam sido concluídos. Já neste século, a igreja é novamente devorada pelas chamas em 1959, embora a celebração do ofício divino tenha prosseguido quase sem interrupção, ao mesmo tempo que S. Domingos renascia das cinzas e era condignamente restaurada.
Os homens persistem em não deixar morrer um monumento muito maltratado pelo tempo, mas sem dúvida alguma crucial na história de Lisboa. Aqui se desenrolaram acontecimentos importantes como, por exemplo, a morte de Garcia Valadez, que atentou contra o Mestre de Avis; a aclamação de D. João III ou a ratificação dos esponsais de D. Luís e D. Maria Pia, retratados numa tela de António da Fonseca, em 1864.
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Como referenciar
Porto Editora – Igreja e Convento de S. Domingos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-28 07:10:04]. Disponível em
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