2 min
Iluminismo em Portugal
O termo Iluminismo nasce ao mesmo tempo que o termo Luzes. Viria a designar o nível civilizacional a que a Europa tinha chegado. Quem aderia às Luzes era considerado "esclarecido". Naturalmente, o termo é aplicado num amplo conjunto de atividades.
O Século das Luzes português é o século XVIII. É conveniente fazer a distinção entre Iluminismo joanino e Iluminismo pombalino, que é já despotismo esclarecido. O primeiro reflete uma envolvência muito acentuada da aristocracia e do clero com o patrocínio do rei. O despotismo esclarecido pombalino (início em 1755) é o resultado de uma ascensão governativa e de poder despótico, cujo objetivo era encaminhar Portugal para uma mudança em termos de pensamento. O despotismo iluminado provocaria a nivelação de todas as classes sociais perante o poder do rei. Neste momento, a classe que passa a auferir de maior importância é a burguesia, que se vai lentamente aristocratizando. Embora a queda de Pombal tivesse provocado o regresso da aristocracia, já a fisionomia cultural do País se tinha alterado e, por isso, se estes quisessem regressar ao seu anterior protagonismo teriam de competir com o grupo constituído por burgueses. A industrialização passou a ser uma preocupação dos iluminados. A evolução de todo o sistema passaria também pela promoção do ensino público.
As Luzes em Portugal têm as suas primeiras manifestações a partir de 1688 e sobrevivem até 1820. Esta cronologia inicial decorre da conjunção de diversos fatores que se prendem com a necessidade de ligação de Portugal ao resto da Europa (alianças, prestígio da Corte e recuperação do atraso cultural). Estava bem enraizada já a consciência civilizacional e a necessidade de adesão ao racionalismo. Outros fatores que estiveram na base da difusão da nova atitude cultural refletem a consciência de que os indivíduos têm de procurar viver num século que se pretende excecional, dentro do prestígio cultural da Europa, com uma posição crítica face ao preconceito e defendendo a universalidade da razão. Implicou, pois, uma grande circulação de pessoas e de ideias.
Foi de França que nos chegaram as influências das academias, dos salões e o conhecimento de grandes vultos da cultura, cujas ideias começaram a ter grande aceitação entre nós: Descartes, Locke, Newton e Voltaire. Em Portugal, o Iluminismo pôde florescer graças quer à ação dos estrangeirados quer à atitude de D. João V. Destaca-se a ação dos estrangeirados no desenvolvimento cultural, nomeadamente através da reforma do ensino, com destaque para Luís António Verney.
O Iluminismo fundamenta-se na razão e caracteriza-se por: posições antiaristotélicas e antiformalistas; oposição a construções filosóficas que não se fundamentem em factos e leis comprováveis; oposição ao espírito do sistema; defesa do uso da via mais clara e curta para chegar à verdade; ação contra os Jesuítas e desconfiança relativamente ao misticismo; aplicação do rigorismo na religião; cuidado na manipulação de textos sagrados; desconfiança da veracidade dos relatos hagiológicos e dos milagres; anticlericalismo; oposição aos excessos devocionais; definição de moral; antirracismo; opinião de que a educação é que molda o Homem; valorização do prazer; fomento das técnicas; valorização do experimentalismo; criação de monopólios; protecionismo; racionalismo jurídico; culto da simplicidade e verosimilhança; reforma do ensino com cariz antijesuítico; ensino das línguas vivas; depuração da linguagem; apoio às ciências exatas e naturais, revelador de mudança de mentalidades agora voltadas para o exterior; proteção das artes com o convite a artistas estrangeiros para trabalharem em Portugal; desenvolvimento do gosto pela música e pelo teatro; proliferação de publicações periódicas; multiplicação de academias, com especial destaque para a Academia Real das Ciências (1779), onde se propagaram melhor as ideias das Luzes.
O Século das Luzes português é o século XVIII. É conveniente fazer a distinção entre Iluminismo joanino e Iluminismo pombalino, que é já despotismo esclarecido. O primeiro reflete uma envolvência muito acentuada da aristocracia e do clero com o patrocínio do rei. O despotismo esclarecido pombalino (início em 1755) é o resultado de uma ascensão governativa e de poder despótico, cujo objetivo era encaminhar Portugal para uma mudança em termos de pensamento. O despotismo iluminado provocaria a nivelação de todas as classes sociais perante o poder do rei. Neste momento, a classe que passa a auferir de maior importância é a burguesia, que se vai lentamente aristocratizando. Embora a queda de Pombal tivesse provocado o regresso da aristocracia, já a fisionomia cultural do País se tinha alterado e, por isso, se estes quisessem regressar ao seu anterior protagonismo teriam de competir com o grupo constituído por burgueses. A industrialização passou a ser uma preocupação dos iluminados. A evolução de todo o sistema passaria também pela promoção do ensino público.
As Luzes em Portugal têm as suas primeiras manifestações a partir de 1688 e sobrevivem até 1820. Esta cronologia inicial decorre da conjunção de diversos fatores que se prendem com a necessidade de ligação de Portugal ao resto da Europa (alianças, prestígio da Corte e recuperação do atraso cultural). Estava bem enraizada já a consciência civilizacional e a necessidade de adesão ao racionalismo. Outros fatores que estiveram na base da difusão da nova atitude cultural refletem a consciência de que os indivíduos têm de procurar viver num século que se pretende excecional, dentro do prestígio cultural da Europa, com uma posição crítica face ao preconceito e defendendo a universalidade da razão. Implicou, pois, uma grande circulação de pessoas e de ideias.
Foi de França que nos chegaram as influências das academias, dos salões e o conhecimento de grandes vultos da cultura, cujas ideias começaram a ter grande aceitação entre nós: Descartes, Locke, Newton e Voltaire. Em Portugal, o Iluminismo pôde florescer graças quer à ação dos estrangeirados quer à atitude de D. João V. Destaca-se a ação dos estrangeirados no desenvolvimento cultural, nomeadamente através da reforma do ensino, com destaque para Luís António Verney.
O Iluminismo fundamenta-se na razão e caracteriza-se por: posições antiaristotélicas e antiformalistas; oposição a construções filosóficas que não se fundamentem em factos e leis comprováveis; oposição ao espírito do sistema; defesa do uso da via mais clara e curta para chegar à verdade; ação contra os Jesuítas e desconfiança relativamente ao misticismo; aplicação do rigorismo na religião; cuidado na manipulação de textos sagrados; desconfiança da veracidade dos relatos hagiológicos e dos milagres; anticlericalismo; oposição aos excessos devocionais; definição de moral; antirracismo; opinião de que a educação é que molda o Homem; valorização do prazer; fomento das técnicas; valorização do experimentalismo; criação de monopólios; protecionismo; racionalismo jurídico; culto da simplicidade e verosimilhança; reforma do ensino com cariz antijesuítico; ensino das línguas vivas; depuração da linguagem; apoio às ciências exatas e naturais, revelador de mudança de mentalidades agora voltadas para o exterior; proteção das artes com o convite a artistas estrangeiros para trabalharem em Portugal; desenvolvimento do gosto pela música e pelo teatro; proliferação de publicações periódicas; multiplicação de academias, com especial destaque para a Academia Real das Ciências (1779), onde se propagaram melhor as ideias das Luzes.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Iluminismo em Portugal na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-14 04:39:44]. Disponível em
Outros artigos
-
PortugalGeografia País do Sudoeste da Europa. Situado na parte ocidental da Península Ibérica, abrange uma s...
-
Luís António VerneyErudito português (1713-1792), foi o autor da obra mais discutida de todo o século XVIII português, ...
-
D. João VMonarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o seu reinado, que durou de 1707 até à sua morte...
-
FrançaGeografia País da Europa Ocidental, a França é banhada pelo canal da Mancha a norte, pelo golfo da B...
-
EuropaÉ o segundo continente mais pequeno, a seguir à Oceânia, e tem uma área de 10 400 000 km2. Faz parte...
-
Século das LuzesNome pelo qual ficou conhecido o século XVIII, época maior do Iluminismo.
-
Conselho de RegênciaA nova ordem política trazida pela Revolução Francesa de 1789 e as invasões napoleónicas abalaram o
-
Mapa cor-de-rosaNome dado ao projeto português para unir Angola a Moçambique, apresentado no Congresso de Berlim de
-
Estado Corporativo PortuguêsO Estado corporativo português foi uma ideia posta em prática em 1930, segundo o modelo do fascismo
-
Corpo Expedicionário PortuguêsApós hesitações e polémicas, os portugueses resolveram entrar na Primeira Guerra Mundial, justifican
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Iluminismo em Portugal na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-14 04:39:44]. Disponível em