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Iluminismo em Portugal
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O termo Iluminismo nasce ao mesmo tempo que o termo Luzes. Viria a designar o nível civilizacional a que a Europa tinha chegado. Quem aderia às Luzes era considerado "esclarecido". Naturalmente, o termo é aplicado num amplo conjunto de atividades.
O Século das Luzes português é o século XVIII. É conveniente fazer a distinção entre Iluminismo joanino e Iluminismo pombalino, que é já despotismo esclarecido. O primeiro reflete uma envolvência muito acentuada da aristocracia e do clero com o patrocínio do rei. O despotismo esclarecido pombalino (início em 1755) é o resultado de uma ascensão governativa e de poder despótico, cujo objetivo era encaminhar Portugal para uma mudança em termos de pensamento. O despotismo iluminado provocaria a nivelação de todas as classes sociais perante o poder do rei. Neste momento, a classe que passa a auferir de maior importância é a burguesia, que se vai lentamente aristocratizando. Embora a queda de Pombal tivesse provocado o regresso da aristocracia, já a fisionomia cultural do País se tinha alterado e, por isso, se estes quisessem regressar ao seu anterior protagonismo teriam de competir com o grupo constituído por burgueses. A industrialização passou a ser uma preocupação dos iluminados. A evolução de todo o sistema passaria também pela promoção do ensino público.
As Luzes em Portugal têm as suas primeiras manifestações a partir de 1688 e sobrevivem até 1820. Esta cronologia inicial decorre da conjunção de diversos fatores que se prendem com a necessidade de ligação de Portugal ao resto da Europa (alianças, prestígio da Corte e recuperação do atraso cultural). Estava bem enraizada já a consciência civilizacional e a necessidade de adesão ao racionalismo. Outros fatores que estiveram na base da difusão da nova atitude cultural refletem a consciência de que os indivíduos têm de procurar viver num século que se pretende excecional, dentro do prestígio cultural da Europa, com uma posição crítica face ao preconceito e defendendo a universalidade da razão. Implicou, pois, uma grande circulação de pessoas e de ideias.
Foi de França que nos chegaram as influências das academias, dos salões e o conhecimento de grandes vultos da cultura, cujas ideias começaram a ter grande aceitação entre nós: Descartes, Locke, Newton e Voltaire. Em Portugal, o Iluminismo pôde florescer graças quer à ação dos estrangeirados quer à atitude de D. João V. Destaca-se a ação dos estrangeirados no desenvolvimento cultural, nomeadamente através da reforma do ensino, com destaque para Luís António Verney.
O Iluminismo fundamenta-se na razão e caracteriza-se por: posições antiaristotélicas e antiformalistas; oposição a construções filosóficas que não se fundamentem em factos e leis comprováveis; oposição ao espírito do sistema; defesa do uso da via mais clara e curta para chegar à verdade; ação contra os Jesuítas e desconfiança relativamente ao misticismo; aplicação do rigorismo na religião; cuidado na manipulação de textos sagrados; desconfiança da veracidade dos relatos hagiológicos e dos milagres; anticlericalismo; oposição aos excessos devocionais; definição de moral; antirracismo; opinião de que a educação é que molda o Homem; valorização do prazer; fomento das técnicas; valorização do experimentalismo; criação de monopólios; protecionismo; racionalismo jurídico; culto da simplicidade e verosimilhança; reforma do ensino com cariz antijesuítico; ensino das línguas vivas; depuração da linguagem; apoio às ciências exatas e naturais, revelador de mudança de mentalidades agora voltadas para o exterior; proteção das artes com o convite a artistas estrangeiros para trabalharem em Portugal; desenvolvimento do gosto pela música e pelo teatro; proliferação de publicações periódicas; multiplicação de academias, com especial destaque para a Academia Real das Ciências (1779), onde se propagaram melhor as ideias das Luzes.
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Como referenciar
Porto Editora – Iluminismo em Portugal na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-14 04:39:44]. Disponível em

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