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imagem corporal
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Em 1923, Paul Shilder usou este termo para designar uma representação, ao mesmo tempo consciente e inconsciente, da posição do corpo no espaço, considerado sob três aspetos: o de um suporte fisiológico, uma estrutura libidinal e um significado social. Inspirou-se na noção de esquema corporal para chegar ao termo de imagem corporal.
Françoise Dolto retomou o termo em 1984, numa perspetiva lacaniana, para designar a "encarnação simbólica inconsciente do sujeito desejante", ou seja, uma representação inconsciente do corpo, distinta do esquema corporal, que é a sua representação consciente.
É necessário explicar o que é esquema corporal, para o podermos distinguir da imagem corporal: o esquema corporal é o mediador entre o sujeito e o mundo. Através do esquema corporal, vamos contactar com o mundo físico, que tem a ver com a experiência que se tem sobre a realidade e estrutura-se pela aprendizagem e pela experiência. Agora, quando se fala da imagem corporal, fala-se na ordem do imaginário e do simbólico. Esta é diferente para cada sujeito e está ligada ao sujeito e à sua própria história. É especifica de uma relação e eminentemente inconsciente. Só é consciente quando é associada a uma linguagem consciente, ou seja, quando utiliza metáforas, por exemplo em casos de mímicas ou linguagem verbal, na dança, etc. A imagem do corpo é a síntese viva das nossas experiências emocionais vividas através das relações com os outros, é a memória inconsciente de toda a vivência relacional, presente em qualquer expressão como o desenho, modelagem, música, etc. É graças à imagem corporal que entramos em comunicação com o outro e vai-se estruturando pela comunicação no dia a dia, das frustrações e das satisfações, das repressões e das alegrias. Refere-se ao imaginário, marcado pela sua dimensão simbólica.
Durante a adolescência, um dos dados referenciais para a compreensão dos problemas dos jovens é a imagem corporal
A imagem corporal é a imagem que elaboramos mentalmente do nosso corpo. Durante o período de desenvolvimento, na adolescência, um dos dados referenciais para a compreensão dos problemas do adolescente é a imagem corporal, uma vez que o seu corpo vai assumir um novo significado. Todas as características do ajustamento pessoal e social são influenciadas, entre outros aspetos, pela configuração e pelo funcionamento do corpo, seja pela impressão que causa aos outros, seja pelo modo como o corpo é percebido pelo adolescente.
O modo como um rapaz ou uma rapariga avalia o seu corpo vai refletir os valores de quem os educa. Os meninos e meninas com aceitação por parte das suas famílias habitualmente não subestimam nem valorizam os seus corpos. No entanto, quando as crianças e os adolescentes sentem que os seus corpos não satisfazem as expectativas de quem os rodeia (por exemplo, ser muito baixo ou alto demais, ter seios pequenos, deficiências físicas, etc.), chegam a se automenosprezarem frequentemente. Pelo contrário, famílias que imprimem alto valor ao corpo, à musculatura, à beleza física, normalmente, geram adolescentes intolerantes com qualquer desvio na configuração corpórea própria e dos outros, inseguros em relação a si e aos outros.
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Como referenciar
Porto Editora – imagem corporal na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-19 12:26:00]. Disponível em

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