inquérito
O recurso ao inquérito por questionário, para a observação de percursos de vida, faz-se por duas razões principais. Uma delas, pela não existência prévia de dados que permitam a análise comparativa a diversos níveis (em relação às estatísticas disponíveis, o inquérito por questionário apresenta, pelo menos, duas vantagens: a de tornar possível observar o percurso de cada indivíduo em relação ao conjunto de outros indivíduos e, de forma associada e consequente, tornar possível obter um número considerável de informações a partir de cada um dos informantes); depois, pela necessidade de se estender no tempo as observações, isto é, de se poder, de facto, perceber aspetos importantes em relação a momentos distintos da vida dos inquiridos.
É claro que a comparação é, já por si, um dos requisitos de adoção do inquérito por questionário, mas que vulgarmente apenas acentua a dimensão de comparação de grupos ou de indivíduos, ou seja, não tem por preocupação o estabelecimento da comparação em momentos distintos da vida desses grupos ou desses indivíduos. Ao mesmo tempo, o inquérito por questionário assegura a fiabilidade dos dados que recolhe, dados quantitativos, uma vez que, normalmente, se rege pela adoção de amostras por quotas, incluindo indivíduos ou grupos que são representativos do objeto de estudo, e pela sistematicidade: quer dizer, a quantificação dos comportamentos sociais que o inquérito por questionário viabiliza, ao comparar comportamentos de grupos ou de indivíduos, permite encontrar e perceber o significado de comportamentos coletivos que, por si sós, os indivíduos não têm consciência deles e permitem também as generalizações dos resultados em relação
à população de onde a amostra deriva. Não deixa de ser verdade, contudo, que o inquérito por questionário dá informações em objetividade quantificada mas perde em profundidade explicativa e, por isso, as entrevistas semidirectivas permitem o desenvolvimento dos grandes momentos do inquérito por questionário; e, por outro lado, o inquérito por questionário é inflexível, porque, uma vez lançado, não permite readaptações em função de novas perceções da realidade que o curso de uma investigação vai fazendo descortinar e parte do princípio de que todas as respostas enquadram as lógicas subjacentes à sua construção, mesmo quando esta se fez com base num trabalho persistente de aproximação entre as expectativas de obtenção de conhecimentos do investigador e a vida, tal como foi e é, de cada um dos inquiridos. Para as respostas às questões fechadas, características do inquérito por questionário, não existe necessariamente correspondência nas respostas às questões abertas, características das entrevistas semidirectivas, e, como sustenta Foddy, "não é óbvio qual é o formato que produz resultados mais válidos". Por outro lado, o inquérito por questionário constitui uma técnica fundamental de observação quando se pretende obter uma considerável variedade de respostas acerca da vida de cada informante ao longo de diferentes momentos. No final da realização do inquérito, o tratamento dos dados mediante as categorias estabelecidas conduz, necessariamente, à produção de um discurso unívoco, porque mais não faz do que agregar a multiplicidade de respostas e de sentidos.
É claro que a comparação é, já por si, um dos requisitos de adoção do inquérito por questionário, mas que vulgarmente apenas acentua a dimensão de comparação de grupos ou de indivíduos, ou seja, não tem por preocupação o estabelecimento da comparação em momentos distintos da vida desses grupos ou desses indivíduos. Ao mesmo tempo, o inquérito por questionário assegura a fiabilidade dos dados que recolhe, dados quantitativos, uma vez que, normalmente, se rege pela adoção de amostras por quotas, incluindo indivíduos ou grupos que são representativos do objeto de estudo, e pela sistematicidade: quer dizer, a quantificação dos comportamentos sociais que o inquérito por questionário viabiliza, ao comparar comportamentos de grupos ou de indivíduos, permite encontrar e perceber o significado de comportamentos coletivos que, por si sós, os indivíduos não têm consciência deles e permitem também as generalizações dos resultados em relação
à população de onde a amostra deriva. Não deixa de ser verdade, contudo, que o inquérito por questionário dá informações em objetividade quantificada mas perde em profundidade explicativa e, por isso, as entrevistas semidirectivas permitem o desenvolvimento dos grandes momentos do inquérito por questionário; e, por outro lado, o inquérito por questionário é inflexível, porque, uma vez lançado, não permite readaptações em função de novas perceções da realidade que o curso de uma investigação vai fazendo descortinar e parte do princípio de que todas as respostas enquadram as lógicas subjacentes à sua construção, mesmo quando esta se fez com base num trabalho persistente de aproximação entre as expectativas de obtenção de conhecimentos do investigador e a vida, tal como foi e é, de cada um dos inquiridos. Para as respostas às questões fechadas, características do inquérito por questionário, não existe necessariamente correspondência nas respostas às questões abertas, características das entrevistas semidirectivas, e, como sustenta Foddy, "não é óbvio qual é o formato que produz resultados mais válidos". Por outro lado, o inquérito por questionário constitui uma técnica fundamental de observação quando se pretende obter uma considerável variedade de respostas acerca da vida de cada informante ao longo de diferentes momentos. No final da realização do inquérito, o tratamento dos dados mediante as categorias estabelecidas conduz, necessariamente, à produção de um discurso unívoco, porque mais não faz do que agregar a multiplicidade de respostas e de sentidos.
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Como referenciar
Porto Editora – inquérito na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-19 08:48:17]. Disponível em
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