Instituições da Grécia Arcaica

O período arcaico grego integra um espaço cronológico aproximado entre 800 e 500 a. C., de um modo geral correspondendo ao início da primeira vaga de colonização (775-675 a. C.), da revolta da Jónia e das Guerras Médicas (498-478 a. C.).
As instituições aristocráticas, provenientes da ruína do regime monárquico primitivo, vão existir durante quase todo o século VIII a. C. Neste "sistema" predominam os proprietários genetas (de "nascimento"), cuja riqueza nobiliária originou uma crescente importância política. Entretanto, nas grandes cidades ricas assistia-se ao surgimento de uma nova aristocracia do dinheiro, comercial, que suplantou gradualmente a de nascimento. Contudo, na maioria das situações, o poder continua a ser detido pelo conselho de Anciãos (Gerusiai) ligado à aristocracia geneta.
As cidades aristocráticas assemelham-se pelas suas instituições: as assembleias, formadas por proprietários, que votam leis por aclamação, elegendo os magistrados que lhes são propostos; os conselhos, restritos, compostos por antigos magistrados ricos e idosos que tomam as decisões importantes; e, por fim, os magistrados, que as fazem executar, tratando-se de pritanos, arcontes ou dikastai (juízes), hereditários ou vitalícios, frequentemente eleitos todos os anos.
No século VII a. C., a crise atinge um ponto extremo, devido, sobretudo, ao aumento da riqueza, à invenção da moeda e aos progressos da técnica militar. Neste contexto, surgem os "Legisladores" (aisimnetas). Zaleuco de Locros, Carondas de Catânia, Licurgo de Esparta, Drácon e Sólon de Atenas são, provavelmente, os mais conhecidos, bem como os tiranos atenienses.
As últimas reformas foram aplicadas por um magistrado, Clístenes (508-507 a. C.), alicerçando as bases da democracia ateniense e baseando o trabalho futuro de Efialtes e Péricles.