Jaime Batalha Reis
Jornalista, crítico literário, economista e diplomata, Jaime Batalha Reis nasceu a 24 de dezembro de 1847, em Lisboa, e morreu a 24 de janeiro de 1935, em Torres Vedras. Membro destacado da chamada Geração de 70, foi engenheiro florestal, professor no Instituto Geral de Agricultura, diplomata, escritor e um dos organizadores do movimento socialista em Portugal. Entre 1868 e 1870, travou conhecimento com Eça de Queirós e Antero de Quental, com quem criou a personagem de Carlos Fradique Mendes, poeta satânico, amigo de Baudelaire.
A partir de 1870, formou-se na sua casa ao Bairro Alto uma tertúlia literária e política que ficou conhecida como o "Cenáculo", frequentada por Antero de Quental, Eça de Queirós, Salomão Sáragga, Manuel Arriaga, Guerra Junqueiro, Teófilo Braga e Ramalho Ortigão, entre outros. Aí nasceu o projeto das Conferências Democráticas do Casino, realizadas em 1871, cujo programa foi assinado por Batalha Reis, juntamente com Antero, Eça, Teófilo e outros. Batalha Reis não chegou, contudo, a proferir a sua conferência, que deveria intitular-se "O socialismo", devido à súbita proibição das conferências por decreto ministerial.
Nessa altura, dirigiu pessoalmente uma carta-aberta ao Marquês de Ávila e Bolama, o ministro responsável pelo encerramento, intitulada "Eu sou socialista", protestando contra o conservadorismo e a hipocrisia do poder político. Em 1875, dirigiu, juntamente com Antero de Quental e Oliveira Martins, a Revista Ocidental. Em 1883, ingressou na carreira diplomática, ocupando o cargo de cônsul em Newcastle. Por essa altura, colaborou em vários periódicos portugueses e estrangeiros, como a Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, O Repórter (onde assinou uma série de crónicas reunidas sob o título de Revista Inglesa), de Oliveira Martins, A Ilustração, de Mariano Pina, e a Revista de Portugal, de Eça de Queirós, entre muitos outros. De 1886 a 1889, foi encarregue de várias missões diplomáticas em Londres, Paris, Madrid e Berlim, no âmbito das negociações do Governo português sobre o domínio colonial em África. Em 1897, assumiu o cargo de cônsul em Londres. Em funções de natureza diplomática, representou Portugal em muitos congressos internacionais e foi incumbido de diversas missões no estrangeiro. A sua conferência sobre a definição da geografia como ciência, no Congresso Internacional de Geografia de Londres, de 1895, teve influência decisiva para o estabelecimento da geografia científica em Portugal. Aliás, foi figura proeminente da Sociedade de Geografia de Lisboa. Em 1901, prefaciou a edição póstuma das Prosas Bárbaras, de Eça de Queirós. É autor também do capítulo "Anos de Lisboa" no In Memoriam a Antero de Quental. Para o teatro escreveu, em colaboração com D. João da Câmara, Lopes de Mendonça, Moura Cabral e outros, a farsa O Burro em Pancas, representada no Teatro Avenida em 1892. Já depois da implantação da República, ingressou no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Em 1918, ao atravessar a Rússia, assistiu aos dramáticos acontecimentos da guerra civil nesse país. No mesmo ano, foi o delegado português à Conferência de Paz de Paris.
Nessa altura, dirigiu pessoalmente uma carta-aberta ao Marquês de Ávila e Bolama, o ministro responsável pelo encerramento, intitulada "Eu sou socialista", protestando contra o conservadorismo e a hipocrisia do poder político. Em 1875, dirigiu, juntamente com Antero de Quental e Oliveira Martins, a Revista Ocidental. Em 1883, ingressou na carreira diplomática, ocupando o cargo de cônsul em Newcastle. Por essa altura, colaborou em vários periódicos portugueses e estrangeiros, como a Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, O Repórter (onde assinou uma série de crónicas reunidas sob o título de Revista Inglesa), de Oliveira Martins, A Ilustração, de Mariano Pina, e a Revista de Portugal, de Eça de Queirós, entre muitos outros. De 1886 a 1889, foi encarregue de várias missões diplomáticas em Londres, Paris, Madrid e Berlim, no âmbito das negociações do Governo português sobre o domínio colonial em África. Em 1897, assumiu o cargo de cônsul em Londres. Em funções de natureza diplomática, representou Portugal em muitos congressos internacionais e foi incumbido de diversas missões no estrangeiro. A sua conferência sobre a definição da geografia como ciência, no Congresso Internacional de Geografia de Londres, de 1895, teve influência decisiva para o estabelecimento da geografia científica em Portugal. Aliás, foi figura proeminente da Sociedade de Geografia de Lisboa. Em 1901, prefaciou a edição póstuma das Prosas Bárbaras, de Eça de Queirós. É autor também do capítulo "Anos de Lisboa" no In Memoriam a Antero de Quental. Para o teatro escreveu, em colaboração com D. João da Câmara, Lopes de Mendonça, Moura Cabral e outros, a farsa O Burro em Pancas, representada no Teatro Avenida em 1892. Já depois da implantação da República, ingressou no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Em 1918, ao atravessar a Rússia, assistiu aos dramáticos acontecimentos da guerra civil nesse país. No mesmo ano, foi o delegado português à Conferência de Paz de Paris.
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Como referenciar
Porto Editora – Jaime Batalha Reis na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-19 08:42:40]. Disponível em
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