Jamaica
Geografia
País das Caraíbas. Com uma área de 10 991 km2, a Jamaica é a terceira maior ilha das Caraíbas (a seguir às ilhas de Cuba e Hispaniola), situando-se a 145 km a sul de Cuba. As principais cidades são Kingston, a capital, com 594 500 habitantes (2004) na área metropolitana, Spanish Town (134 900 hab.), Portmore (102 000 hab.), Montego Bay (89 200 hab.) e May Pen (49 200 hab.).
A Jamaica reúne um conjunto de características geográficas que a tornam num dos centros turísticos mais apreciados da região. Assim, enquanto as áreas costeiras são planas, o interior da ilha caracteriza-se pela existência de sistemas montanhosos, cuja altitude varia entre os 1500 e os 2100 metros (o ponto mais alto é o monte Azul com 2 256 metros), e de planaltos de constituição calcária, o que justifica a existência de numerosas escarpas, depressões e cavernas. Em toda a ilha, mas sobretudo no interior, encontra-se uma flora extremamente rica e variada, sendo as planícies costeiras utilizadas, principalmente, como áreas de cultivo.
Clima
O clima é tropical húmido, sendo as precipitações mais elevadas na parte setentrional da ilha.
Economia
A economia jamaicana caracteriza-se pela sua grande abertura ao exterior, dada a importância crescente de alguns produtos agrícolas exportáveis e, sobretudo, do turismo. A pressão sobre a floresta, decorrente da expansão da agricultura e da criação de gado, fez com que a Jamaica registasse, no período de 1981-1990, a maior taxa de desflorestação do Mundo. O setor primário é ainda um dos principais suportes da economia: na agricultura, a exportação da banana e do açúcar e seus derivados (rum e melaço) tem-se mantido a bom nível, salientando-se o crescimento verificado na produção de frutos citrinos, café, cacau, pimenta e tabaco; a atividade piscatória apresenta-se bem estruturada e rentável. Por outro lado, o setor industrial tem visto a sua importância aumentar gradualmente, assentando o seu desenvolvimento em dois polos: na indústria mineira, através da exploração de vastas reservas de bauxite e alumina (com bastante saída para exportação) e de calcário, mármore e areia (para a indústria vidreira); na indústria transformadora destacam-se os têxteis, metais e produtos químicos, bem como as empresas ligadas às indústrias conserveira e vidreira. Por último, é de salientar o papel cada vez mais relevante do turismo na economia jamaicana, sobretudo no que concerne à obtenção de divisas, sustentado, não só pelas excelentes condições geográficas, mas também pela rica e sempre presente cultura jamaicana.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 4,0.
População
Tinha, em 2006, uma população de 2 758 124 habitantes, estimando-se que, em 2025, seja de 3,3 milhões de habitantes. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 20,82%o e 6,52%o. A esperança média de vida é de 73,24 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,757 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,750 (2001). Quanto à composição étnica, os negros representam 75% da população, seguidos dos mestiços (13%) e dos índios (1%). O protestantismo (43%) e o catolicismo (10%) são as principais religiões. A língua oficial é o inglês.
História
Quando Cristóvão Colombo chegou à Ilha da Jamaica (chamando-a, então, de ilha de Santiago) em 1494, encontrou-a habitada pelo povo Arawak, nela residente desde o século VII d. C. No entanto, com a chegada dos colonos espanhóis a partir de 1509, rapidamente os Arawak desapareceram por ação, sobretudo, das doenças europeias, às quais eram bastante vulneráveis. Em 1655, os Ingleses conquistaram a ilha, expulsando os Espanhóis em 1660. Contudo, a Inglaterra teve de lidar com a oposição dos antigos escravos dos colonos espanhóis, que se refugiaram nas montanhas do interior e aos quais se juntaram, posteriormente, os escravos que fugiam da dominação inglesa. De 1661 a 1670, a ilha foi virtualmente ocupada por piratas com o consentimento da Inglaterra, já que durante esse período de tempo aqueles prestaram uma preciosa ajuda na defesa da ilha perante os sucessivos ataques de navios espanhóis. Esta presença foi suprimida com a assinatura do Tratado de Madrid (1670), no qual a Espanha reconhecia a soberania da Inglaterra sobre a Jamaica. A partir de então, a ilha rapidamente se tornou na colónia mais valiosa, através do desenvolvimento efetuado na produção de açúcar e cacau, que passou pela utilização de escravos que os Ingleses maciçamente transportaram de África. O apogeu económico da Jamaica foi atingido durante a guerra que opôs a França à Inglaterra (1782-1806) e da qual esta saiu vencedora. No entanto, com a abolição da escravatura em 1807, todas as explorações agrícolas existentes na ilha entraram em crise, já que a escassez de mão de obra implicou um aumento brutal dos custos de produção, que não eram cobertos pelo abaixamento de preços do açúcar e do cacau registado com o fim da guerra. Esta crise foi-se agudizando lentamente ao longo dos anos, até que, em 1865, um levantamento popular originou confrontos violentos entre a população e as forças inglesas, provocando um reforço do Poder por parte da Coroa britânica. O novo governador, Sir John Peter Grant, iniciou então um projeto de reestruturação política, administrativa e económica que colocou de novo a ilha em vias de desenvolvimento, salientando-se o investimento feito na produção da banana, que rapidamente se tornou o principal produto de exportação. As reformas políticas e administrativas tinham como objetivo a constituição gradual de um Governo representativo que atuaria sob a égide da Coroa britânica. Contudo, já no século XX, um sentimento de desagrado perante o domínio inglês começou a espalhar-se no seio da população jamaicana, sobretudo a partir da década de 30, altura em que a grande depressão económica mundial começou a influenciar sobremaneira a vida na ilha. Este movimento de autodeterminação esteve na base de modificações constitucionais importantes (em 1944 e 1953) que, primeiro, instituíram uma assembleia de representantes eleitos por sufrágio universal, e, mais tarde, deram responsabilidades departamentais aos ministros eleitos, embora salvaguardassem a existência de um conselho legislativo e de um conselho executivo (neste estavam presentes, também, os ministros eleitos), ambos nomeados pela Inglaterra. E nem mesmo o desenvolvimento económico no após-Segunda Guerra Mundial, sustentado por subsídios provenientes da Inglaterra, conseguiu evitar que a Jamaica proclamasse a sua independência a 3 de janeiro de 1958, sendo membro fundador, em simultâneo, da Federação das Índias Ocidentais (WIF), uma união entre várias ilhas das Caraíbas dentro da Commonwealth. Norman Manley, líder do Partido Nacional Popular (PNP), foi eleito primeiro-ministro em julho de 1959, mas foi derrotado em abril de 1962 pelo líder do Partido Trabalhista da Jamaica (JLP), Sir Alexander Bustamante, que adotou, como medida primordial, a saída da Jamaica da WIF, provocando a sua dissolução em maio e a declaração da Jamaica como Estado independente no seio da Commonwealth a 6 de agosto desse mesmo ano. O JLP manteve-se no Poder até 1972, quando Michael Manley, filho de Norman Manley e líder do PNP, obteve uma esmagadora vitória. O programa de Governo de Michael Manley consistia na introdução de reformas sociais de características democráticas, mas tais reformas foram minadas pela grave crise económica que, por seu lado, foi responsável pela aproximação política entre a Jamaica e Cuba. Esta aproximação retrocedeu em 1981, já com Edward Seaga, líder do JLP, como primeiro-ministro eleito em 1980. Seaga favoreceu o estreitamento das relações com os Estados Unidos, que se tornaram no principal parceiro comercial da Jamaica com reflexos positivos na economia do país. Contudo, esta conjuntura de desenvolvimento foi subitamente interrompida em setembro de 1988, com a passagem do furacão Gilberto, que causou prejuízos incalculáveis e superiores aos registados em 1980, aquando da passagem do furacão Allen. As eleições de 1989 repuseram o PNP no Poder, sendo Michael Manley nomeado primeiro-ministro. Manley seria substituído nas eleições de 1993 pelo seu colega de partido, Percival J. Patterson. Após estas eleições, o JLP anunciou que não tomaria parte em futuros acontecimentos eleitorais enquanto não se procedesse à reforma do sistema eleitoral jamaicano.
País das Caraíbas. Com uma área de 10 991 km2, a Jamaica é a terceira maior ilha das Caraíbas (a seguir às ilhas de Cuba e Hispaniola), situando-se a 145 km a sul de Cuba. As principais cidades são Kingston, a capital, com 594 500 habitantes (2004) na área metropolitana, Spanish Town (134 900 hab.), Portmore (102 000 hab.), Montego Bay (89 200 hab.) e May Pen (49 200 hab.).
A Jamaica reúne um conjunto de características geográficas que a tornam num dos centros turísticos mais apreciados da região. Assim, enquanto as áreas costeiras são planas, o interior da ilha caracteriza-se pela existência de sistemas montanhosos, cuja altitude varia entre os 1500 e os 2100 metros (o ponto mais alto é o monte Azul com 2 256 metros), e de planaltos de constituição calcária, o que justifica a existência de numerosas escarpas, depressões e cavernas. Em toda a ilha, mas sobretudo no interior, encontra-se uma flora extremamente rica e variada, sendo as planícies costeiras utilizadas, principalmente, como áreas de cultivo.
O clima é tropical húmido, sendo as precipitações mais elevadas na parte setentrional da ilha.
Economia
A economia jamaicana caracteriza-se pela sua grande abertura ao exterior, dada a importância crescente de alguns produtos agrícolas exportáveis e, sobretudo, do turismo. A pressão sobre a floresta, decorrente da expansão da agricultura e da criação de gado, fez com que a Jamaica registasse, no período de 1981-1990, a maior taxa de desflorestação do Mundo. O setor primário é ainda um dos principais suportes da economia: na agricultura, a exportação da banana e do açúcar e seus derivados (rum e melaço) tem-se mantido a bom nível, salientando-se o crescimento verificado na produção de frutos citrinos, café, cacau, pimenta e tabaco; a atividade piscatória apresenta-se bem estruturada e rentável. Por outro lado, o setor industrial tem visto a sua importância aumentar gradualmente, assentando o seu desenvolvimento em dois polos: na indústria mineira, através da exploração de vastas reservas de bauxite e alumina (com bastante saída para exportação) e de calcário, mármore e areia (para a indústria vidreira); na indústria transformadora destacam-se os têxteis, metais e produtos químicos, bem como as empresas ligadas às indústrias conserveira e vidreira. Por último, é de salientar o papel cada vez mais relevante do turismo na economia jamaicana, sobretudo no que concerne à obtenção de divisas, sustentado, não só pelas excelentes condições geográficas, mas também pela rica e sempre presente cultura jamaicana.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 4,0.
População
Tinha, em 2006, uma população de 2 758 124 habitantes, estimando-se que, em 2025, seja de 3,3 milhões de habitantes. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 20,82%o e 6,52%o. A esperança média de vida é de 73,24 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,757 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,750 (2001). Quanto à composição étnica, os negros representam 75% da população, seguidos dos mestiços (13%) e dos índios (1%). O protestantismo (43%) e o catolicismo (10%) são as principais religiões. A língua oficial é o inglês.
História
Quando Cristóvão Colombo chegou à Ilha da Jamaica (chamando-a, então, de ilha de Santiago) em 1494, encontrou-a habitada pelo povo Arawak, nela residente desde o século VII d. C. No entanto, com a chegada dos colonos espanhóis a partir de 1509, rapidamente os Arawak desapareceram por ação, sobretudo, das doenças europeias, às quais eram bastante vulneráveis. Em 1655, os Ingleses conquistaram a ilha, expulsando os Espanhóis em 1660. Contudo, a Inglaterra teve de lidar com a oposição dos antigos escravos dos colonos espanhóis, que se refugiaram nas montanhas do interior e aos quais se juntaram, posteriormente, os escravos que fugiam da dominação inglesa. De 1661 a 1670, a ilha foi virtualmente ocupada por piratas com o consentimento da Inglaterra, já que durante esse período de tempo aqueles prestaram uma preciosa ajuda na defesa da ilha perante os sucessivos ataques de navios espanhóis. Esta presença foi suprimida com a assinatura do Tratado de Madrid (1670), no qual a Espanha reconhecia a soberania da Inglaterra sobre a Jamaica. A partir de então, a ilha rapidamente se tornou na colónia mais valiosa, através do desenvolvimento efetuado na produção de açúcar e cacau, que passou pela utilização de escravos que os Ingleses maciçamente transportaram de África. O apogeu económico da Jamaica foi atingido durante a guerra que opôs a França à Inglaterra (1782-1806) e da qual esta saiu vencedora. No entanto, com a abolição da escravatura em 1807, todas as explorações agrícolas existentes na ilha entraram em crise, já que a escassez de mão de obra implicou um aumento brutal dos custos de produção, que não eram cobertos pelo abaixamento de preços do açúcar e do cacau registado com o fim da guerra. Esta crise foi-se agudizando lentamente ao longo dos anos, até que, em 1865, um levantamento popular originou confrontos violentos entre a população e as forças inglesas, provocando um reforço do Poder por parte da Coroa britânica. O novo governador, Sir John Peter Grant, iniciou então um projeto de reestruturação política, administrativa e económica que colocou de novo a ilha em vias de desenvolvimento, salientando-se o investimento feito na produção da banana, que rapidamente se tornou o principal produto de exportação. As reformas políticas e administrativas tinham como objetivo a constituição gradual de um Governo representativo que atuaria sob a égide da Coroa britânica. Contudo, já no século XX, um sentimento de desagrado perante o domínio inglês começou a espalhar-se no seio da população jamaicana, sobretudo a partir da década de 30, altura em que a grande depressão económica mundial começou a influenciar sobremaneira a vida na ilha. Este movimento de autodeterminação esteve na base de modificações constitucionais importantes (em 1944 e 1953) que, primeiro, instituíram uma assembleia de representantes eleitos por sufrágio universal, e, mais tarde, deram responsabilidades departamentais aos ministros eleitos, embora salvaguardassem a existência de um conselho legislativo e de um conselho executivo (neste estavam presentes, também, os ministros eleitos), ambos nomeados pela Inglaterra. E nem mesmo o desenvolvimento económico no após-Segunda Guerra Mundial, sustentado por subsídios provenientes da Inglaterra, conseguiu evitar que a Jamaica proclamasse a sua independência a 3 de janeiro de 1958, sendo membro fundador, em simultâneo, da Federação das Índias Ocidentais (WIF), uma união entre várias ilhas das Caraíbas dentro da Commonwealth. Norman Manley, líder do Partido Nacional Popular (PNP), foi eleito primeiro-ministro em julho de 1959, mas foi derrotado em abril de 1962 pelo líder do Partido Trabalhista da Jamaica (JLP), Sir Alexander Bustamante, que adotou, como medida primordial, a saída da Jamaica da WIF, provocando a sua dissolução em maio e a declaração da Jamaica como Estado independente no seio da Commonwealth a 6 de agosto desse mesmo ano. O JLP manteve-se no Poder até 1972, quando Michael Manley, filho de Norman Manley e líder do PNP, obteve uma esmagadora vitória. O programa de Governo de Michael Manley consistia na introdução de reformas sociais de características democráticas, mas tais reformas foram minadas pela grave crise económica que, por seu lado, foi responsável pela aproximação política entre a Jamaica e Cuba. Esta aproximação retrocedeu em 1981, já com Edward Seaga, líder do JLP, como primeiro-ministro eleito em 1980. Seaga favoreceu o estreitamento das relações com os Estados Unidos, que se tornaram no principal parceiro comercial da Jamaica com reflexos positivos na economia do país. Contudo, esta conjuntura de desenvolvimento foi subitamente interrompida em setembro de 1988, com a passagem do furacão Gilberto, que causou prejuízos incalculáveis e superiores aos registados em 1980, aquando da passagem do furacão Allen. As eleições de 1989 repuseram o PNP no Poder, sendo Michael Manley nomeado primeiro-ministro. Manley seria substituído nas eleições de 1993 pelo seu colega de partido, Percival J. Patterson. Após estas eleições, o JLP anunciou que não tomaria parte em futuros acontecimentos eleitorais enquanto não se procedesse à reforma do sistema eleitoral jamaicano.
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Como referenciar
Porto Editora – Jamaica na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-08 19:36:39]. Disponível em
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