James Hilton
Escritor inglês, James Ernest Benn Hilton nasceu a 9 de setembro de 1900, na cidade industrial de Leigh, no Lancashire. Foi durante os seus estudos universitários, levados a bom cabo com honras na Língua e Literatura Inglesa e um diploma em História, no Christ's College de Cambridge, que deu início à sua carreira como escritor. Com apenas dezassete anos de idade, terminaria o seu primeiro romance, Catherine Herself, que viria a ser publicado em 1920. A obra vinha dar préstimo à reputação que mantinha em certos jornais, e para os quais viria a trabalhar. Durante alguns anos foi colunista para o Irish Independent, vindo depois a publicar contos, críticas e outras contribuições também em órgãos da imprensa.
A relativa obscuridade que tentara acender com The Passionate Year (1923), The Dawn of Recknoning (1925), The Meadows of the Moon (1927) e The SilverFlame (1928), daria lugar, com And Now Goodbye, em 1931, a um indício de popularidade, que se confirmaria com Goodbye Mr. Chips, obra que Hilton escrevera em apenas quatro dias, e destinara porém a um público mais amplo. Publicada pela primeira vez no semanário British Weekly, em 1934, apareceria, também no mesmo ano, no Atlantic Monthly, publicação norte-americana de larga tradição literária, e que daria a Hilton um tão considerável renome, que as suas obras do ano anterior, como Knight Without Armour e Lost Horizon, seriam avidamente procuradas e reeditadas.
Lost Horizon é um dos muitos romances em que Hilton estuda a simbólica da perceção do mundo interior, sempre em busca de um espaço onde a verdade da imaginação possa confrontar o silêncio do esquecimento e a discrição do convívio social. Conway, a personagem principal da obra que viria a ganhar o prémio Hawthorn, sofre de amnésia, e encontrando-se com Rutherford em Shangri-La, uma localidade tibetana imaginária, vai ouvir, deste último, o recontar da história da sua própria vida. No final do livro, o narrador e Rutherford procedem a uma discussão sobre os argumentos a favor e contra a verdade da história.
Não obstante, mais que as personagens, seria Shangri-La que daria ao escritor o seu estatuto. O próprio Franklin Delano Roosevelt batizaria a sua residência de verão, a atual 'Camp David', com o nome da utopia de Hilton, que passaria à história como terra de mistério e imaginação. Outros autores chegariam mesmo a dar continuidade ao mito: em 1987 surgiria a película Return to Shangri-la, pela mão do crítico de cinema britânico Leslie Halliwell e, em 1996, Eleanor Cooney, em coautoria com Daniel Altieri, publicaria o romance The Return to the World of Lost Horizon.
Fascinada pela capacidade de Hilton em criar mundos e manusear a sua intriga, a indústria cinematográfica de Hollywood não tardaria a querer dar vida às suas personagens solitárias e enigmáticas, e ao percurso acidentado em que se movimentavam. Assim, em 1935, o autor mudar-se-ia para a Califórnia, adaptando e concebendo argumentos para o cinema, mas não deixando contudo de escrever romances, críticas, sendo várias vezes convidado para entrevistas na Rádio.
Manteve-se apesar de tudo um típico cidadão britânico e, em 1951, diria de si próprio, nas notas de Lost Horizon: "Não me agradam os jogos organizados e as piscinas, estâncias da moda e clubes noturnos, a música nos restaurantes e os manifestos políticos. Gosto de conduzir entre a Costa Oeste e a Costa Leste, boa comida e boa bebida, alguns amigos, cães, o teatro, grandes caminhadas, música, mas não a ópera, e conversar livremente. Leio uma boa dúzia de livros por semana, se conseguir arranjar tantos que me agradem ler. Passo três ou quatro horas semanais a ouvir rádio e uma horita a ver televisão". Cultivava o hábito de se retirar para a Suíça, tendo sido sempre um grande apaixonado das montanhas. Acabaria por falecer, a 20 de dezembro de 1956, em Long Beach, na Califórnia.
A relativa obscuridade que tentara acender com The Passionate Year (1923), The Dawn of Recknoning (1925), The Meadows of the Moon (1927) e The SilverFlame (1928), daria lugar, com And Now Goodbye, em 1931, a um indício de popularidade, que se confirmaria com Goodbye Mr. Chips, obra que Hilton escrevera em apenas quatro dias, e destinara porém a um público mais amplo. Publicada pela primeira vez no semanário British Weekly, em 1934, apareceria, também no mesmo ano, no Atlantic Monthly, publicação norte-americana de larga tradição literária, e que daria a Hilton um tão considerável renome, que as suas obras do ano anterior, como Knight Without Armour e Lost Horizon, seriam avidamente procuradas e reeditadas.
Lost Horizon é um dos muitos romances em que Hilton estuda a simbólica da perceção do mundo interior, sempre em busca de um espaço onde a verdade da imaginação possa confrontar o silêncio do esquecimento e a discrição do convívio social. Conway, a personagem principal da obra que viria a ganhar o prémio Hawthorn, sofre de amnésia, e encontrando-se com Rutherford em Shangri-La, uma localidade tibetana imaginária, vai ouvir, deste último, o recontar da história da sua própria vida. No final do livro, o narrador e Rutherford procedem a uma discussão sobre os argumentos a favor e contra a verdade da história.
Não obstante, mais que as personagens, seria Shangri-La que daria ao escritor o seu estatuto. O próprio Franklin Delano Roosevelt batizaria a sua residência de verão, a atual 'Camp David', com o nome da utopia de Hilton, que passaria à história como terra de mistério e imaginação. Outros autores chegariam mesmo a dar continuidade ao mito: em 1987 surgiria a película Return to Shangri-la, pela mão do crítico de cinema britânico Leslie Halliwell e, em 1996, Eleanor Cooney, em coautoria com Daniel Altieri, publicaria o romance The Return to the World of Lost Horizon.
Fascinada pela capacidade de Hilton em criar mundos e manusear a sua intriga, a indústria cinematográfica de Hollywood não tardaria a querer dar vida às suas personagens solitárias e enigmáticas, e ao percurso acidentado em que se movimentavam. Assim, em 1935, o autor mudar-se-ia para a Califórnia, adaptando e concebendo argumentos para o cinema, mas não deixando contudo de escrever romances, críticas, sendo várias vezes convidado para entrevistas na Rádio.
Manteve-se apesar de tudo um típico cidadão britânico e, em 1951, diria de si próprio, nas notas de Lost Horizon: "Não me agradam os jogos organizados e as piscinas, estâncias da moda e clubes noturnos, a música nos restaurantes e os manifestos políticos. Gosto de conduzir entre a Costa Oeste e a Costa Leste, boa comida e boa bebida, alguns amigos, cães, o teatro, grandes caminhadas, música, mas não a ópera, e conversar livremente. Leio uma boa dúzia de livros por semana, se conseguir arranjar tantos que me agradem ler. Passo três ou quatro horas semanais a ouvir rádio e uma horita a ver televisão". Cultivava o hábito de se retirar para a Suíça, tendo sido sempre um grande apaixonado das montanhas. Acabaria por falecer, a 20 de dezembro de 1956, em Long Beach, na Califórnia.
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Como referenciar
Porto Editora – James Hilton na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-19 04:48:21]. Disponível em
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