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Jane Campion
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Realizadora neozelandesa, Jane Campion nasceu a 30 de abril de 1954, em Wellington.

Em 1975, licenciou-se em Antropologia pela Universidade de Wellington, mas inclinada a seguir uma via artística, partiu para a Austrália, onde, em 1979, completou uma pós-graduação em Pintura pelo Sydney College of the Arts.

Em 1981, decidiu matricular-se no curso de Cinematografia do Australian School of Film and Television, onde realizou um conjunto de cinco curtas-metragens. A primeira, Peel-An Exercise in Discipline (1982), foi exibida no Festival de Cannes em 1986 e venceu a Palma de Ouro para melhor curta-metragem. Ciente do seu talento, a televisão pública australiana ofereceu-lhe um contrato de trabalho.

Dessa pequena passagem como realizadora televisiva, nasceu a minissérie Dancing Daze (1986) e o telefilme Two Friends (1986), que venceu diversos prémios na Austrália. Ciente de que estava preparada para realizar a sua primeira longa-metragem, Campion conseguiu granjear diversos apoios financeiros para dirigir um filme que ela própria escreveu: Sweetie (1989), um relato bem-humorado sobre uma jovem excêntrica e a sua relação com os pais e a sua obsessiva irmã.

O filme foi muito bem aceite pelos críticos, tendo recebido diversos prémios a nível internacional, entre os quais o American Independent Spirit para Melhor Filme Estrangeiro e o galardão do LA Film Critics para Melhor Jovem Realizador.

A sua reputação internacional solidificou-se com o seu projeto seguinte: An Angel at My Table (Um Anjo à Minha Mesa, 1990), uma longa-metragem com 158 minutos de duração que estabeleceu um retrato biográfico de Janet Frame (interpretada magistralmente por Kerry Fox), uma jovem menina reprimida que ultrapassa um diagnóstico de esquizofrenia para se tornar na mais famosa novelista neozelandesa do século XX.

O filme teve uma boa receção do público e da crítica e foi galardoado com o Leão de Prata do Festival de Veneza.
Mas o filme que lhe trouxe a aclamação mundial foi The Piano (O Piano, 1993), um drama situado no século XIX que conta a história de uma mulher escocesa muda (Holly Hunter) que viaja para a Nova Zelândia juntamente com a sua filha (Anna Paquin) e o seu piano, esperando-a um casamento de conveniência com um agricultor (Sam Neill). Na altura do desembarque, este recusa-se a levar consigo o piano, abandonando-o na praia. Um capataz maori (Harvey Keitel) acolhe o instrumento em sua casa, deixando a mulher tocar o piano em troca de favores sexuais.

Este inusitado triângulo amoroso foi um sucesso à escala mundial, tendo vencido a Palma de Ouro do festival de Cannes e arrecadado três Óscares: Melhor Atriz (Hunter), Melhor Atriz Secundária (Paquin) e Melhor Argumento Original (Campion). Seguiu-se Portrait of a Lady (Retrato Duma Senhora, 1996), adaptação da obra homónima de Henry James sobre uma jovem americana (Nicole Kidman) que luta por ter uma vida independente na Europa de finais do século XIX.

O filme contou com um elenco de luxo que compreendeu nomes como John Malkovich, Barbara Hershey e John Gielgud.
Já a sua obra seguinte, Holy Smoke (1999), apesar de protagonizada por Kate Winslet e Harvey Keitel, teve um desastrado percurso comercial, tendo sido também mal recebida pelos críticos, devido às arrojadas cenas eróticas.

Em 2003, Jane Campion voltou aos grandes ecrãs, desta vez com In the Cut (In the Cut - Atração Perigosa), um thriller que conta com a participação de Meg Ryan, Mark Ruffalo, Kevin Bacon e Jennifer Jason Leigh, entre outros atores.

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Porto Editora – Jane Campion na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-21 16:02:54]. Disponível em
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