Jean Anouilh
Dramaturgo francês, Jean Anouilh nasceu a 23 de junho de 1910 na cidade de Bordéus. Filho de um alfaiate e de uma violinista, revelou um talento precoce para o teatro, ao escrever a sua primeira peça aos doze anos de idade. Após ter concluído o ensino secundário, rumou até Paris, onde se matriculou no curso de Direito da Universidade da Sorbonne.
A promessa de uma carreira nas Leis foi irremediavelmente negligenciada pelo amor ao teatro. Em 1929, com apenas dezanove anos de idade, conseguiu levar a palco Humulus Lu Muet, peça que havia composto em parceria com Jean Aurenche e Mandarine, da sua exclusiva autoria.
Recebendo um ultimato paterno, deu entrada no mundo profissional, trabalhando como criador intelectual ao serviço de uma agência de publicidade, colaborando também como cenógrafo para a indústria cinematográfica.
Em 1931, depois de ter casado com uma atriz, tornou-se secretário do diretor de uma companhia de teatro sediada nos Campos Elísios. Teve então oportunidade de estrear alguns dos seus trabalhos, mas só conseguiu ganhar uma certa reputação em 1935, com Y Avait Un Prisonnier. Embora modesto, o sucesso obtido com a representação da obra permitiu-lhe dedicar-se à escrita em exclusividade.
Jean Anouilh passou a ser considerado como um dramaturgo proeminente após a estreia de Le Voyageur Sans Bagage (1937, O Viajante Sem Bagagem). A peça, que lidava com o problema da consciência, da esperança e da irremediabilidade do passado, foi aclamada pela crítica. Depois de Le Bal des Voleurs (1938, O Baile dos Ladrões), Leocadia (1940), Eurydice (1942, Eurídice), o autor entrou em consonância absoluta com o público francês ao levar à cena Antigone (1944, Antígona), obra que vinha, embora tardiamente, criticar o Nacional-Socialismo e o regime de Vichy. Escreveu também L'Invitation au château (1947), La Répétition ou L'Amour puni (1950).
Após a Segunda Guerra Mundial, o dramaturgo procurou pautar-se pela estética norte-americana mas, enquanto que o seu sucesso florescia do outro lado do Atlântico, com a encenação de trabalhos como L'Alouette (1953), Becket, ou l'Honneur de Dieu (1959, Becket, ou A Honra de Deus) e, sobretudo, La Valse des Toréadors (1952), perdia popularidade na Europa, onde novos talentos emergiam.
A última fase da sua obra, que havia qualificado através de cores, consoante o género, ficou marcada por uma conservadorismo sardónico. Em Chers Oiseaux (1976, Queridos Pássaros) atacava os intelectuais de Esquerda e, em La Culotte (1978, Os Calções), não poupava as militantes do Feminismo.
Jean Anouilh faleceu a 3 de outubro de 1987, em Lausanne, na Suíça.
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