Jogos Olímpicos de Moscovo, 1980

Os Jogos Olímpicos de 1980, realizados em Moscovo, União Soviética, entre 19 de julho e 3 de agosto, foram boicotados por 65 nações ocidentais a pedido do presidente dos Estados Unidos da América, Jimmy Carter, que invocou a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas como justificação do boicote. Incapaz de persuadir o Comité Olímpico Internacional a cancelar ou transferir de local a organização das Olimpíadas de 1980, o presidente norte-americano pressionou o Comité Olímpico dos Estados Unidos para boicotar os Jogos moscovitas, no que foi seguido por países ocidentais, como a República Federal da Alemanha e o Japão, enquanto a Grã-Bretanha e a França, apesar de apoiarem o boicote, deixaram ao critério dos respetivos comités olímpicos a participação, ou não, no evento. Assim, estiveram apenas em Moscovo, 5217 atletas representando 80 países, o número mais baixo de participações desde os Jogos de Melbourne, em 1956.
Os primeiros Jogos Olímpicos organizados num país comunista foram dominados pela União Soviética e pela República Democrática Alemã. Num clima de euforia, Moscovo viu serem batidos 34 recordes mundiais, com os soviéticos arrecadaram um total de 195 medalhas e os alemães de leste 126. O ginasta soviético Aleksandr Dityatin tornou-se no primeiro atleta a ganhar oito medalhas numa edição olímpica. Destacaram-se ainda nas provas de 800 e 1500 metros em atletismo os britânicos Steve Ovett e Sebastian Coe.
Portugal fez-se representar por uma delegação de apenas onze elementos, devido à resposta positiva de muitos atletas ao pedido de boicote lançado pelo líder político Francisco Sá Carneiro, na sequência do apelo americano. Os atletas portugueses que furaram o boicote viram ser-lhes retirado o subsídio para a alta competição atribuído pelo governo. Não houve resultados dignos de registo nesta curta participação lusitana.