José Bento
Poeta e tradutor português, mas também professor do ensino técnico e autor de várias obras especializadas na área da contabilidade, comércio e fiscalidade, José Bento de Almeida e Silva nasceu a 17 de novembro de 1932, em Pardilhó, no concelho de Estarreja. Colaborou, desde muito jovem, com poesia e crítica literária em revistas como Sísifo, Árvore, Cassiopeia, Cadernos do Meio-Dia, Eros, entre outras. Entre 1963 e 1969 pertenceu à redação da revista O Tempo e o Modo.
Tradutor de mérito reconhecido da poesia espanhola clássica e contemporânea, traduziu, entre muitos outros autores, Cervantes, Calderon de la Barca, Ortega y Gasset, Luis Cernuda, Angel Crespo, Pablo Neruda, Garcia Lorca, Unamuno, Garcilaso de la Vega; os místicos S. João da Cruz e Santa Teresa de Ávila; sendo ainda autor de coletâneas de poesia espanhola como a Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea.
Até à publicação de Silabário, a sua poesia encontrava-se, com exceção de três títulos, dispersa por periódicos, o que não significa que o seu nome fosse desconhecido do meio literário português, pelo contrário, além de a sua colaboração figurar nas revistas que tiveram uma ação cultural relevante nos anos 50, é autor de textos de crítica poética, inseridos em prefácios ou artigos, que atestam um conhecimento aprofundado da poesia contemporânea portuguesa.
O sujeito poético que exprime um pessimismo existencial que o conduz a "proclamar o estado de absoluta privação do homem ou a irremediável mudança que o tempo nele opera, tornando-o irreconhecível a seus próprios olhos, ou ainda a sua inescapável condição caída, acaba por encontrar nas palavras (...) a única paz, a única existência" (p. 290). Ponderada, decantada, em diálogo subtil com textos e autores, da sua poesia pode-se, parodiando a introdução do autor às Poesias Completas de S. João da Cruz, dizer que raras vezes, como nos seus poemas, "a crítica sentirá as suas limitações e a fragilidade de alguns dos seus juízos críticos: esgotadas as minuciosas e indispensáveis pesquisas textuais, detetadas as fontes, explicitado o pensamento subjacente a estes poemas, o crítico fica frente a frente com eles na sua nudez total, o que acontece então não pode senão ser um ato de amor, pois tudo o mais sobra, é inútil." (p. 13)
Ao longo de toda a sua carreira literária, tem sido alvo de várias homenagens como aconteceu, por exemplo, em 1991, quando foi condecorado, pelo Rei Juan Carlos de Espanha, com a medalha de ouro de Belas-Artes; em 1992, quando foi distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique pelo então presidente da República Mário Soares; ainda nesse ano, com os prémios Pen Clube Português e D. Dinis da Fundação Casa de Mateus, pelo trabalho Silabário; em 2005, com a atribuição do Grande Prémio de Tradução do Pen Clube Português; e, em 2006, com o 1.º Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura.
Tradutor de mérito reconhecido da poesia espanhola clássica e contemporânea, traduziu, entre muitos outros autores, Cervantes, Calderon de la Barca, Ortega y Gasset, Luis Cernuda, Angel Crespo, Pablo Neruda, Garcia Lorca, Unamuno, Garcilaso de la Vega; os místicos S. João da Cruz e Santa Teresa de Ávila; sendo ainda autor de coletâneas de poesia espanhola como a Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea.
Até à publicação de Silabário, a sua poesia encontrava-se, com exceção de três títulos, dispersa por periódicos, o que não significa que o seu nome fosse desconhecido do meio literário português, pelo contrário, além de a sua colaboração figurar nas revistas que tiveram uma ação cultural relevante nos anos 50, é autor de textos de crítica poética, inseridos em prefácios ou artigos, que atestam um conhecimento aprofundado da poesia contemporânea portuguesa.
O sujeito poético que exprime um pessimismo existencial que o conduz a "proclamar o estado de absoluta privação do homem ou a irremediável mudança que o tempo nele opera, tornando-o irreconhecível a seus próprios olhos, ou ainda a sua inescapável condição caída, acaba por encontrar nas palavras (...) a única paz, a única existência" (p. 290). Ponderada, decantada, em diálogo subtil com textos e autores, da sua poesia pode-se, parodiando a introdução do autor às Poesias Completas de S. João da Cruz, dizer que raras vezes, como nos seus poemas, "a crítica sentirá as suas limitações e a fragilidade de alguns dos seus juízos críticos: esgotadas as minuciosas e indispensáveis pesquisas textuais, detetadas as fontes, explicitado o pensamento subjacente a estes poemas, o crítico fica frente a frente com eles na sua nudez total, o que acontece então não pode senão ser um ato de amor, pois tudo o mais sobra, é inútil." (p. 13)
Ao longo de toda a sua carreira literária, tem sido alvo de várias homenagens como aconteceu, por exemplo, em 1991, quando foi condecorado, pelo Rei Juan Carlos de Espanha, com a medalha de ouro de Belas-Artes; em 1992, quando foi distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique pelo então presidente da República Mário Soares; ainda nesse ano, com os prémios Pen Clube Português e D. Dinis da Fundação Casa de Mateus, pelo trabalho Silabário; em 2005, com a atribuição do Grande Prémio de Tradução do Pen Clube Português; e, em 2006, com o 1.º Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura.
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Como referenciar
José Bento na Infopédia [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$jose-bento [visualizado em 2025-06-22 00:33:53].
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