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José de Anchieta
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Padre e missionário jesuíta espanhol, José de Anchieta nasceu em 1534, em São Cristóvão de Laguna, no Tenerife, nas ilhas Canárias (Espanha).
Não manifestando aptidão para a carreira militar, iniciou os seus estudos em Portugal, em 1548, em Coimbra, na Companhia de Jesus, companhia recém-criada por Inácio de Loyola. Devido a problemas de saúde e com vontade de servir a Deus, partiu como missionário para o Brasil, a 8 de maio de 1553, na 3.ª Expedição de Missionários Jesuítas, chefiada pelo Padre Luiz de Grã e integrada na comitiva do governador-geral D. Duarte da Costa. Chegado a 13 de julho, desse mesmo ano, a Salvador (na Baía), José de Anchieta partiu, em outubro, para o sul do Brasil, em direção a Piratininga, onde os jesuítas precisavam de tradutores e de intérpretes da língua indígena Tupi. Nessa aldeia, fundou-se um colégio para os índios e desse núcleo educacional veio a surgir a cidade de São Paulo. O Padre Manuel da Nóbrega celebrou, juntamente com o Padre Afonso Brás e o Irmão José de Anchieta, a primeira missa que oficializou a fundação desse colégio, a 25 de janeiro de 1554 (hoje, data comemorativa da fundação da cidade de São Paulo). Anchieta descreveu esse acontecimento nos seus relatórios da seguinte maneira: "Celebrámos em paupérrima e estreitíssima casinha a primeira missa, no dia da conversão do apóstolo São Paulo e, por isso, dedicámos a ele nossa casa". Passou a ocupar-se da catequese dos índios e, para acelerar essa educação religiosa, escreveu vários autos que eram representados nas festividades religiosas. Para além disso, lia e escrevia facilmente em tupi, e ensinou castelhano, latim e língua basílica. Para os indígenas, Anchieta era não só padre, como também médico, professor, defensor da justiça, construtor de capelas e músico.
A 5 de maio de 1563, Anchieta e o Padre Manuel da Nóbrega partiram para Ubatuba com o objetivo de negociar uma trégua com os índios Tupinambás. O padre Manuel da Nóbrega regressou a São Vicente, mas Anchieta ficou retido como refém. Foi, nessa altura, que compôs o famoso "Poema em Louvor à Virgem Maria", constituído por 5732 versos latinos. Quatro meses depois, Anchieta regressou a Piratininga na companhia de um índio.
Em 1565, participou ao lado de Estácio de Sá na fundação da cidade do Rio de Janeiro e, nesse ano, foi ordenado sacerdote em Salvador. Em 1567, defendeu os índios contra os franceses que habitavam no Rio de Janeiro. Ainda em 1567, partiu para a Capitania de São Vicente, onde foi designado superior local dos padres jesuítas. Salvo de um naufrágio e em agradecimento a Deus, Anchieta visitou o Santuário da Penha, no Espírito Santo, em 1573. Cinco anos mais tarde, foi nomeado Reitor do Colégio, na Baía, cargo que abandonou, nesse mesmo ano, para exercer as funções de Provincial dos Jesuítas do Brasil. Permanecendo o resto da sua vida em Espírito Santo, Anchieta ainda fez algumas viagens para incentivar a criação de comunidades jesuítas. Em 1579, recebeu a imagem de Nossa Senhora da Assunção em Reritiba, aquando da apresentação do seu auto Dia da Assunção. Em 1585, fundou a aldeia de Guaraparim, em Espírito Santo, escrevendo, para o dia da inauguração, um auto em tupi, Na Aldeia de Guaraparim. Em 1595, escreveu Arte da Gramática da Língua mais Conhecida na Costa do Brasil, o tupi-guarani, que foi publicada em Coimbra. Para além destas obras, escreveu ainda História do Brasil e várias obras de poesia, de teatro e textos fundamentais para a história da Companhia.
José de Anchieta ocupa a cadeira n.º 1 da Academia Brasileira de Música, por escolha do seu fundador Heitor Villa-Lobos, pela importância do jesuíta na educação musical e teatral do Brasil.
A 9 de julho de 1597, José de Anchieta faleceu em Reritiba (atual Anchieta), aldeia que fundara, no Estado do Espírito Santo (Brasil). Em 1611, os seus restos mortais foram transladados: uma parte, para o Colégio da Baía, a outra, para Roma. Em 1617, iniciou-se os processos de beatificação e de canonização de Anchieta a pedido dos Jesuítas do Brasil, processos suspensos em 1773. Foi declarado Padre Anchieta "Venerável", em 1736, pelo Papa Clemente XII. A 22 de junho de 1980, o Papa João Paulo II beatificou o Padre José de Anchieta, designado como "Apóstolo do Brasil".
A 25 de janeiro de 2004, em comemoração dos 450 anos da fundação da cidade de São Paulo, a prefeitura realizou uma exposição com 300 cartas de jesuítas, escritas entre 1553-1601, das quais 17 pertenciam a José de Anchieta. Nessas cartas (propriedade dos arquivos do Vaticano) são descritas as paisagens, os costumes e as pessoas da vila de Piratininga, onde surgiu posteriormente a cidade de São Paulo. Para além dessa exposição, foi realizada uma procissão de 500 seguidores do beato, com a imagem e relíquia de Anchieta. A procissão, que terminou na cidade de São Paulo, iniciou-se em julho de 2003 e percorreu as 14 cidades fundadas por Anchieta, nas quais o jesuíta trabalhou como evangelizador: Bertioga, Reritiba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba, Ubatuba, Guarujá, Santos, Peruíbe, Mongaguá, Itanhaém, Praia Grande, Cubatão e São Vicente.
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Como referenciar
Porto Editora – José de Anchieta na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-12 07:57:54]. Disponível em
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