Lampadário de Cristal
O poema Lampadário de Cristal foi escrito por Frei Jerónimo Baía, poeta barroco, nascido em 1620 e falecido em 1688. Ligado à Corte, é, no entanto, representativo dos poetas seus contemporâneos.
Apesar de ainda existirem incertezas quanto à sua publicação, dado que as versões que se conhecem, impressas na Fénix Renascida, (cancioneiro barroco), não são datadas, uma das datas apontadas, entre outras, mais ou menos próxima, é a de 1667. Esta data, que parece criar alguma aceitação, coincide com a oferta e chegada a Portugal de um candeeiro artisticamente sumptuoso, oferecido pelos Duques de Saboia a sua irmã, D. Maria Francisca de Saboia, casada com D. Afonso VI. Não se sabendo se o seu casamento com este monarca já tinha ou não sido anulado (24 de março de 1668) para casar com o príncipe D. Pedro em 2 de abril do mesmo ano, esta dúvida é legitimada pela dedicatória de Jerónimo Baía que introduz o poema. A chegada deste presente, entregue na Corte pelas mãos do Embaixador Piossasco, causou um enorme impacto.
Poema barroco, Lampadário de Cristal é integrado na chamada poesia de circunstância, na "arte de salão", enquanto forma de convívio e divertimento, que servia as necessidades de agradecimento cortesão, obrigando-se a contar "cantando" (poeticamente celebrando) tudo o que acontecesse na Corte, mesmo os "fait-divers" (feitos pouco importantes).
O texto da versão que se conhece é formado por 1280 versos, agrupados em estrofes irregulares no que respeita à sua extensão e à sua ordenação. A métrica dos versos é irregular, encontrando-se, porém, uma "alternância irregular" mais visível de hendecassílabos e heptassílabos. De rima predominantemente emparelhada, o poeta recorre também à rima alternada, cruzada e mesmo à rima interna.
Integrado numa determinada estética (a barroca), este poema constituiu-se através de uma profusão de recursos estilísticos (quiasmo, inversão, paralelismo, etc.) e figuras de estilo (metáfora, hipérbole, etc.), conseguindo deslumbrar, espantar e maravilhar o leitor, tal e qual o candeeiro deslumbrou, espantou e maravilhou a Corte.
Classificado pelo próprio autor como um texto poético panegírico (género que germina neste século XVII, no período barroco), Lampadário de Cristal, hipérbole por excelência, louva e canta a grandeza do Monarca (e da Monarquia) que orienta e esclarece os seus súbditos, tal lampadário que a todos ilumina.
Como toda a arte literária barroca, este poema, manifesto exemplo da poesia cultista e conceptista em Portugal, desenvolve excelentemente a técnica da escrita, recorrendo ao jogo de palavras (cultismo), ao jogo de imagens e ao jogo de construções (conceptismo).
Apesar de ainda existirem incertezas quanto à sua publicação, dado que as versões que se conhecem, impressas na Fénix Renascida, (cancioneiro barroco), não são datadas, uma das datas apontadas, entre outras, mais ou menos próxima, é a de 1667. Esta data, que parece criar alguma aceitação, coincide com a oferta e chegada a Portugal de um candeeiro artisticamente sumptuoso, oferecido pelos Duques de Saboia a sua irmã, D. Maria Francisca de Saboia, casada com D. Afonso VI. Não se sabendo se o seu casamento com este monarca já tinha ou não sido anulado (24 de março de 1668) para casar com o príncipe D. Pedro em 2 de abril do mesmo ano, esta dúvida é legitimada pela dedicatória de Jerónimo Baía que introduz o poema. A chegada deste presente, entregue na Corte pelas mãos do Embaixador Piossasco, causou um enorme impacto.
Poema barroco, Lampadário de Cristal é integrado na chamada poesia de circunstância, na "arte de salão", enquanto forma de convívio e divertimento, que servia as necessidades de agradecimento cortesão, obrigando-se a contar "cantando" (poeticamente celebrando) tudo o que acontecesse na Corte, mesmo os "fait-divers" (feitos pouco importantes).
O texto da versão que se conhece é formado por 1280 versos, agrupados em estrofes irregulares no que respeita à sua extensão e à sua ordenação. A métrica dos versos é irregular, encontrando-se, porém, uma "alternância irregular" mais visível de hendecassílabos e heptassílabos. De rima predominantemente emparelhada, o poeta recorre também à rima alternada, cruzada e mesmo à rima interna.
Integrado numa determinada estética (a barroca), este poema constituiu-se através de uma profusão de recursos estilísticos (quiasmo, inversão, paralelismo, etc.) e figuras de estilo (metáfora, hipérbole, etc.), conseguindo deslumbrar, espantar e maravilhar o leitor, tal e qual o candeeiro deslumbrou, espantou e maravilhou a Corte.
Classificado pelo próprio autor como um texto poético panegírico (género que germina neste século XVII, no período barroco), Lampadário de Cristal, hipérbole por excelência, louva e canta a grandeza do Monarca (e da Monarquia) que orienta e esclarece os seus súbditos, tal lampadário que a todos ilumina.
Como toda a arte literária barroca, este poema, manifesto exemplo da poesia cultista e conceptista em Portugal, desenvolve excelentemente a técnica da escrita, recorrendo ao jogo de palavras (cultismo), ao jogo de imagens e ao jogo de construções (conceptismo).
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Como referenciar
Porto Editora – Lampadário de Cristal na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-23 22:45:12]. Disponível em
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