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Leão Tolstoi
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O conde Lev Nikolaievitch Tolstoi nasceu a 28 de agosto, segundo o calendário juliano, ou 9 de setembro, segundo o calendário gregoriano, de 1828, em Isnaia Poliana, na Rússia central. Os seu pais pertenciam a famílias distintas da nobreza russa. Órfão bastante cedo, é colocado com os seus irmãos sob a tutela de familiares. Sentindo necessidade de uma vida regrada, segue a carreira militar, o que não o impede de publicar várias narrativas autobiográficas. Infância, o seu primeiro trabalho, aparece na revista O Contemporâneo, em 1852. Seguem-se Adolescência (1854) e Juventude (1855).

Entre 1852 e 1856 publica igualmente narrativas sobre as suas experiências militares. Estas novelas trazem-lhe a celebridade.

"Retrato de Leão Tolstoi" óleo sobre tela de Ivan Kramskoy, 1873
Defende os valores da autenticidade, do natural, presentes na vida dos camponeses, em oposição aos valores artificiais das classes privilegiadas. Posiciona-se como um liberal moderado, o que não o impede de se colocar a favor da abolição da servidão dos camponeses e desenvolve mesmo métodos pedagógicos de educação popular. Em 1862 casa-se com Sofia Andreevna Bers e instala-se na sua propriedade em Isnaia Poliana. Termina Os Cossacos em 1863 e nesse mesmo ano inicia o projeto de Guerra e Paz (1863-69).

Para o autor, não são os grandes nomes que fazem a História e que comandam os acontecimentos; é ao povo, enquanto guardião da verdade e fiel aos seus instintos, que compete representar o papel principal no desenrolar dos factos históricos. O romance Ana Karenine (1873-77) relata o amor trágico de uma mulher sob fundo de emancipação feminina e de mudanças sociais profundas.

Nos anos seguintes, uma grave crise moral e psicológica, relatada no ensaio Confissão (1879), leva-o a encetar uma busca da essência da mensagem espiritual, resumida nos princípios cristãos de amor a Deus e ao próximo. A rutura com a Igreja será irreversível em 1901, com a sua excomunhão, o que não deixa de o tornar popular entre a juventude intelectual.

Entretanto, nos últimos romances, a condição humana é analisada através de uma lucidez sombria; o ser humano só pode resgatar-se pela conversão espiritual. A Morte de Ivan Ilitch (1886), A Sonata a Kreutzer (1890), Ressurreição (1889-99) e Hadji Mourat (1890-1904) fazem parte deste período.

Escreve igualmente ensaios em que condena as sociedades modernas baseadas na procura do supérfluo e evidencia uma exigência moral que resultará num conflito interior extremo. É alvo de todas as atenções quando apenas procura a simplicidade e a renúncia.

A sua autoridade, a celebridade que conquistou, tornam-se um obstáculo à sua questa espiritual. Em fuga, acaba por encontrar a morte a 7 de novembro de 1910, na estação de caminhos de ferro de Astapovo.

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Como referenciar
Porto Editora – Leão Tolstoi na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-15 10:39:54]. Disponível em

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