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Lenine
Dirigente comunista russo, orador, teórico com vasta obra de análise e polémica política, conduziu o país à revolução bolchevique em 1917 e dirigiu, em condições de grande adversidade, a implantação e a consolidação da URSS.
Lenine é o pseudónimo usado na clandestinidade pelo político russo Vladimir Ilitch Ulianov, nascido em 1870 e falecido em 1924. Oriundo de uma família da pequena burguesia provinciana, cedo se interessou pela vida política e pelos debates ideológicos. Um seu irmão seria enforcado pela sua participação numa conspiração com o objetivo de matar o Czar, e o próprio Vladimir, ainda estudante, envolveu-se em atividades políticas proibidas, o que lhe valeu a expulsão da Universidade, onde estudava Direito.
Viajou por diversas regiões do império russo, contactando com a realidade social, e afastou-se progressivamente dos grupos populistas que preconizavam o terrorismo como meio de abater o czarismo, acabando por aderir às teses marxistas e por se integrar em agrupamentos políticos por elas influenciados. Em virtude das suas atividades políticas, viria a ser desterrado para a Sibéria, para um local nas margens do Rio Lena (de onde deriva o pseudónimo militante com que depois se iria celebrizar). A partir desta fase da sua vida, que coincide aproximadamente com o último lustro do século XIX, a sua vida pessoal e privada perde praticamente todo o significado, pois passa a dedicar-se em exclusivo à atividade política, na Rússia e depois no exílio em várias partes da Europa.
As suas ideias e propostas vão entrar em choque com as teses oficialmente defendidas pelos seus camaradas de luta - defende a teoria de que o campesinato é, tal como o proletariado urbano, uma classe revolucionária e considera possível uma revolução socialista sem passar por uma fase de revolução burguesa, ao mesmo tempo que propõe a criação de um partido de tipo novo, constituído por um grupo reduzido, coeso e centralizado de revolucionários profissionais, que formariam a vanguarda da revolução que daria origem à instauração de uma ditadura do proletariado. O choque entre conceções diferentes provoca uma cisão dentro do Partido Operário Social-Democrata da Rússia, que se divide em duas fações: os bolchevistas ou bolcheviques (=maioritários) e os mencheviques (=minoritários), dirigidos respetivamente pelo próprio Lenine e por Plekhanov.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Lenine dirige o partido a partir do exílio, só regressando à Rússia quando o conflito se encontra no fim e depois da ocorrência da Revolução dirigida pelo reformista Kerensky em fevereiro de 1917. Conduz então uma luta sem tréguas contra o regime czarista e o governo reformista, propondo o termo das hostilidades e a assinatura imediata da paz sem condições, a distribuição das terras pelos camponeses pobres, a extinção da monarquia e a criação de um sistema de governo de conselhos ou sovietes de operários, camponeses, soldados e marinheiros. As suas intervenções públicas em comícios e debates, os seus escritos e a ação persistente do partido aumentam a sua base de apoio e colocam o governo de Kerensky numa posição insustentável de debilidade e de isolamento, o que torna possível a rápida tomada do poder (os "dez dias que abalaram o mundo", segundo uma expressão consagrada) por forças militares e milícias revolucionárias sob a direção do partido bolchevista (7 de novembro de 1917).
Conquistado o poder, o novo regime, ainda dirigido por Lenine, vê-se a braços com uma grave crise económica e social, sofre uma devastadora guerra civil e ataques constantes de forças leais ao regime monárquico, e é vítima do isolamento diplomático decretado pela maioria dos países do mundo, receosos do exemplo revolucionário russo. Consegue no entanto sobreviver, não sem grandes dificuldades e sofrimentos. A saúde de Lenine fragiliza-se em consequência dos ferimentos recebidos num atentado e do avanço da arteriosclerose, que o afasta do exercício das funções da governação e da direção partidária. Vem a falecer em 1924. O seu cadáver embalsamado é colocado num mausoléu propositadamente construído, na Praça Vermelha do centro da capital, exposto à veneração pública. Há a destacar o facto de, tal como os seus predecessores Marx e Engels ou, mais tarde, Mao Tsé-Tung, ter produzido uma volumosa obra, na qual se debruça sobre as características da sociedade russa e sobre os métodos, táticas e estratégias da luta política, e sobre a situação política mundial; sempre marcada por um acentuado tom polémico, a sua produção literária (livros, artigos de jornal) acompanha dezenas de anos de intenso debate nos planos ideológico e político.
Lenine é o pseudónimo usado na clandestinidade pelo político russo Vladimir Ilitch Ulianov, nascido em 1870 e falecido em 1924. Oriundo de uma família da pequena burguesia provinciana, cedo se interessou pela vida política e pelos debates ideológicos. Um seu irmão seria enforcado pela sua participação numa conspiração com o objetivo de matar o Czar, e o próprio Vladimir, ainda estudante, envolveu-se em atividades políticas proibidas, o que lhe valeu a expulsão da Universidade, onde estudava Direito.
Viajou por diversas regiões do império russo, contactando com a realidade social, e afastou-se progressivamente dos grupos populistas que preconizavam o terrorismo como meio de abater o czarismo, acabando por aderir às teses marxistas e por se integrar em agrupamentos políticos por elas influenciados. Em virtude das suas atividades políticas, viria a ser desterrado para a Sibéria, para um local nas margens do Rio Lena (de onde deriva o pseudónimo militante com que depois se iria celebrizar). A partir desta fase da sua vida, que coincide aproximadamente com o último lustro do século XIX, a sua vida pessoal e privada perde praticamente todo o significado, pois passa a dedicar-se em exclusivo à atividade política, na Rússia e depois no exílio em várias partes da Europa.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Lenine dirige o partido a partir do exílio, só regressando à Rússia quando o conflito se encontra no fim e depois da ocorrência da Revolução dirigida pelo reformista Kerensky em fevereiro de 1917. Conduz então uma luta sem tréguas contra o regime czarista e o governo reformista, propondo o termo das hostilidades e a assinatura imediata da paz sem condições, a distribuição das terras pelos camponeses pobres, a extinção da monarquia e a criação de um sistema de governo de conselhos ou sovietes de operários, camponeses, soldados e marinheiros. As suas intervenções públicas em comícios e debates, os seus escritos e a ação persistente do partido aumentam a sua base de apoio e colocam o governo de Kerensky numa posição insustentável de debilidade e de isolamento, o que torna possível a rápida tomada do poder (os "dez dias que abalaram o mundo", segundo uma expressão consagrada) por forças militares e milícias revolucionárias sob a direção do partido bolchevista (7 de novembro de 1917).
Conquistado o poder, o novo regime, ainda dirigido por Lenine, vê-se a braços com uma grave crise económica e social, sofre uma devastadora guerra civil e ataques constantes de forças leais ao regime monárquico, e é vítima do isolamento diplomático decretado pela maioria dos países do mundo, receosos do exemplo revolucionário russo. Consegue no entanto sobreviver, não sem grandes dificuldades e sofrimentos. A saúde de Lenine fragiliza-se em consequência dos ferimentos recebidos num atentado e do avanço da arteriosclerose, que o afasta do exercício das funções da governação e da direção partidária. Vem a falecer em 1924. O seu cadáver embalsamado é colocado num mausoléu propositadamente construído, na Praça Vermelha do centro da capital, exposto à veneração pública. Há a destacar o facto de, tal como os seus predecessores Marx e Engels ou, mais tarde, Mao Tsé-Tung, ter produzido uma volumosa obra, na qual se debruça sobre as características da sociedade russa e sobre os métodos, táticas e estratégias da luta política, e sobre a situação política mundial; sempre marcada por um acentuado tom polémico, a sua produção literária (livros, artigos de jornal) acompanha dezenas de anos de intenso debate nos planos ideológico e político.
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Como referenciar
Porto Editora – Lenine na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-08 21:22:09]. Disponível em
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