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Lima Duarte
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Prestigiado ator brasileiro, de seu nome verdadeiro Ariclenes Venâncio Martins, nasceu a 29 de março de 1930, na pequena aldeia de Desemboque, em pleno estado de Minas Gerais.
Desde cedo entrou em contacto com o mundo artístico, pois a sua mãe era artista de circo. Como não queria seguir as pisadas do pai e criar gado, resolveu partir para a cidade de São Paulo onde fez testes como locutor de rádio. Traído pelo sotaque, conseguiu apenas um emprego de office-boy.

A sua grande oportunidade surgiu em 1948 quando alcançou um papel importante na novela radiofónica Rádio Romance. Assim, adotou o nome artístico de Lima Duarte e, gradualmente, conseguiu singrar no mundo artístico, ganhando prestígio como ator de teatro. Esteve presente na inauguração da primeira estação televisiva brasileira: a TV Tupi, a 18 de setembro de 1950. Nesta estação, venceu diversos prémios de interpretação. Em 1961, entrou para a Companhia de Teatro de Arena.
 

Nesse mesmo ano, recebeu o prémio Saci para melhor ator de teatro, pela participação na peça O Testamento do Cangaceiro (1961), o que lhe valeu também uma bolsa de estudo em França. Em 1973, foi convidado para integrar o elenco de atores da Rede Globo e participou na primeira telenovela a cores: O Bem-Amado (1973) de Dias Gomes. Aí, encarnou um personagem que se tornou mítica na memória coletiva brasileira (e portuguesa, quando a telenovela foi exibida em 1984): Zeca Diabo, um assassino cangaceiro analfabeto que nutria uma fervorosa adoração pelo padre Cícero.

No cinema, Duarte somou êxitos como O Jogo da Vida (1977) e Crime de Zé Bigorna (1977), pelo qual recebeu o Prémio de Melhor Ator no Festival de Brasília. Lima Duarte continuou a colecionar personagens emblemáticas, sobretudo em telenovelas: o Coronel Sinhôzinho Malta, amante da Viúva Porcina (Regina Duarte) em Roque Santeiro (1985), o "boia-fria" Sassá Mutema que se apaixona pela sua professora (Maité Proença) em O Salvador da Pátria (1988), o patriarca Dom Lázaro Venturini que tenta impedir a sua nora (Sílvia Pfeiffer) de se apoderar da fortuna da família em Meu Bem, Meu Mal (1990), o deputado Murilo Pontes, que mantém uma relação de amor-ódio com Pilar Batista (Renata Sorrah) em Pedra Sobre Pedra (1992), o major Emiliano Bentes em Fera Ferida (1993), o camionista Zé Bolacha em A Próxima Vítima (1995), o milionário Nikos Karabastos em Uga Uga (2000) e Afonso em Da Cor do Pecado (2004). Lima Duarte foi também requisitado por realizadores portugueses: José Fonseca e Costa (Kilas, o Mau da Fita, 1980), Paulo Rocha (O Rio do Ouro, 1998) e Manuel de Oliveira (Palavra e Utopia, 2000).

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Como referenciar
Porto Editora – Lima Duarte na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-28 23:48:35]. Disponível em

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