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Lirismo romântico
São características essenciais do texto lírico em qualquer época literária a subjetividade, a centralidade no sujeito poético, que busca exprimir-se e revelar-se poeticamente, e o uso do verso. O Romantismo, sob o influxo dos princípios que defendeu - a liberdade artística, o individualismo, a conceção do poeta como génio e da poesia como criação - promoveu uma renovação do género lírico.
Podemos detetar três vertentes no lirismo romântico português: o lirismo tradicional de inspiração popular, o lirismo sentimental e o lirismo filosófico.
Almeida Garrett (1799-1854) abriu caminho, com o poema Adozinda (1828), às recolhas e versões de romances populares, consubstanciadas nos três volumes do Romanceiro (1843-1851). Essa tradição poética de origem medieval, identificada por Garrett com a verdadeira "poesia nacional", ecoará na produção de autores como João de Lemos (1819-1890), Luís Augusto Palmeirim (1825-1893) e José Freire de Serpa Pimentel (1814-1870), que generalizam a moda dos romances (ou rimances), xácaras e solaus, adotando os motivos populares e as metrificações tradicionais.
É Alexandre Herculano (1810-1877) quem primeiro confere ao nosso lirismo romântico uma orientação sentimental. Considerando a poesia, num artigo do Panorama, "monumento da vida íntima" e "companheira da moral", o autor de Eurico fará dela, em A Voz do Profeta (1836) e A Harpa do Crente (1838), expressão do sagrado, de preocupações morais e religiosas. A segunda geração romântica, também designada geração do Ultrarromantismo, exacerbará o tom sentimental do lirismo herculaniano, aplicando-o a uma temática amorosa e egotista, onde abundam os motivos medievais, noturnos e fúnebres, a expressão do desespero e do tédio existencial e a isotopia do amor dececionado, com influência de poetas franceses como Delavigne e Lamartine. Exemplos desta poesia sentimental encontram-se nos poemas A Noite do Castelo e Os Ciúmes do Bardo (ambos de 1836), de António Feliciano de Castilho (1800-1875), e, sobretudo, em coletâneas de poesia como as revistas portuenses O Bardo (1852) e A Lira da Mocidade (1849) e as coimbrãs o Trovador (1844) e o Novo Trovador (1851).
A partir de meados do século XIX, o lirismo sentimental irá tomar progressivamente uma orientação filantrópica. A chamada Geração de 65 ou de 70, formada na leitura dos recentes ou redescobertos modelos europeus, conferir-lhe-á uma vocação social e um suporte filosófico, sob a direção de Antero de Quental (1842-1891), que teoriza e concretiza nas Odes Modernas (1865) um lirismo socialmente militante, alimentado nos conceitos de Ideia, Progresso e Justiça Social, e de Teófilo Braga (1843-1924), autor de Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras (ambas de 1864). Segui-los-ão Guilherme de Azevedo (1840-1882), Gomes Leal (1848-1921) e Guerra Junqueiro (1850-1923), entre outros.
Podemos detetar três vertentes no lirismo romântico português: o lirismo tradicional de inspiração popular, o lirismo sentimental e o lirismo filosófico.
Almeida Garrett (1799-1854) abriu caminho, com o poema Adozinda (1828), às recolhas e versões de romances populares, consubstanciadas nos três volumes do Romanceiro (1843-1851). Essa tradição poética de origem medieval, identificada por Garrett com a verdadeira "poesia nacional", ecoará na produção de autores como João de Lemos (1819-1890), Luís Augusto Palmeirim (1825-1893) e José Freire de Serpa Pimentel (1814-1870), que generalizam a moda dos romances (ou rimances), xácaras e solaus, adotando os motivos populares e as metrificações tradicionais.
É Alexandre Herculano (1810-1877) quem primeiro confere ao nosso lirismo romântico uma orientação sentimental. Considerando a poesia, num artigo do Panorama, "monumento da vida íntima" e "companheira da moral", o autor de Eurico fará dela, em A Voz do Profeta (1836) e A Harpa do Crente (1838), expressão do sagrado, de preocupações morais e religiosas. A segunda geração romântica, também designada geração do Ultrarromantismo, exacerbará o tom sentimental do lirismo herculaniano, aplicando-o a uma temática amorosa e egotista, onde abundam os motivos medievais, noturnos e fúnebres, a expressão do desespero e do tédio existencial e a isotopia do amor dececionado, com influência de poetas franceses como Delavigne e Lamartine. Exemplos desta poesia sentimental encontram-se nos poemas A Noite do Castelo e Os Ciúmes do Bardo (ambos de 1836), de António Feliciano de Castilho (1800-1875), e, sobretudo, em coletâneas de poesia como as revistas portuenses O Bardo (1852) e A Lira da Mocidade (1849) e as coimbrãs o Trovador (1844) e o Novo Trovador (1851).
A partir de meados do século XIX, o lirismo sentimental irá tomar progressivamente uma orientação filantrópica. A chamada Geração de 65 ou de 70, formada na leitura dos recentes ou redescobertos modelos europeus, conferir-lhe-á uma vocação social e um suporte filosófico, sob a direção de Antero de Quental (1842-1891), que teoriza e concretiza nas Odes Modernas (1865) um lirismo socialmente militante, alimentado nos conceitos de Ideia, Progresso e Justiça Social, e de Teófilo Braga (1843-1924), autor de Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras (ambas de 1864). Segui-los-ão Guilherme de Azevedo (1840-1882), Gomes Leal (1848-1921) e Guerra Junqueiro (1850-1923), entre outros.
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Como referenciar
Porto Editora – Lirismo romântico na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-09 15:43:29]. Disponível em
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