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Manuel Tiago
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Pseudónimo literário adotado por Álvaro Cunhal, político, ficcionista, ensaísta e desenhador, filho do escritor Avelino Cunhal (ver Pedro Serôdio), licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa. Envolveu-se desde a juventude na ação política, constituindo os seus discursos, intervenções e ensaios políticos documentos fundamentais quer da história do Partido Comunista Português, quer da História Portuguesa Contemporânea.

Filiado no PCP desde 1931, integrou, em 1935, o Comité Central do Partido Comunista, tendo, nessa qualidade, efetuado diversas deslocações ao estrangeiro para participar em congressos. Nesse mesmo ano, entrou para a clandestinidade tendo, pela sua atividade de resistência ao regime salazarista, conhecido diversas vezes a situação de preso político, numa experiência de tortura e isolamento, evocada, em 1994, no romance A Estrela de Seis Pontas.

Manuel Tiago, pseudónimo literário adotado por Álvaro Cunhal
Nomeado secretário-geral do PCP, em 1961, viveu desde essa data no estrangeiro, regressando a Portugal, em 1974, e tomando posse como ministro sem pasta dos I, II, III e IV governos provisórios. Foi eleito deputado à Assembleia da República em todas as eleições legislativas e integrou o Conselho de Estado entre 1982 e 1992, data a partir da qual abandonou a vida política ativa, dedicando-se à vida literária e à reflexão estética.

No domínio da história literária, Álvaro Cunhal distinguiu-se pela sua intervenção teórica na defesa do neorrealismo, entrando, nas páginas de publicações como O Diabo, Sol Nascente, Seara Nova, Vértice, em conflito aberto com os intelectuais presencistas e alicerçando uma conceção marxista do fenómeno literário, pela qual proclama que "todas as atividades humanas intervêm de uma forma operante na determinação do destino do mundo" (Seara Nova, n.° 615, 1939, pp. 285-286).

Com o pseudónimo de Manuel Tiago, assinou vários romances, mantendo em incógnita, até aos anos 90, a sua identidade como romancista, enigma adensado pela "Nota sobre o autor" que precede Até Amanhã, Camaradas, original atribuído a um "homem sem nome, tal como as personagens do seu romance". Trazidas à luz após o 25 de abril, mas situadas no contexto histórico e político do regime salazarista, esse conjunto de narrativas, fiel à estética neorrealista, evoca experiências de clandestinidade, de atividade revolucionária, de prisão política e de fuga à máquina de repressão fascista.

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Como referenciar
Porto Editora – Manuel Tiago na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-03 15:18:10]. Disponível em

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