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Mar Alto
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Representada pela primeira vez em 1922, na cidade de São Paulo, Brasil, a sua representação em Lisboa, no Teatro de S. Carlos, foi proibida no dia seguinte à sua estreia, a 10 de julho de 1923. A peça inicia com Luís, numa noite, a confessar à esposa que roubou dinheiro para lhe comprar uma joia como forma de manter o seu amor. Diante do desespero do marido, Madalena confessa que também ela é indigna porque mantivera uma relação adúltera com Henrique, um amante rico. Madalena decide, então, viver com Henrique, para obter o dinheiro necessário a reparar o roubo, mas não deixa de receber secretamente o marido. Luxuosamente vestida pelo amante, ela seria assim, para o marido, sempre a "Desejada". Quando Henrique descobre que é traído, Madalena abandona-o, confessando que o seu único amor é o marido e que apenas se serviu do amante para se vestir e sustentar a paixão mórbida do marido. De novo juntos, Madalena e Luís constatam que já não se amam, e, depois de agressões mútuas, decidem matar-se. A voz do filho, vinda do quarto contíguo, chama-os à realidade de estarem "condenados a viver [...] como dois náufragos, como dois náufragos no mar alto à espera da onda que os leve...". Condenada por imoralidade, a peça foi proibida, mas de novo reposta, depois de um vivo protesto da intelectualidade portuguesa contra a sua censura.
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Como referenciar
Porto Editora – Mar Alto na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-09 17:27:00]. Disponível em